Pesquisar nos arquivos

30 de setembro de 2010

A revolução do Ipod

Tudo bem que esse infográfico publicado no Mashable é quase um comercial da Apple, mas a partir desse breve histórico comercial do Ipod dá pra se observar parte das transformações ocorridas nos últimos anos no mercado de música digital. 

O enorme número de vendas (quase 230 milhões de unidades vendidas em 9 anos), a concentração de mercado (74% dos tocadores de MP3 nos Estados Unidos são Ipod), além de outros dados, dizem muito à respeito da importância da empresa nesse mercado (1/4 das vendas de música online nos Estados Unidos acontecem na iTunes, por exemplo) e como a internet e os arquivos digitais criaram um novo e amplo nicho a ser explorado.

29 de setembro de 2010

Holger é o novo CSS?

A julgar pelas palavras mais do que empolgadas do blog Iggy, da MTV americana, esse é um possível caminho para a banda indie paulistana Holger. Descrito como "realmente divertido, apaixonado, desinibido e totalmente inesquecível", o show de estreia da banda em Nova York (em noite em que a também paulista Garotas Suecas era atração principal), no minúsculo palco da Cake Shop (no qual mal couberam os 5 integrantes da banda), pode ser o início de uma inserção da banda no mercado internacional. No dia 1° de outubro a banda se apresenta no festival Pop Montreal, no Canadá, e em novembro faz outro show importante, dessa vez no Brasil, na edição indie/colorida do festival Planeta Terra.

Tudo muito bonito, tudo muito legal, e o CD deles é realmente muito bacana. Maaaaaaas deve-se levar em conta que:

a) adjetivos superlativos parecem ser a marca registrada desse blog da MTV, quase todas as matérias clamam que algum novo artista alternativo de algum país exótico é a melhor coisa do momento (o foco do blog é a "música e cultura pop ao redor do globo")
b) um dos integrantes do Holger trabalha para a MTV
c) há algo (ou muita coisa) de errado quando se comenta mais sobre o visual de uma banda do que de sua música
d) a autora do texto disse que não há cena alternativa em São Paulo

Sem Vox


Amanhã, 30 de setembro, o serviço de publicação de blogs Vox encerra suas atividades. Lançado há alguns anos como uma alternativa ao Blogger e Wordpress, de uso mais intuitivo, simplificado e direcionado a integrar seus usuários em redes sociais (algo que foi assimilado pelo Blogger e encontrou bons resultados no Tumblr), o Vox não chegou a emplacar e fez com que a empresa que o criou, a Six Apart, passasse a se concentrar em outros dois produtos na área de blogs: o serviço de publicação TypedPad, para onde todos os blogs existentes no Vox são estimulados a migrar (apesar de haver dicas simples de migração para outras plataformas concorrentes) e a plataforma de publicação de blogs Movable Type.

Em 2008 fiz alguns breves testes com o Vox e lembro de ter considerado a plataforma ideal para o público infantil e pré-adolescente, pelas opções visuais disponíveis (muito ilustradas, poucos dos temas disponíveis eram mais sóbrios e minimalistas), a impossibilidade de realizar alterações no código, a facilidade de publicação e configuração do serviço e, claro, o caráter de rede social, permitindo adicionar outros blogs como "amigos".

Todo o conteúdo publicado no Vox estará indisponível a partir desta quinta-feira, 1° de outubro, o que nos faz lembrar da volatilidade no ambiente digital e de como o conteúdo que publicamos diariamente na internet carece de cuidados para que, em caso de falências de empresas de tecnologia ou falhas técnicas, não desapareça.

Festival PIB - Produto Instrumental Bruto

A 3ª edição do Festival Produto Instrumental Bruto acontece em São Paulo entre 3 e 7 de novembro e apresenta programação temática que reúne diversificados grupos da cena instrumental atual. Os shows serão no CB Bar e as outras atividades na Casa das Caldeiras, ambos em São Paulo.


1º DIA  - 3 de novembro - AÉREOS
Aeromoças e Tenistas Russas (São Carlos – SP)
Mamma Cadela (São Paulo – SP)
O Garfo (Fortaleza - CE) 
Banda madrinha:  Tigre Dente de Sabre (Brag. Paulista- SP) 

2º DIA – 4 de novembro - AQUÁTICOS
Hellfishes (Curitiba – PR)
Kozmic Gorillas (Londrina – PR)
Mullet Monster Mafia (Piracicaba - SP)
Banda madrinha: Retrofoguetes (Salvador – BA) 




3º DIA  – 5 de novembro - TERRESTRES
Bufalo  (São Bernardo do Campo – SP)
Epcos (Recife – PE)
Huey (São Paulo – SP)
Banda madrinha: Fantasmagore (Rio de Janeiro – RJ)

4º DIA  – 6  de novembro – ÍGNEOS
Discotiki (São Paulo – SP)
Martinez (São Paulo – SP)
Três Cruzeiros (São Paulo - SP)
Banda madrinha: SaunoFlex (São Paulo – SP) 


5° DIA - 7 de novembro - ELÉTRICOS
Astronauta Pinguim (Porto Alegre – RS)
Groove Groove (São Paulo – SP)
Pé na Cozinha (São Paulo – SP)
{Por se tratar de um novo elemento que não constava nas programações anteriores do festival, não há uma banda madrinha nesse grupo}

28 de setembro de 2010

Lei Estadual de Incentivo à Cultura de MG

Um dos instrumentos fundamentais para a o cenário cultural de Minas Gerais, a Lei Estadual de Incentivo à Cultura está com inscrições abertas até 19 de outubro, terça-feira. Empreendedores culturais e artistas de todo o Estado interessados em inscrever projetos a serem realizados com os benefícios da lei devem ler o edital deste ano e fazer o download dos documentos abaixo, de acordo com o tipo de inscrição a ser realizada (pessoa física ou pessoa jurídica).

O site da Secretaria de Cultura de MG está parcialmente desativado devido ao período eleitoral, então informações mais detalhadas sobre a Lei de Incentivo não estão disponíveis. Quem tiver dúvidas pode deixar nos comentários e tentaremos ajudar, se possível.

Documentos – Pessoa Física
Formulário padrão 1 / Ficha de protocolo
Formulário padrão 2 /  Currículo da equipe
Formulário padrão 3 / Planilha orçamentária
Formulário padrão 4 / Currículo do empreendedor cultural
Formulário padrão 5 / Projeto de capacitação

Documentos – Pessoa Jurídica
Formulário padrão 1 / Ficha de protocolo
Formulário padrão 2 / Currículo da equipe
Formulário padrão 3 / Planilha orçamentária
Formulário padrão 4 / Currículo empreendedor cultural
Formulário padrão 5 / Projeto de capacitação

27 de setembro de 2010

A cena de BH fervilha e Transborda

Salgado (do 4instrumental, atração do Transborda), após fazer a dança da galinha, carregando pirralho hiperativo encontrado sozinho na porta do banheiro durante o festival

Primeiro, um ponto negativo: o festival Transborda gerou uma enxurrada de trocadilhos horríveis nos títulos das matérias sobre o evento, como esta.

