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29 de fevereiro de 2012

2012: o ano de BH?

Possuo 33 textos inacabados salvos na pasta de rascunhos do Meio Desligado. Desde a cobertura de um show do Ludovic em 2007 à minha experiência no primeiro festival Planeta Terra, alguns textos não foram publicados por perderem o momento correto de publicação ou simplesmente por não serem finalizados com qualidade.

O texto abaixo foi escrito entre o fim de 2008 e o início de 2009, seu título original era "2009: o ano de BH?". Ele não foi publicado porque até o dia 22 de Março de 2009 sofria eventuais alterações, principalmente em uma listagem de bandas e projetos culturais em atividade no período que finalizava o artigo (e que não foi incluída nesta versão).

Festival s.e.n.s.a.c.i.o.n.a.l, realizado de forma independente, na Praça da Liberdade
Agora, no início de 2012, me parece que o atraso em sua publicação não foi em vão. As palavras estão intactas e refletem melhor o momento atual da cena cultural de BH do que anteriormente (parece que minhas expectativas estavam três anos adiantadas). Ao ler os parágrafos abaixo identifico o ímpeto transformador que resulta em ações como o carnaval de rua de Belo Horizonte, o desenvolvimento do público e das bandas locais, a discussão do uso do espaço público para atividades culturais e a realização de eventos cada vez mais s.e.n.s.a.c.i.o.n.a.i.s pela cidade. Mais do que nunca, sinto orgulho de fazer parte disso e mais motivado ainda a continuar contribuindo, mesmo que minimamente, para a construção de uma cena mais diversificada, movimentada, acessível e _________ (complete com outros adjetivos positivos e empolgantes/empolgados).

Chega de falação. Com vocês, a máquina do tempo meio desligada.

Você já se sentiu vivendo um momento especial, não referente apenas à sua vida pessoal, mas sim a um tempo específico, um momento histórico no qual você está inserido e suas próprias ações poderão influenciar diretamente, mesmo que em pequena escala, tudo o que virá adiante? Várias vezes ao longo do último ano tive essa sensação. Durante conversas, eventos, refletindo sobre variadas questões ou simplesmente vagando enquanto observava a arquitetura da cidade, a impressão de que algo importante e único estava sendo realizado e/ou tramado naqueles instantes pela capital mineira (e região) era ao mesmo tempo instigante e preocupante. 
Estariam pequenos levantes artístico-ativistas sendo organizados em botecos, blogs e Gmails ou seria esse apenas mais um reflexo do tédio da juventude de classe média? O tempo de duração da empolgação de cada pessoa diferencia um passatempo de um princípio ideológico. Ter a noção de que a movimentação em curso pode resultar tanto em ações profundas e alterações nas vidas de muitas pessoas como pode terminar precocemente (algo bom no início, mas que após um breve período de prazer intenso será deixado de lado e trocado pelo retorno à rotina e a indiferença) pode ser perturbador.
Muitas pessoas dependem que lhes mostrem como e qual é o momento em que estão vivendo, para só então terem uma visão (um pouco) mais ampla da situação. Um papel cada vez mais aberto à atuação da internet e suas crescentes e multiplicadoras possibilidades. 
Os próprios agentes da mudança perpetrada atualmente talvez subestimem o valor de suas ações e é por isso que acredito ser importante listá-las e reuní-las, não apenas para que o restante do país se informe sobre o que está em execução por estes lados, mas para que a própria cena tenha conhecimento de si própria, se conecte, critique, amplie, desenvolva. É preciso se conhecer e se auto-avaliar para evoluir. 
Talvez eu esteja errado e esse seja apenas um movimento cíclico ocorrido a cada geração. Ou talvez seja somente uma visão extremamente pessoal. Não importa a reposta, não tenho dúvida de que os últimos meses foram extremamente estimulantes e têm apresentado uma nova maneira de relacionamento com a cultura e todas as variadas ações que a envolvem.
Em 2007, a chamada “cultura alternativa”, em especial o rock independente, foi tomado por uma usina em expansão intitulada Fora do Eixo, responsável por estabelecer uma estratégia de circulação de conhecimento, desenvolvimento das cenas locais e aproximação entre ações culturais e sócio-econômicas. O ano de 2008 foi marcado pela descentralização, seja ela de festivais, informação ou conteúdo. Obviamente, não se trata de um ambiente totalmente descentralizado, porém melhor distribuído do que nunca anteriormente. 
A meu ver, 2009 é o ano em que Belo Horizonte (e Minas?) poderá ser tomada como exemplo para que outras cenas culturais desenvolvam trabalhos relevantes, não-limitados ao entretenimento e que perpetuem, gerando novas e conceituadas (além de conceituais) ações. E o interessante é que muitos dos responsáveis por tudo isso são pessoas com seus vinte e poucos anos, a geração mais bem informada e multicultural da história, que têm às mãos a internet e possibilidades de execução de ideias com baixos custos. Enfrentando a falta de conhecimento e de informação (informação é conhecimento?), conservadorismo e preguiça, fortes empecilhos que resultam em menos espaços e verba, alternativas são buscadas para viabilizar ideias e concretizar desejos divididos coletivamente. 
Não importa de onde você é ou onde está, a informação contida aqui, em dezenas de outros blogs e listas de discussão pode mudar sua visão e/ou estimular novos pensamentos sobre arte, cultura, Belo Horizonte ou qualquer outra coisa. Cada ação é extremamente importante. Lembre-se disso. 
E só pra não terminar tão otimista e manter os pés no chão:

