Miike Snow no Circo Voador
O estopim foi o show da banda sueca Miike Snow, realizado nesse esquema no Circo Voador na última segunda-feira, 20 de setembro. A movimentação deu certo, gerou interesse na imprensa, atraiu empresas (Tecla Music, Grupo Matriz, Das Duas e Multishow), circulou entre o público e cerca de 850 pessoas compareceram ao show (em uma segunda-feira, vale relembrar), mostrando que, sim, há espaço (e público) para novos nomes da música mundial na cidade brasileira que representa o país mundialmente (para o bem e para o mal).
O vídeo abaixo mostra como estava o Circo Voador no show do Miike Snow.
Para entender o processo de realização do show, segue trecho explicativo do Bruno Natal sobre os 60 cariocas empolgados, que agoram planejam levar a banca escocesa Belle And Sebastian ao Rio:
"O Miike Snow queria tocar no Rio. Porém, o show não era confirmado porque ninguém quis arriscar pagar o custos da banda, um cachê de US$ 8 mil + 12 passagens RJ-SP, R$ 2.980 de hospedagem, alimentação e transporte, totalizando, com o dólar no valor de hoje, um valor arredondado de R$ 20 mil*.Procuramos a produção do Circo Voador e propusemos pagar os custos da banda se eles assumissem os custos da casa (limpeza, segurança, funcionários, aluguel de equipamentos) e dividíssemos o valor do ingresso depois de descontar 5% da bilheteria relativo ao ECAD. Eles toparam.Por email, organizamos uma campanha entre amigos para rachar os custos e viabilizar a vinda da banda. Nascia o “Miike Snow no Rio”.Distribuímos o valor total em 100 unidades de R$ 200. Cada um que pagasse teria direito a um ingresso e, com todas as unidades vendidas, o show estaria garantido (se não fossem vendidas todas as cotas, não haveria show e o dinheiro seria devolvido).Vencida essa primeira etapa, começaria a venda de ingressos. Com 800 vendidos todos que compraram uma unidade teriam dinheiro devolvido e assistiriam o show de graça. O prazo para confirmar com a banda era curtíssimo, menos de um dia. Mesmo assim, o objetivo foi cumprido em tempo recorde.Não apenas 60 unidades evaporaram, como a empresa de music branding Tecla Music, Grupo Matriz e Das Duas e o canal Multishow apoiaram a mobilização e diminuíram o risco de quem pagou R$200. Agora precisam ser vendidos apenas 480 ingressos para conta empatar.A motivação não é ganhar dinheiro com o show, embora isso possa acontecer. Nossa vontade é tirar a cidade da inércia. É quebrar este círculo vicioso (e viciado) segundo o qual o Rio não teria público que justificasse a vinda de artistas que não sejam consagrados.Por isso quanto mais gente engajada no projeto, mais forte ele fica, em termos de repercussão na mídia, capacidade de atrair público e sucesso. O Rio nunca precisou disso, mas agora nossa força como público se faz necessária".