Por outro lado, talvez tenha sido o festival mais importante a ser realizado na capital mineira nos últimos anos. "Puff...", ouvi você fazer com a boca e pensar "que moleque idiota". Sem problemas, às vezes até concordo com isso, mas deixe-me explicar: o Transborda - Festival de Artes Transversais não teve grandes artistas internacionais, não teve uma programação imperdível e não bateu recordes de público, mas foi (e continua sendo) importante, acima de tudo, pelo que representa. E o que ele representa é um grande soco na cara (eu escreveria "um chute no saco", mas não sou machista e o "soco na cara" é extensível as mulheres também) de um cenário artístico bunda-mole e reclamão, que adora apontar os (muitos) dedos para todos os lados e não tomar atitudes para mudar.

Lembro-me bem de como tudo isso começou. Era 2008 e o festival Stereoteca (no qual eu trabalhava na produção) realizou o 1° Seminário Prático da Música (no qual eu e minha timidez, velha amiga, fomos mediadores em uma das mesas). O Seminário foi o ponto de partida para que o Lucas Mortimer, até então um mestrando em educação física e baterista nas horas vagas, incitasse a turma com o já famoso email intitulado "CRIAÇÃO E FORTALECIMENTO DA CENA DE ROCK INDEPENDENTE DE BELO HORIZONTE" (reproduzido ao fim deste texto).

Monograma (participação especial Mc Lucas Mortimer & As Peguetes)

Enquanto alguns nomes que até então se julgavam os fodões da cena esnobaram a ideia, pessoas até então totalmente desconhecidas se uniram e aos poucos foram desenvolvendo propostas, discutindo, convidando amigos e abandonando o barco, inclusive. Dois anos depois, a realização do Transborda pelo coletivo Pegada, com R$ 160 mil de verba pública, é resultado do trabalho desenvolvido nesse período, a prova de que se acomodar é a pior coisa quando se quer transformação, de que receber críticas e enfrenta-las apenas reforça seu caráter e empenho, de que nem tudo pode dar certo, mas a tentativa pode valer (e muito) a pena.


Sobre o festival em si, que aconteceu entre os dias 13 e 19 de setembro em BH com shows e oficinas, principalmente, posso dizer que:
- a noite de abertura da programação de shows foi uma das coisas mais bonitas que vi nesse ano, com a banda instrumental local Dibigode fazendo uma ótima apresentação no Auditório do Centro Cultural da UFMG enquanto atores e atrizes (jovens e idosos) realizaram performances em meio à platéia
- Fusile e Lucas Santanna fizeram shows incríveis na Praça da Estação, levando parte do público a saculejar desleixadamente com toda a malemolência e charme, no caso das mulheres (durante o show do Lucas Santanna) e a realizar trenzinhos e a nefasta dança da galinha (um tipo de dança em os braços são jogados pra trás e se movimentam do cotovelo ao ombro, lateralmente, enquanto o tronco é jogado pra frente, durante o show do Fusile).


E aqui, na íntegra, o email do Lucas em 7 de junho de 2008:

"Olá pessoal,

Participei essa semana do 1º Seminário Prático de Música, realizado pela Casulo e Rádio Inconfidência e com vários apoios. Inicialmente, estava apenas interessado em ver o show do Monno no Steroteca que acontece às quartas no Teatro da Biblioteca Pública, no entanto, vi que seria realizada uma palestra antes do show e decidi participar. Saí de lá no primeiro dia muito empolgado e com vontade de botar a mão na massa e fazer com que meu projeto musical fosse pra frente. Também percebi que o rock independente está aí com várias bandas boas e também com muita vontade. Mas mais do que isso, descobri que para conseguirmos realmente criar uma CENA DO ROCK INDEPENDENTE DE BELO HORIZONTE, a exemplo de Goiânia, teriamos que nos unir, organizar e movimentar.

Percebo que esforços para isso já vem sendo feitos. Tomemos o exemplo do OUTROROCK e do BH INDIE MUSIC. São dois festivais que estão reunindo as principais bandas independentes de Belo Horizonte e mostrando as caras. Fico muito feliz de estar participando dessa movimentação, mas quero mais.

Uma das propostas do 1º Seminário Prático de Música era de que, quem participasse em todos os dias do evento, enviasse um Projeto para pleitear a uma consultoria de três meses com um dos palestrantes, para ajudar na formulação e adequação de seu projeto (a consultoria será administrada pelo Sebrae). A lista dos palestrantes está no site da Stereoteca (www.stereoteca.com.br). Uma fala que foi muito recorrente entre os palestrantes é de que quanto mais unido e organizado for o movimento, maior será a atenção dada a este. Pensei então se escreveria um projeto para a produção de um CD da minha banda. Mas pensei: só fazer um CD não faria com que minha banda fosse ouvida e nem abriria espaços onde eu pudesse tocar com ela. Percebi então que a necessidade de abrir espaços para o rock independente e atrair a atenção do público só pode ser suprida através da união das bandas e da criação de uma CENA forte em Belo Horizonte.

Para isso, venho sugerir a vocês que façamos o pleite à consultoria com um projeto intitulado, por exemplo: "CRIAÇÃO E FORTALECIMENTO DA CENA DE ROCK INDEPENDENTE DE BELO HORIZONTE". Uma pessoa que estava presente no Seminário e também pensou nisso é o David da banda As Horas. Mas várias outras pessoas estavam presentes e imagino que todos tenham saído de lá com um pouco do sentimento que me domina agora. Vou citar algumas pessoas que vi lá: César (Carolina Diz), Bruno (Monno), Silvio (produtor do Udora), Luciano (Enne) e várias outras pessoas com rostos familiares. Quem mais estava lá?

O projeto é simples. Apenas uma lauda explicando um pouco do projeto e porque quer pleitear à consultoria. E escolher um ou mais palestrantes para ajudar e porque da escolha do palestrante. Eu pessoalmente me interessei muito pela ajuda da Maria Juçá (Circo Voador) que foi quem mais ressaltou que o espírito de união é determinante para o sucesso, provado ainda pelo trabalho do Circo Voador no Rio. Uma outra pessoa que poderia ajudar muito na organização de, por exemplo, um festival anual (estilo Bananada p.ex.) seria o Malab, grande produtor aqui de BH, fundador do Eletronika e que irá realizar o Pop-Rock Brasil este ano. Além do Reginaldo (Eletrodiscos) e Silvio (Tratore) que parecem ser pessoas super competentes. Ainda tem o Luiz César que é um cara super influente no MySpace.

Enfim, esta é uma idéia. Estou compartilhando-a e gostaria que todos comentassem.