Ps: somente os quadrinhos do Malvados foram adicionados no texto original.

28 de fevereiro de 2012

Sorteio de ingressos para os shows da volta do Los Hermanos

A maioria dos ingressos para os shows da turnê de volta do Los Hermanos estão esgotados, mas os fãs que ainda não garantiram os seus ainda têm uma última chance. A gravadora Som Livre dará ingressos para os onze shows que o Los Hermanos fará (nas cidades de (Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo) através de uma ação que acontecerá em sua página no Facebook na tarde de hoje, 28 de Fevereiro, durante o jogo amistoso da seleção brasileira de futebol, a partir das 16h. Segundo informações da gravadora, chamadas para o perfil da Som Livre no Facebook aparecerão nos paineis laterais do campo durante a transmissão.

Para os fãs sem ingresso, hora de ficar com TV e computador ligados e tentar a sorte.

27 de fevereiro de 2012

Revista Marimbondo: cultura, arte e espaço público em BH

São 96 páginas sobre o espaço público, a relação entre a população e a cidade, questões políticas e artísticas ligadas ao espaço urbano. A primeira edição da revista  Marimbondo  amplia o debate e registra um momento importante de reflexão e ação da sociedade civil em relação à cultura urbana e políticas públicas que promovam a interação entre arte e o espaço público.

Distribuída gratuitamente em Belo Horizonte (no Tambor Mineiro e nas livrarias Quixote e Mineiriana), a Marimbondo é uma revista cujo objetivo é falar de "arte e de cultura para além da agenda cultural e da crítica especializada", com foco exclusivo na cidade de Belo Horizonte. O projeto gráfico minimalista e elegante é um dos diferenciais e ajuda a absorver o conteúdo complexo de alguns artigos (marcados pelo viés acadêmico), fundamentais para o aprofundamento no tema desta primeira edição. 


A Marimbondo estreia registrando iniciativas culturais importantes para a resignificação de espaços públicos em BH, como a transformação da área debaixo do viaduto de Santa Tereza a partir da realização do Duelo de MC's na região e da Praia da Estação, movimento/manifestação responsável por aproximar um significativo número de pessoas para repensar a ocupação artística da cidade. Paralelamente, a revista traz entrevista com pesquisadores e acadêmicos e faz um histórico do posicionamento do poder público sobre a questão da utilização do espaço público para manifestações artísticas.

A revista pode ser solicitada gratuitamente por quem residir fora de Belo Horizonte e o download de sua versão em PDF pode ser feito no site oficial, revistamarimbondo.com.br. Uma versão online da revista também está disponível, tendo como pontos negativos o fato de apresentar seu conteúdo através de arquivos de imagem, o que impossibilita a seleção do texto, e de não ser registrada em Creative Commons (o que permitiria a livre circulação de seus textos). Assim como a Bequadro, outra revista comentada no Meio Desligado recentemente, a Marimbondo é patrocinada pelo Conexão Vivo, programa de incentivos culturais da Vivo.

