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22 de setembro de 2010

We.music - Como a web revoluciona a música?

Lançado em junho deste ano, o documentário "We.music - Como a web revoluciona a música?" tem como maior trunfo realizar o registro histórico de um momento no qual a internet já passa a ser considerada como elemento inerente à cadeia produtiva da música. Tendo como objeto artistas originários ou radicados em São Paulo, We.Music aborda a forma com que uma nova geração de músicos se relaciona com a internet e apresenta de modo sucinto como os processos de divulgação e distribuição de obras musicais está diretamente relacionado às plataformas digitais atualmente.

A cena brasileira (não apenas a musical, mas sim a artística como um todo) carece de obras como essa, que no exterior se relaciona em diferentes níveis com os documentários Good Copy Bad Copy (no qual o Brasil tem participação de destaque através da experiência do tecnobrega) e Steal This Film, entre outros, que registram as transformações ocorridas nos últimos anos na sociedade através da forma com que lidamos com a produção intelectual e a troca de informações, principalmente através da internet. São meios de apresentar novas propostas de produção e distribuição de conteúdo e, muitas vezes, de questionar os interesses comerciais que visam estabelecer monopólios em vez de beneficiar a democratização ao acesso a bens culturais.


No caso de We.Music, um de seus pontos fracos é a proposta de unir os artistas selecionados (Chernobyl, Xis, Firefriend, Holger, Database, Killer on the dancefloor, Pristine Blusters e Thiago Pethit) em duplas para criarem músicas em parceria, o que resulta em trechos um pouco deslocados do contexto geral. Essas mesmas parcerias se justificam pelo fato de We.Music fazer parte de um projeto maior que inclui também um EP com as referidas canções produzidas pelas duplas, mas que diminui o potencial do documentário como obra informativa e histórica. Na tentativa de se captar o zeitgeist, uma forma menos analógica poderia ter sido escolhida para a criação das músicas, o que justificaria suas presenças no doc.

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