Se gostarem da idéia, já sugiro nos encontrarmos dia 10 (terça-feira desta semana) no Matriz, logo após a coletiva de imprensa do BH Indie Music (que terá início às 10hs) para discutirmos e redigirmos a proposta.

Abraços e VAMOS AGITAR GALERA!"

26 de setembro de 2010

Enquanto isso, no Rio de Janeiro...

 Miike Snow no Circo Voador

Quem é mais inteirado na cena musical independente sabe como é desanimadora a situação no Rio de Janeiro. Bandas circulam por todo o país, do sul ao nordeste, mas encontram dificuldades em fazer shows na cidade. Esse cenário é pior para os artistas independentes nacionais, mas também não é muito diferente no caso de bandas estrangeiras que sejam ao menos um pouco "alternativas". 

Buscando alterar essa situação e levar artistas estrangeiros interessantes, porém esnobados pelos grandes produtores, um grupo de cariocas, entre os quais o Bruno Natal, do blog Urbe, iniciou em agosto o movimento dos "60 cariocas empolgados". A proposta é o puro "faça você mesmo" da produção cultural: esse grupo de pessoas junta o dinheiro para pagar os custos de produção do show e se tornam "acionistas" da ação.

O estopim foi o show da banda sueca Miike Snow, realizado nesse esquema no Circo Voador na última segunda-feira, 20 de setembro. A movimentação deu certo, gerou interesse na imprensa, atraiu empresas (Tecla Music, Grupo Matriz, Das Duas e Multishow), circulou entre o público e cerca de 850 pessoas compareceram ao show (em uma segunda-feira, vale relembrar), mostrando que, sim, há espaço (e público) para novos nomes da música mundial na cidade brasileira que representa o país mundialmente (para o bem e para o mal).

O vídeo abaixo mostra como estava o Circo Voador no show do Miike Snow.


Para entender o processo de realização do show, segue trecho explicativo do Bruno Natal sobre os 60 cariocas empolgados, que agoram planejam levar a banca escocesa Belle And Sebastian ao Rio:
"O Miike Snow queria tocar no Rio. Porém, o show não era confirmado porque ninguém quis arriscar pagar o custos da banda, um cachê de US$ 8 mil + 12 passagens RJ-SP, R$ 2.980 de hospedagem, alimentação e transporte, totalizando, com o dólar no valor de hoje, um valor arredondado de R$ 20 mil*.
Procuramos a produção do Circo Voador e propusemos pagar os custos da banda se eles assumissem os custos da casa (limpeza, segurança, funcionários, aluguel de equipamentos) e dividíssemos o valor do ingresso depois de descontar 5% da bilheteria relativo ao ECAD. Eles toparam.
Por email, organizamos uma campanha entre amigos para rachar os custos e viabilizar a vinda da banda. Nascia o “Miike Snow no Rio”.
Distribuímos o valor total em 100 unidades de R$ 200. Cada um que pagasse teria direito a um ingresso e, com todas as unidades vendidas, o show estaria garantido (se não fossem vendidas todas as cotas, não haveria show e o dinheiro seria devolvido).
Vencida essa primeira etapa, começaria a venda de ingressos. Com 800 vendidos todos que compraram uma unidade teriam dinheiro devolvido e assistiriam o show de graça. O prazo para confirmar com a banda era curtíssimo, menos de um dia. Mesmo assim, o objetivo foi cumprido em tempo recorde.
Não apenas 60 unidades evaporaram, como a empresa de music branding Tecla Music, Grupo Matriz e Das Duas e o canal Multishow apoiaram a mobilização e diminuíram o risco de quem pagou R$200. Agora precisam ser vendidos apenas 480 ingressos para conta empatar.
A motivação não é ganhar dinheiro com o show, embora isso possa acontecer. Nossa vontade é tirar a cidade da inércia. É quebrar este círculo vicioso (e viciado) segundo o qual o Rio não teria público que justificasse a vinda de artistas que não sejam consagrados.
Por isso quanto mais gente engajada no projeto, mais forte ele fica, em termos de repercussão na mídia, capacidade de atrair público e sucesso. O Rio nunca precisou disso, mas agora nossa força como público se faz necessária".

25 de setembro de 2010

DJ sets e mixtapes

Algumas informações publicadas recentemente na versão do Meio Desligado para DJs:


O pessoal da festa Criolina, de Brasília, estreou a sessão de mixtapes do portal Nagulha com um material finíssimo unindo batidas africanas, sambinhas e até rock alternativo brasileiro contemporâneo.
A mixtape está disponível pra download e é altamente indicada.

--------------------------------------

The 666 order: tua educação é o headbanz
Esse set da The 666 Order, dupla paulista que mescla influências de rock/metal com eletrônica moderna, é bem interessante. Eletrônica pesada e dançante com mixagens muito boas.
O set abaixo, intitulado “tua educação é o headbanz”, é de um show no Vegas, em São Paulo, em fevereiro de 2010.

--------------------------------------

Sets (bêbados) do DJ Zegon
Zé Gonzales, membro do N.A.S.A, ex-Planet Hemp, produtor e DJ renomado, colocou há alguns meses dois sets em seu perfil no Soundcloud. Com muito soul, funk e hip hop, os sets registram apresentações de Zegon no clube Clash, em São Paulo, e outra que ele diz ter feito bêbado, de forma descompromissada.

--------------------------------------

Dagoberto Donato, aka Dago, é um dos donos do Neu Club, em São Paulo, ex-residente de festas na Milo Garage e Berlim, produtor do Holger e ex-funcionário do TramaVirtual.
Esse set (ou mixtape, sei lá) abaixo tá na página dele no Soundcloud. Não é muito a minha onda, mas achei interessante para se ter ideia do que ele, uma das figuras de destaque da cena alternativa de São Paulo, tem tocado.


--------------------------------------

Mixtape focada no rock / punk setentista baseada no set que fiz na última FF», na Obra. Uma hora com alguns clássicos e algumas músicas nem tão conhecidas assim.
Quem quiser saber quais as bandas e músicas estão no arquivo é só entrar em contato que falo. Download grátis no Mediafire.

22 de setembro de 2010

Retrospectiva: Otto

"Agora sim", do CD Certa manhã acordei de sonhos intranquilos

"Pelo Engarrafamento" (participação do Matheus Nachtergaele e Leandra Leal)

"Pra ser só minha mulher" (participações de Xico Sá e Alessandra Negrini, ex-mulher de Otto)

"Dias de janeiro" no CD/DVD MTV Apresenta, de 2005

"TV a cabo", do álbum de estreia de Otto, Samba pra Burro, de 1998

"Bob", do CD Samba pra burro

We.music - Como a web revoluciona a música?

Lançado em junho deste ano, o documentário "We.music - Como a web revoluciona a música?" tem como maior trunfo realizar o registro histórico de um momento no qual a internet já passa a ser considerada como elemento inerente à cadeia produtiva da música. Tendo como objeto artistas originários ou radicados em São Paulo, We.Music aborda a forma com que uma nova geração de músicos se relaciona com a internet e apresenta de modo sucinto como os processos de divulgação e distribuição de obras musicais está diretamente relacionado às plataformas digitais atualmente.