24 de fevereiro de 2012

Revista Bequadro apresenta diversidade da música baiana


Uma revista sobre música baiana pode parecer desinteressante para muitos, mas isso apenas reflete a necessidade de se divulgar outras facetas da cena local, principalmente sua produção contemporânea alheia ao mercado de axé. Isso é o que se encontra na revista  Bequadro , atualmente em seu primeiro número. Distribuída gratuitamente e produzida com patrocínio do Conexão Vivo através da lei de incentivo à cultura do Governo da Bahia, a primeira edição da Bequadro faz um apanhado da atual cena musical de Salvador sem se restringir a gêneros específicos, o que resulta em uma espécie de catálogo da diversidade da música produzida na capital baiana.

Estão presentes nomes mais conhecidos, como Pitty (com seu projeto Agridoce) e Luiz Caldas, mas abordados de forma diferente. Caldas, por exemplo, dá entrevista ao lado de Vandex, ex-Úteros em Fúria, e resgatam o passado recente do mercado musical baiano e sua transformação ao longo das últimas décadas. Um dos diferenciais da revista é a integração entre elementos típicos da cultura afro-brasileira (muito forte na Bahia) e a música moderna. Poder ler sobre a história dos blocos afro de Salvador sob uma perspectiva histórica, conhecer novos expoentes do hip hop e do dub e ainda descobrir mais sobre um dos maiores nomes do arrocha em uma mesma revista é um fato louvável.

Sem preconceito, a Bequadro mistura o brega (sem intenções pejorativas, apenas como marcação de estilo) Pablo - A voz romântica, o rock instrumental do Retrofoguetes, a erudição da Orquestra Sinfônica da Bahia e o experimentalismo da OCA - Oficina de Composição Agora e cria um interessante panorama da diversidade musical presente em uma região estigmatizada pelo axé e o pagode.

A versão em PDF está disponível para download no site da revista, assim como versões digitais dos textos. Para quem quiser um atalho para o que há de melhor na revista, segue abaixo indicações de três textos da Bequadro.

Aos 11 anos, Pablo disse ao pai que não queria mais a vida de vendedor de picolé que levava em Sergipe. Conseguiu uma carona com um motorista de ônibus e voltou para a terra natal, Candeias (BA), para fazer o que mais gostava: cantar. Foi com ele, inclusive, que o menino havia começado anos antes, aos 6 de idade, nas serestas da cidade. Hoje, já com uma década de carreira nas costas, Pablo, conhecido como A Voz Romântica, é um dos maiores nomes do arrocha na Bahia. Vaidoso, sempre bem vestido, com cuidadosos cortes de cabelo, aos 25 anos, ultrapassou o conceito de mero cantor. Pablo mantém uma empresa de produção, carrega uma equipe com mais de 30 profissionais em seus shows, faz diversas apresentações semanais e ainda cria dois filhos pequenos.
Casado desde os 14 anos, Pablo é precoce em quase tudo. Decidiu os rumos da vida cedo, começou a cantar, assumiu o vocal da banda Asas Livres, vendeu muitos discos, saiu de casa, casou, comprou apartamento, tudo com menos de 16 anos de idade. “Meu primeiro dinheiro foi para comprar um apartamento para minha mãe, o segundo um pra mim”, explica, revelando que tudo o que possui na vida deve ao arrocha, estilo que ele ajudou a criar e a tornar popular. Há versões diferentes e outros que cobram a paternidade do gênero, mas Pablo é tido pelo público como o pai do arrocha. Ele diz que inventou o nome arrocha vendo os casais dançando de forma, digamos, mais quente, na plateia. 