A cena brasileira (não apenas a musical, mas sim a artística como um todo) carece de obras como essa, que no exterior se relaciona em diferentes níveis com os documentários Good Copy Bad Copy (no qual o Brasil tem participação de destaque através da experiência do tecnobrega) e Steal This Film, entre outros, que registram as transformações ocorridas nos últimos anos na sociedade através da forma com que lidamos com a produção intelectual e a troca de informações, principalmente através da internet. São meios de apresentar novas propostas de produção e distribuição de conteúdo e, muitas vezes, de questionar os interesses comerciais que visam estabelecer monopólios em vez de beneficiar a democratização ao acesso a bens culturais.


No caso de We.Music, um de seus pontos fracos é a proposta de unir os artistas selecionados (Chernobyl, Xis, Firefriend, Holger, Database, Killer on the dancefloor, Pristine Blusters e Thiago Pethit) em duplas para criarem músicas em parceria, o que resulta em trechos um pouco deslocados do contexto geral. Essas mesmas parcerias se justificam pelo fato de We.Music fazer parte de um projeto maior que inclui também um EP com as referidas canções produzidas pelas duplas, mas que diminui o potencial do documentário como obra informativa e histórica. Na tentativa de se captar o zeitgeist, uma forma menos analógica poderia ter sido escolhida para a criação das músicas, o que justificaria suas presenças no doc.

21 de setembro de 2010

Loja Meio Desligado de venda de CDs

O último CD de uma banda internacional que comprei foi em 2003. Nos 7 anos que se passaram desde então é provável que eu tenha adquirido no máximo 5 CDs de bandas alternativas brasileiras. Mesmo assim, escutei no mínimo 800 álbuns nesse período (algo que posso afirmar sem dúvidas, já que anotava todos os álbuns que ouvia no mínimo duas vezes, até que fiquei de saco cheio e larguei essa frescura).

Isso significa que eu ganho muitos CDs ou que sou um grande pirateador? Não.  Quer dizer, talvez sim, mas a questão é outra: nossos hábitos de consumo mudaram. Ao menos para mim, já não faz mais sentido ter CDs como suporte físico para a música. É por isso que estou vendendo praticamente todos os meus CDs e abandonando certo apego ao suporte físico para a música.

Há anos escuto muito mais música no celular e no computador do que em aparelhos de som criados especificamente com esse propósito. Pensando nisso, simplesmente copiei todos os meus álbuns em mp3 com qualidade de 320 kbps e guardarei somente aqueles cujo material gráfico se destaca (como os do Tool, com encartes feitos com materiais especiais), com dedicatórias ou que estejam tão arranhados que seria sacanagem "presentear" alguém com eles.

Ao longo dos últimos anos fui me desfazendo aos poucos dos meus CDs e os que restaram estão listados abaixo, todos em ótimo estado, por R$ 10 cada. Em relação aos CDs nacionais que ganho, ficarão comigo até que faça a crítica dos mesmos e então irão para a sede do coletivo Fórceps, onde ficarão à disposição para empréstimo ao público, de modo a criar uma "musicoteca" da cena independente brasileira.

 Faith No More - Angel dust
Faith No More - Album of the year
Oasis - Definitely maybe
Deftones - White Pony
Black Rebel Motorcycle Club - Take them on, on your own
Jimmy Eat World - Bleed american
Feeder - Swim
The Jesus and Mary Chain - Munki
Wilco - Wilco (the album)
Soulfly - Omen
New Moon soundtrack (trilha sonora com Thom York, Muse, BRMC, Death Cab for Cutie, The Killers, Ok Go e outros)
The Flaming Lips - Embryonic

Cobertura do festival Porão do Rock 2010

A Alê dos Santos, que já publicou alguns textos aqui no Meio Desligado, está de blog novo e armou uma cobertura coletiva do festival Porão do Rock 2010 lá no My Favorite Way.

Abaixo você confere o que escreveram sobre o show do Mombojó no festival, que também teve shows do Pato Fu, Autoramas, She Wants Revenge, Galinha Preta, Supersuckers e outros.
"... a banda pernambucana Mombojó atacou o público do Porão do Rock com hits certeiros e uma sequência final apenas com canções do disco de estréia que deixou os presentes satisfeitos, felizes e roucos de tanto cantar junto com o incansável vocalista Felipe S. E tem noites onde tudo dá certo. Até uma ausência que poderia comprometer, acrescentou ainda mais a apresentação da banda. O baixista original Samuel não veio a Brasília, “porque está gravando a novela das 8”, como explicou Felipe no palco. Porém, com isso a substituição não poderia ser mais acertada. O conterrâneo Dengue (Nação Zumbi e 3 na Massa), caiu como uma luva e transformou a já competente cozinha da banda ainda mais interessante e cheia de grooves. Resumindo. Som bom, alto e definido, repertório excelente, músicos entrosados, público na mão e ainda o palco ao lado da entrada, tudo contribuiu para uma noite inesquecível e praticamente perfeita".

20 de setembro de 2010

Cobertura do show de lançamento do CD "Certa manhã acordei de sonhos intranquilos", do Otto, em BH

Tinha uma menina com a logomarca do Asa de Águia tatuada na nuca na minha frente durante todo o show.

17 de setembro de 2010

A indústria fonográfica e a base da pirâmide

Por Leo Salazar, de Recife (PE)
A queda nas vendas de discos, alardeada pela imprensa, embalada pelo choro das gravadoras majors, não reduziu o consumo dos brasileiros pelo CD e pelo DVD. Pelo contrário, nunca se comprou tanto CD e DVD como agora. O varejo comemora o aumento, ano após ano, nas vendas de aparelhos de DVD e CD. O fato é que o brasileiro trocou o disco original pelo disco pirata, mais barato e mais acessível.

Uma pesquisa encomendada pelo Fecomercio/RJ ao Ipsos, em 2009, mostrou que o brasileiro acha justo pagar, em média, R$ 9,00 por um CD e R$ 13,00 por um DVD. Os valores estão mais próximos dos preços praticados pelos piratas do que pelas gravadoras.

As pessoas respondem que o baixo preço e a facilidade de encontrar o disco são os dois principais motivos apontados por elas quando questionadas pela razão de comprar disco pirata. Também dizem que prefeririam comprar o disco original, se acessível fosse (preço e facilidade).


Então por que, no curto prazo, as gravadoras não reduzem a margem de lucro e mantém o faturamento aumentando o volume de vendas?

E mais: por que as gravadoras não usam as carrocinhas de discos como eficiente canal de distribuição dos produtos e de promoção dos artistas?

Por que as gravadoras não oferecem opção de trabalho e renda, como revendedores de seus produtos, para pessoas desempregadas das classes C e D Brasil afora, assim como a Avon e a Natura usam cerca de 800 mil mulheres brasileiras de classe C e D como revendedoras de seus produtos originais?

A carrocinha de CD, por si só, não configura violação ao art. 184 do Código Penal, que define o crime de pirataria e estipula as sanções penais cabíveis. A carrocinha de disco nada mais é do que uma forma de vender disco de porta em porta. Assim como carrocinha de picolé ou de cachorro quente.

Dessa forma dois problemas seriam resolvidos de uma só vez: aumentaria a geração de riqueza na base da pirâmide social (trabalho e renda) e diminuiria as práticas ilícitas no país (pirataria).

Por que não?

O primeiro passo, a meu ver, é rever a estrutura de custos das gravadoras (leia-se jabá). Afinal, qual o grande custo de uma major atualmemte se não há ativo imobilizado, quase tudo é terceirizado e alguns artistas entregam a master finalizada?

Os executivos das majors não encontraram, e nem encontrarão, soluções para problemas empresarias dos países em desenvolvimento com modelos de negócios de países desenvolvidos. Pelo contrário, é mais provável que os novos modelos de negócios criados nos países em desenvolvimento ajudem a solucionar os problemas dos mercados nos países desenvolvidos.

Aos executivos da indústria fonográfica brasileira recomendo a leitura do livro A Riqueza na Base da Pirâmide – Erradicando a pobreza com o lucro, de C. K. Prahalad. Mostra casos de multinacionais que oferecem produtos e criam riqueza na base da pirâmide social em países como Índia e Brasil.

Obs.: os links e gráfico não estão no texto original e foram incluídos por mim, Marcelo Santiago.

Vendendo Peixe

Já que o nome é "Vendendo peixe", publico abaixo o material de apresentação do evento que acontece amanhã em BH e vocês decidem se simpatizam com a proposta ou não.



Vendendo Peixe ocupa terceiro andar do Mercado Novo

Evento aberto a participações no dia 18 de setembro terá artes plásticas, grafite, lambes, cinema, vídeo, instalações e shows
 
Um sábado, uma área quase esquecida no centro de Belo Horizonte e pessoas reunidas pela vontade de agir e criar farão acontecer o Vendendo Peixe, que será realizado no dia 18 de setembro, entre 10h e 18h, no Mercado Novo.

Mais que um espaço de exposição, o Vendendo Peixe é um encontro aberto à participação, gratuita, de pessoas interessadas em criar com liberdade, compartilhando ideias e passeando por um espaço inusitado da cidade.

Estarão presentes artistas plásticos, grafiteiros, músicos, fotógrafos, artistas digitais convidados e quem mais se apresentar espontaneamente. Por ser aberto, o que acontecerá no Vendendo Peixe é imprevisível e sua essência está justamente no acaso desses encontros.

Música, zine e bar
Durante todo o dia haverá shows de gêneros tão variados quanto a viola e o grindcore, passando por jazz, folk, rap, samba, rock setentista e surf music. A Sala de Viola Vicente Machado, formada por músicos que se encontram aos sábados no próprio Mercado Novo para tocar, abrirá a programação musical, que terá ainda apresentações das bandas Apto2qtos e Água de Cachorro, do rimador Casper Roots, do grupo Samba de Terreiro e das bandas Ram, Vostok Deluxe e Grupo Porco de Grindcore Interpretativo, que fechará o evento com chave de lata enferrujada.

No Vendendo Peixe também será lançado o zine “A Zica”, com trabalhos de 4e25, Alessandro Aued, Bárbara Angelo, Desali, Estandelau, João Maciel, Luiza Schiavo, Luiz Navarro, Matuto, Mosh, Paula Bevilacqua, Ricardo Portilho, Thiago Mazza, Toast/Antoine e Xerelll, de Belo Horizonte, além de Mayroca Estranhoca, de Curitiba.

Vários deles participarão do evento, ao lado da arte digital do Graffiti Research Lab Brasil, das intervenções em vídeo do movimento La Boquinha e de outros artistas e galerias.

No Bar do Peixe, será servida cerveja, refrigerante, água e a cachaça artesanal Pratiana. Para comer, além das lanchonetes e restaurantes do próprio Mercado Novo, haverá opções vegetarianas do Vegtuts.

Mercado Novo
O Vendendo Peixe ocupará o terceiro andar do Mercado Novo, que fica na avenida Olegário Maciel, a um quarteirão da praça Raul Soares. O prédio, até hoje inconcluso, data dos anos 1960 e é um projeto modernista dos arquitetos Fernando Graça e Sandoval Azevedo Filho. A maioria das dezenas de lojas do terceiro andar está fechada, deixando o espaço livre para o espetáculo da luz do sol, que entra pelas telhas furadas e pelos cobogós da fachada.


Kréu Krio
O Vendendo Peixe é a reedição do Kréu Krio, que foi realizado no mesmo terceiro andar do Mercado Novo em 2008. Autônoma e temporária, a mostra aconteceu paralelamente à 1ª BIG - Bienal Internacional de Graffiti de Belo Horizonte - também num sábado, em 5 de setembro daquele ano. O nome dadá foi trocado para Vendendo Peixe em referência ao grafite de um invertebrado aquático que se refugia num banheiro do Mercado Novo desde o Kréu Krio. O peixe conquistou a simpatia do síndico do mercado, que novamente cede o espaço para esta segunda edição.

Realização
O Vendendo Peixe é organizado por pessoas unidas pelo interesse em praticar ações autônomas que dialogam com a cidade, um grupo que usa o nome comum Urubois e que inclui os editores do guia on-line Mixsórdia.

Trata-se de uma iniciativa independente, realizada sem financiamento por lei de incentivo ou grande patrocinador. O Vendendo Peixe conta com o apoio financeiro da loja Detono Graffiti, das galerias Desvio, Quina e Mini e do café Arcângelo, além do apoio logístico do Endêmico Soundz, da Oficina de Imagens, do FitaK7 Podcast e do Mercado Novo BH.


Vendendo Peixe
Onde: Mercado Novo – av. Olegário Maciel, 742, Centro.
Quando:  Sábado, dia 18 de setembro, das 10h às 18h.
Entrada gratuita.

Edital de patrocínio Conexão Vivo

Inscrições no Conexão Vivo, programa de patrocínio de projetos na área musical da Vivo, terminam na próxima segunda-feira, 20 de setembro. A Vivo tem se destacado nos últimos anos como uma das principais empresas fomentadoras da música no Brasil, patrocinando, entre outros, festivais como o Coquetel Molotov (Recife), Se Rasgum (Belém), Omelete Marginal (Vitória) e Jambolada (Uberlândia). Fica claro que essa é uma ótima oportunidade para todos os empreendedores que têm projetos musicais aprovados via lei de incentivo, sendo que também há opção para aqueles que produzem projetos ainda não aprovados em leis de incentivo fiscal.