O maestro Letieres Leite, 51 anos, concebeu o que parecia impossível. Uma orkestra, assim mesmo, com k, como no original grego, que mescla a força seminal da música de matriz africana com a tradição do jazz e do erudito contemporâneos. Numa composição de sopro e percussão, misturou Bahia com New Orleans, candomblé com big band, orixás com ícones do jazz. O resultado é único, intenso, refinado e talvez o que há de mais inovador na música instrumental do país.
Duvida? Experimente se deixar levar pelo poder dos atabaques, surdos, timbaus, caixa, agogô, pandeiro e caxixi, que se unem a trompetes, trombones, saxes (alto, tenor e barítono, uma família completa) e tuba. Impossível não ser tragado pela vibração que emana da Orkestra Rumpilezz, especialmente se for em apresentação ao vivo. Aí, a conversa é outra, o público vibra em uníssono numa espécie de transe de euforia, difícil de ser contido. “Sinto nos shows que as pessoas percebem sua ancestralidade. Em todos os lugares em que a gente toca, as pessoas ficam curiosas”, confirma Letieres.
A década de 70 foi época de grandes transformações culturais, políticas e comportamentais em várias partes do mundo. A população negra de Salvador, influenciada pelo movimento Black Power, reinventava novas formas de afirmar sua negritude. Os terreiros de candomblé, embora perseguidos pela intolerância religiosa vigente, eram uma dessas fontes. Traço fortemente característico nos blocos afros.
Salvador já tinha uma grande participação negra em escolas de samba, afoxés e blocos de índio. Mas foi em 1974 que surgiu o primeiro bloco afro fundado na Bahia, o Ilê Aiyê, nascido no Curuzu, Liberdade. Pela primeira vez, uma agremiação carnavalesca expressava claramente nas letras de suas músicas o protesto contra a discriminação racial, ao mesmo tempo em que valorizava enfaticamente a estética, a cultura e a história africana. Assim como o Ilê Aiyê, emergem na mesma década outros blocos afros, tais como o Mutuê (1975), o Olodum e o Malê Debalê (1979), todos formados por moradores de bairros populares como Liberdade, Itapuã e Pelourinho.

A nova TV é social

Socialtape, ShowYou, Shelby, VHX, Dragontape, Cull. Nomes que podem não significar muito para você mas que representam um novo estágio na forma que consumimos e compartilhamos vídeos. Essas são algumas das ferramentas que formam a "TV social", na qual a programação é construída a partir de interações sociais e o resultado final é personalizado e online. Boa parte dessas ferramentas criam "canais virtuais" a partir dos vídeos enviados pelos amigos/contatos de um determinado usuário no Twitter, Facebook, Tumblr e outras redes sociais, mas possuem suas singularidades.

O  Socialtape  é um aplicativo para Facebook e iPhone que reúne os vídeos enviados por seus amigos na rede social em forma de mixtapes visuais (listas de reprodução). A interface é semelhante a de programas de edição de vídeo/áudio em camadas e permite que o usuário facilmente altere a ordem, adicione ou retire vídeos da lista, que na sequência pode ser compartilhada e reproduzida em outras páginas da web. O Socialtape é complemento do Dragontape, serviço para criação de mixtapes a partir de vídeos do YouTube ou arquivos de áudio do Soundcloud, que podem ser criados individualmente ou de forma coletiva (ou até mesmo a partir de vídeos tweetados juntos de alguma hashtag específica, como #carnaval, resultando em uma lista atualizada constantemente a cada 15 segundos). A diferença, neste caso, é que o Dragontape é focado na música.



O Showyou é exclusivo para dispositivos da Apple (iPhone, iPad, iPod Touch) e Kindle Fire. Suas listas de reprodução automáticas são criadas através dos vídeos compartilhados pelos seus contatos no Twitter, Facebook, Tumblr, Vimeo e/ou Youtube.

O Shelby capta vídeos compartilhados no Vimeo, Youtube e Twitter e, diferente do Socialtape, que é um aplicativo que funciona dentro do Facebook ou no celular, funciona em site próprio. Com interface próxima ao Shelby, o VHX é bastante semelhante mas tem o diferencial de ter o intuito de também funcionar como uma rede social, com a opção de seguir outros usuários, criação de diversas playlists e canais específicos como o da equipe do serviço e os mais populares entre todos os usuários.

Já o Cull tem como proposta ser "o canal de música do futuro". O site permite que o usuário crie ou acompanhe canais específicos, geralmente focados em estilos de músicas específicos ou de acordo com algum tema. Diferente dos outros serviços que agregam vídeos espalhados por redes sociais, o Cull tem a ideia de curadoria de conteúdo como ponto central na construção de material relevante para o público.