No vídeo abaixo, Kuru Lima, coordenador do Conexão Vivo, explica o processo. E, mais abaixo, estão as respostas às dúvidas mais comuns feitas à equipe responsável pelo edital.


1. Qual é a diferença entre proposta 1 e 2?
No Edital de Projetos Incentivados Conexão Vivo 2010 cada proponente pode cadastrar até duas propostas. Se você está cadastrando seu primeiro projeto, utilize a Proposta 1. Se for o segundo, a Proposta 2.
LEMBRE-SE - cada proponente terá apenas um projeto selecionado!

2. Onde se inscrevem Projetos de São Paulo e Rio de Janeiro, estados que tem lei de incentivo à cultura mas nao estão entre aqueles abrangidos pelo edital?
Projetos de proponentes de São Paulo e Rio de Janeiro, e demais estados que possuem Leis Estaduais de Incentivo à Cultura mas não estão entre aqueles abrangidos pelo Edital devem se cadastrar no Banco de Projetos. É também neste Banco que projetos aprovados em outras Leis [Municipais, Estaduais ou Federal] e projetos que não foram submetidos à leis de incentivo devem se cadastrar.

3. Há a possibilidade de salvar o projeto e continuar a preencher em outro momento?
Sim. Para isso, basta clicar, no final da Ficha de Inscrição, no botão "Continuar". Na página seguinte, confira suas informações e clique em "Salvar". 
Quando desejar continuar o preenchimento, acesse o portal, faça login, clique em "Edite seu Perfil", selecione a aba lateral esquerda - "EDITAIS", e na seção "Você já se inscreveu" escolha a Proposta em questão. Ao final da página, clique no botão "Editar" para continuar com o preenchimento.

4. Onde fica a ficha de inscrição?
Você pode acessar a Ficha de Inscrição seguindo os passos abaixo:
a) Crie seu perfil no Portal Conexão Vivo ou faça login, caso já tenha perfil criado;
c) Selecione a proposta que mais se adequa ao seu projeto; 
d) Leia as intruções, o regulamento e clique em "Li e aceito o Regulamento";
Pronto - na próxima página será exibida a Ficha de Inscrição!

5. Como eu finalizo minha inscrição?
Após preencher toda a ficha de inscrição, e carregar todos os arquivos que o Edital exige, clique, na página da Ficha de Inscrição, em "Continuar". Confira todas as informações do seu Projeto na página seguinte e clique em "Salvar". Acesse então a aba lateral esquerda "EDITAIS", selecione a Proposta que você já preencheu completamente e, no final da página, clique em "Enviar".
Ao clicar em "Enviar", será exibido uma caixa de mensagem com o seguinte texto - "Após enviado o perfil para o edital, ele ficará bloqueado para edição. Deseja continuar?". Caso você queira mesmo finalizar sua inscrição, clique em "OK". Em seguida, será exibido o seu número de protocolo.
IMPORTANTE: Anote esse número. É ele que identifica o seu projeto.

16 de setembro de 2010

Quem tem grana para ver tantos shows?

Um texto publicado pelo André Barcinski essa semana em seu blog na Folha de S. Paulo causou certa polêmica ao criticar o grande número de shows internacionais que acontecerá no próximo mês em São Paulo. Barcinski escreve: 
"Foi dada a largada. De agora até o fim de novembro, teremos uma overdose de shows internacionais por aqui. 
Desconfio que você já deve ter analisado com calma a lista das atrações e pensado em como gastar seu suado dinheirinho. Porque uma coisa é certa: ninguém tem grana para ver tudo. 
Uma rápida passada de olhos no calendário mostra que, num intervalo de 45 dias, entre a segunda semana de outubro e a última de novembro, o Brasil receberá pelo menos 50 bandas estrangeiras.  Atenção: estou falando de bandas internacionais. Não estão contabilizados grupos brasileiros, DJs, e shows menores em clubes. São pelo menos 50 grupos gringos tocando em grandes palcos."
Muita gente reclamou, mas acho que ficou bem claro, lendo o texto por completo, que o que o Barcinski critica é a concentração de grandes eventos em um curto período do ano e não o excesso de shows por si só. Como ele mesmo comenta, há uma enorme discrepância nas divisões de datas dos festivais e grandes shows internacionais, o que acarreta no acúmulo de eventos no segundo semestre. Esse acumúlo é ruim tanto para o público como para produtores e patrocinadores, já que são poucas as pessoas cujo poder aquisitivo permite comprar ingressos por mais de R$ 100 várias vezes em um mesmo mês. E quando você pensa que muitas pessoas que frequentam os grandes festivais em São Paulo ou os shows internacionais na verdade moram em outras cidades (e em outros Estados, em vários casos) a situação piora mais ainda, já que além dos caros ingressos há todo o custo de deslocamento.

E por que a situação não muda? Dois pontos são cruciais para a resposta, um referente ao mercado brasileiro, outro ao mercado internacional:
- No mercado internacional: no meio do ano, durante o verão no hemisfério norte, acontece a maioria dos grandes festivais por lá e é a principal época das bandas circularem por lá, aproveitando as férias e o clima.
- No Brasil: entre o fim e o início de cada ano as empresas estão focadas em ações relacionadas ao Natal, reveillon e carnaval. Pra piorar, boa parte das empresas só fecha seus balanços anuais em março, o que significa que só poderão definir seus patrocínios para o novo ano a partir de março/abril.

Como o dinheiro fica acumulado para ser gasto no segundo semestre, os grandes produtores acabam pagando cachês mais altos que o normal para ter de qualquer forma as grandes atrações que querem para seus eventos, o que acaba por inflacionar o mercado e piorar ainda mais a negociação para shows de artistas internacionais em outras épocas do ano.

Imagino que para mudar esse cenário seja necessário, principalmente, o interesse de produtores e patrocinadores em ocupar o calendário de forma mais heterogênea, o que possivelmente permitirá maior presença do público nos eventos. Uma maior proximidade entre produtores sulamericanos também poderia contribuir para a viabilidade das turnês internacionais pelo continente (algo que já vem acontecendo, mas que ainda tem um grande potencial a ser explorado, principalmente no que diz respeito a artistas de pequeno e médio porte).

Enfim, trata-se de um esforço coletivo necessário para mudar o mercado e que inclui também o público, que precisa se posicionar e apresentar seu desconforto aos produtores, patrocinadores e artistas. A internet também serve para isso.

Foto: Rein Nomm

15 de setembro de 2010

Nova coletânea de indie mundial

Mais uma edição da Music Alliance Pact, coletânea feita mensalmente por blogs de quase 40 países reunindo bandas independentes de seus respectivos países.  O Meio Desligado é o representante brasileiro e venho tentando alternar as regiões de origem das bandas para formar um panorama um pouco mais representativo da nova música do país. Dessa vez a selecionada foi a Neon Night Riders, de Maceió (AL). 


BRASIL: Meio Desligado 
Ecos de bandas como M83, Arab Strap e The Jesus And Mary Chain  podem ser percebidos em "South Travelling", da dupla alagoana Neon Night Riders, cujas referências de synthpop, britpop e shoegaze são constantes em suas canções. O primeiro CD da banda, The Neon Album, está disponível para download no perfil do Neon Night Riders no Last.fm.

ARGENTINA: Zonaindie
This is one of our favorite tracks from Mompox's debut album, Mompox and The Big Umbrella. The recording process took almost two years and if you listen to the album it's easy to understand why - it contains 16 songs with more than 30 musicians playing all kinds of instruments. The sound is a mixture of American pop from the 50s, with a bit of psychedelic rock and experimental sounds. It's a very eclectic record, so start with Feel Alright and then visit their MySpace for more songs if you like them. 

For a pair of low-key beat-makers from Sydney, Fishing have seen an impressive ascent from small Tumblrs through to Pitchfork's Playlist with barely an official release behind them. Without wanting to reduce them to a fad, Fishing capitalise on the chillwave trend and infuse their summery vibe with an heavy dose of limping glitch-hop. Heard it before? You may have heard something similar, but Fishing really do have the skills that leave the other bros with their blunts and laptops in the dust. 
 
CANADA: I(Heart)Music  
Once upon a time (that is, their first two EPs), The Love Machine were a fairly generic emo-pop band, albeit one that knew how to bring it live. With the release of their first full-length, Sweater Weather, however, TLM have transformed. They're still a great live band but, for the first time, they're equally great on record. This song captures that growth as well as anything. It's dark, heavy and, best of all, impossible to forget. 

CHILE: Super 45 
With straightforward pop their main goal, the songs of Denver - comprising Mariana Montenegro and Milton Mahan - evoke the sound of bands such as Abba, Electric Light Orchestra and those from the golden years of Motown Records. Their new single, Lo Que Quieras ("What You Want"), is one of the finest songs of the year. It is full of youthful promises and an epic mixture of string arrangements and sweet choirs.

CHINA: Wooozy 
Up-and-coming post-punk rockers The Fallacy have a unique blend of grungy badassness, noise and harmony that puts them right at the crest of China's post-punk wave, in which PK-14 and Re-tros have already gained a serious fanbase, both local and worldwide. Formed just two years ago in Xinjiang, Henan Province, their songs have a distinctly quelled energy brewing under a thin quilt of funk, punk, nefarious riffs and crooning vocals that are sure to secure many fans from all sorts of musical preferences. 

COLOMBIA: Colombia Urbana  
Profetas is duo Antombo and Pablo, and new single Baila is a good representation of their fusion sound, which takes in some elements of indie-pop. 

DENMARK: All Scandinavian 
Following three EPs, Danish math-rock (or, as they call it, mathbeat synthpunk) quartet Plok finally have a full-length debut out titled Sing Us Yr Guillotine Gospel. Through 12 mind-bending trips to places at least one step beyond, they stick it to the Man and the numbed masses. Exclusively for the Music Alliance Pact here's the awesome Kleenex Exposition. 

ESTONIA: Popop 
Iiris is a young singer-songwriter with ambitious dreams. At the moment she is crafting her debut album with mad scientist, producer and co-writer Sethh. Aspiring to create something special, they have ventured into a secret dimension where pop, rock, innovation, synthesizers, classical piano, electronic soundscapes, catchy melodies, random madness, senseless beauty, zombies, cats and unicorns all become one. 

FINLAND: Glue  
The sound of Hi-Horse is mostly based on the modern blues guitar of Jani Kamppi, but the band opens up its sound to the most surprising, and danceable, arrangements and textures. Their soon-to-be-released album, Concrete Clouds, is full of imaginative guitar-based pop tunes. 

FRANCE: ZikNation 
When listening to Smooth's music you get the strange impression of finding an old friend, a road companion, because their music draws on our own imagination where it moulds itself, each day, each rainy season, with pleasure or ecstasy. The trio borrows and mixes sounds and rhythms from their forefathers, displayed and put back together with inventiveness, jubilation and sensuality. 

GERMANY: Blogpartei 
It's quite uncommon to see two 16-year-old girls making folk music as relaxed as Tuo do. Tasmin and Oda create soundscapes with soft voices and two acoustic guitars which make you feel like walking barefoot on mossy ground. Walk With Me is a MAP exclusive from their debut album Walk On Silence, recently released on aspiring FlowerStreet Records. 

GREECE: Mouxlaloulouda 
After experimenting with different electronic dance genres and releasing material in several record labels worldwide, Chris Nemmo has just brought out his sophomore album, The Nautilus Project. It consists of several different aspects of the scene, employing dirty funky basslines, vintage melodies and atmospheric vocals in an effort to simulate a warm analog perception of the disco groove and aesthetics. This is Etten's second collaboration with Chris and she again provides a unique touch. Much of Half Human's seductive allure is owed to her lyrics and passionate vocal performance, which is as technically stunning as it is expressive. 

The band Barujarn, Icelandic for "corrugated iron", started in the fall of 2008. They play gloomy surf garage rock flavoured with metal or disco. The band members are Oddur on bass, Sindri on guitar, Leifur on drums, and Hekla on theremin. Barujarn has recorded an EP that features the song Skuggasorf and will record a full album soon. 

INDIA: Indiecision 
Rosemary is a three-piece post-grunge band from Mumbai. This young act has been making waves in the Indian indie scene over the past couple of years on the back of some major competition victories and regular gigging. Golden Trees is the product of post-Nirvana youthful exuberance. Distortion heavy and moshpit ready, this four-and-a-half minute track is an ode to Seattle '90s. Listen loud. 

INDONESIA: Deathrockstar 
Pasukan Perang Dari Rawa means "combat troops from the swamp". With heavy distortion, pre-historic barbaric drums stomping, deadly bass, deep vocals and a good attitude they're currently my favorite stoner band. 

IRELAND: Nialler9 
Groom's finest hour (well 50 minutes) arrived this month in the form of their third album Marriage. It's a slightly sardonic examination of relationships and life set to an earnest indie-pop backing. It's lovely stuff and only five euros from their Bandcamp site where you can also stream it. Go pop! 

ISRAEL: Metal Israel 
Vocalists using scream techniques are a dime a dozen but Godwrath boasts a female screamer with more cojones than most of the guys out there, topping their aggressive metal groove with a hardcore edge. 

ITALY: Polaroid 
A Classic Education recently described their sound as "night music for lazy afternoons", but I think there's more to it than that. Dreamy and strong at the same time, vibrant and uplifting, Gone To Sea is a lush pop gem, a perfect example of their amazing songwriting skills. It's taken from their new Hey There Stranger EP, out this month on US label Lefse Records (Neon Indian, Dominant Legs). 

JAPAN: JPOP Lover  
World's End Girlfriend is the orchestral post-rock and experimental electronica project of Katsuhiko Maeda. He has just launched his own label, Virgin Babylon Records, and released an irregular pop album, Seven Idiots, on September 14.

This is the story of a Mexican band flirting with a Canadian sound. On their second album The Stars And Suns Sessions (2007), the four-piece settled for some months in a studio on the countryside outside Toronto to make a record guided by Dave Newfeld (Broken Social Scene). For their third album TRE3S (2010), Chikita Violenta went back to Ontario to explore deeper into that particular sound reigning on the Arts & Crafts label: a maple leaf wall of sound vined with many layers of guitars, bittersweet-abstract choirs and a happy-go-lucky vibe. 

NETHERLANDS: Unfold Amsterdam  
Apneu are lo-fi in their garage-pop approach, but high fidelity isn't essential when you can round off songs so succinctly. At times they employ the basic chord structures and slacker pace of Pavement, focussing on the purity of the melody. At others, they lose themselves in the groove, knocking out energetic garage-rock jams. A hugely entertaining live band in the Amsterdam scene, they're now learning to commit their raw pop harmonies and sense of fun to tape. 

NEW ZEALAND: Counting The Beat  
Thumping drums provide the foundation for this fantastic song that starts with the drums, vocals and keyboard before going instrumental, adding post-punk guitar chords and then, remarkably, at around the two-thirds mark, brass (or at least brass samples). The song is so well constructed I keep coming back to it to just listen to how they put it together. Sharpie Crows, from Wellington but currently living in Australia, have two EPs available on their Bandcamp

NORWAY: Eardrums 
This month's Norwegian MAP artist may as well be called a Nordic band because half of them are Swedes and the other two are from Finland and Norway. The Norwegian member is Kim Hiorthoy, well known as an electronic musician, graphic designer, illustrator, filmmaker and writer. Unlike his other recordings, Drivan's debut Disko is mostly acoustic and has a very organic sound. It's very much a pop record, but a weird and wonderful one, full of field recordings, strange lo-fi sounds and partial conversations. The vocals are sung in Swedish by Lisa Ostberg, Louise Peterhoff and Kristiina Viiala, who also have taken part in composing the songs together with Hiorthoy. Disko is released on Smalltown Supersound

PERU: SoTB 
Pastizal are an innovative band that almost came out of nowhere. Based in Lima, their music comfortably delves into psychedelia, shoegaze and experimental beats, but essentially rock is at its core. Apoxon You was first included in a free compilation released by Peruvian label Dorog Records. 

The band Triplet have been around for eight years and have played all over Europe, but they only released their debut album, A Fight For Your Heart, in 2007. Their new EP, Noise, Noise, Noise, is being distributed freely here. Even though they are called Triplet they have four members – vocalist Jasmin Jones was our guest in February's MAP with her solo record. 

ROMANIA: Babylon Noise  
This month, for the first time, we have a band singing in Romanian. Alternativ Quartet are rather new on the Romanian scene: four young men from a small town - now living, studying and making music in Cluj. They are about to release their debut album, Linistea Astupa Goluri, which is a combination of experimental, post-rock, prog and other styles perfectly mixed. They sing about dreams and monsters, revelations and silence. 

SCOTLAND: The Pop Cop 
Modern technology has made it easier than ever before to make and distribute music. This is most definitely a bad thing. The deserving are being drowned out by a tidal wave of bands and bedroom musicians, and the din of mediocrity is deafening. One of this year's finest albums came out in July and I never even saw it coming. At times it sounds like the missing link between Pavement and REM. It is engrossing, unpretentious and displays a real understanding of how to write a song that people will actually want to hear more than once. The band is Endor, the album is called Endor, and you can buy it here

SINGAPORE: I'm Waking Up To... 
Lunarin sound bigger than what you would expect for a three-piece band. They've played music for almost 15 years together, although they've only ventured down the path of a grungier, more progressive metal sound in the last five or so years. The culmination of all this is the brazenly self-recorded and produced Duae, which sees them embracing the path they've carved for themselves, with their influences of Tool, A Perfect Circle and Tori Amos firmly etched on their sleeves, like tattoos burned into skin. Lunarin take a familiar sound from the late 90s and with blistering conviction, spit a Molotov of poetic metaphors and bone-crushing riffs, all laced with Linda's "love 'em or leave 'em" vocals to slow crush your skull with. 

SOUTH AFRICA: Musical Mover & Shaker! 
Dance, You're On Fire make music "for the love of music as a form of art". Their sound is a smooth slice of indie progressive rock mixed in with a slight alternative edge. Their single, Little War, off their new album, shows their ability to write rock songs with catchy hooks and also showcases a new, more polished sound that they have cultivated since the release of their EP. Dance, You're On Fire have all that is needed to succeed - with a catchy name and an even catchier sound, they are certainly a band to keep an eye on. 

SOUTH KOREA: Indieful ROK 
The five members of The Quip may all be a little heavy on the drinking, but that hasn't kept them from making some really good music. Their self-released debut EP Almost The Same offers plenty of variety with a psychedelic-grunge-experimental sound base. It came out this summer and was mixed and mastered by Apollo 18 bassist Jelly Boy. With the sound of a djembe setting a haunting mood, Custard Pie is an addictive, largely slow-paced tune with a finale that sees all of the band's rock energy unleashed. 

SWEDEN: Swedesplease 
I'm a big fan of the band Ed Greene. In fact, if you were to twist my arm I might say they're the best unsigned band in Sweden. At one time Ed Greene used to be a solo outfit but of late the band has been filled in and fleshed out. They readily admit a history of missteps and false starts but now they're back with an album of 11 new songs. Love (She Tells Me There's A God Above) may be one of the catchiest but there are presumably more where this came from. 

SWITZERLAND: 78s  
Choo Choo is steam-powered indie-pop from Bern, the capital of Switzerland. The band has just released new track It's A Good Thing from their forthcoming as-yet untitled record which will be released in January. They recorded it in the Svenska Grammofon Studion together with producer Kalle Gustafsson (Jose Gonzalez, Junip, Shout Out Louds, The Soundtrack of Our Lives, El Perro Del Mar, Mando Diao, Jens Lekman and many more). Definitely a big promise for 2011. 

UNITED STATES: I Guess I'm Floating 
Marnie Stern hails from New York City and is a thirty-something female rocker with guitar chops and stellar songwriting skills. After the success of her 2008 release This Is It, I wondered how Stern would build upon it, but her upcoming self-titled LP looks to be just as solid. New single Transparency Is The New Mystery is an awesome jam, from heart-pounding drums and shrilling vocals to the shreddable guitar - Stern's doing edgy rock and roll right. 

VENEZUELA: Barquisimento 
Kuartzo is a band from Barquisimeto that started in 1998 playing mostly covers. In 2000, they ventured into writing their own material and recorded Cabalgando Mariposas, their first CD. They put their previous music experiences in the mix, developing the band's original sound of refreshing rock ballads. They are now working on their third album, Victima de la Moda ("Fashion Victim"), from which this song, No Estas Aqui, is taken.

Arquivos do blog