Prestes a completar um mês em funcionamento, a TV Meio Desligad@ (com 100 vídeos no ar) é uma experiência nesse sentido. Os curadores constroem o conteúdo diferenciado e considerado relevante, ao mesmo tempo em que o fluxo das redes sociais influencia a programação. As escolhas de cada curador agora também podem ser assistidas isoladamente aqui no Meio Desligado e há mais uma forma de visualização dos arquivos mais instintiva e sem categorizações. Isso, agora. Porque o formato é vivo e em constante transformação.

22 de fevereiro de 2012

O Carnaval do amor (politizado) em Belo Horizonte

Bloco da Praia da Estação em frente à Prefeitura de Belo Horizonte
Um ano atrás, era muito improvável, tanto na minha vida como na de muitas outras pessoas, planejar permanecer em Belo Horizonte durante o período de Carnaval sem que isso se limitasse a uma programação alternativa à festa. No entanto, uma movimentação relativamente recente (e crescente) tem espalhado uma sensação de tomada das ruas pela capital, utilizando cultura e diversão como principais ferramentas.

Desde o dia 15 de Fevereiro, quarta-feira, meu primeiro Carnaval em BH provou-se intenso e marcante. Enquanto 4instrumental e Festenkois se preparavam para tocar no Nelson Bordello, centenas de pessoas lotavam a parte inferior ao viaduto Santa Tereza em um bloco animado por músicas de Tim Maia ("Chama o síndico") até quase três da madrugada.

Bloco Chama o Síndico debaixo do Viaduto de Santa Tereza
Tentando recapitular agora é extremamente difícil elaborar uma cobertura em ordem cronológica dos últimos dias, mas é certo que foram dias especiais. Blocos lotados fizeram a festa principalmente nos bairros Santa Tereza e Santa Efigênia (e também no centro da cidade e na Savassi, além de outras regiões nas quais não estive). Os principais pontos de agitação foram o Bar Brasil 41 (com o bloco do Peixoto e do Aproach, versão carnavalesca da banda de rock instrumental / surf music Proa) e duas praças de Santa Tereza mais conhecidas pelos bares que ali se encontram: o Bolão e Orlando. Na praça do Bolão, aliás, um dos momentos mais incríveis desse carnaval, com milhares de pessoas presentes para participar do bloco/banda da Alcova Libertina, que fez versões carnavalescas para bandas como Strokes, White Stripes, Blur, Beatles e Nação Zumbi.

Um dos motivos para a "carnavalização" da capital parece ser justamente o agrupamento de jovens "agitadores culturais" (termo besta que reproduzo na falta de melhor substituto - meu corpo ainda está se recuperando) em coletivos culturais, como a própria Alcova Libertina, Outro Rock, Fora do Eixo e também em coletivos informais, agrupamentos de pessoas com interesses comuns e ativos politicamente. Carnavalizar é um ato político por essas bandas.


Foi um carnaval de agitação e amor, explicitado nos rostos marcados pelas adesivos em formato de coração distribuídos pelo Bloco do Amor e que estavam presentes em pessoas nos mais diversos cantos, a toda hora do dia. Dias de festa que deram continuidade à efervescência cultural vivida em BH em 2012 e que também fortaleceram questões políticas, seja na manifestação pacífica contra o Prefeito Márcio Lacerda em frente ao prédio da prefeitura ou através de marchinhas sobre políticos corruptos, como a já famosa "Coxinha da madrasta". O único incidente violento que presenciei, aliás, envolveu uma questão política e foi executado pela Polícia Militar, que explodiu uma bomba em plena Avenida Afonso Pena para dispersar o bloco da Praia da Estação que, naquele momento, estava cantando uma marchinha anti-prefeito - que começa com "M" e termina com "erda" mas não é suficiente pra acabar com a festa.

15 de fevereiro de 2012

Music Alliance Pact de Fevereiro com Graveola e o Lixo Polifônico

O Meio Desligado é o representante exclusivo do Brasil no Music Alliance Pact, projeto global que envolve cerca de 40 blogs especializados em música, de diferentes países, que mensalmente realiza uma coletânea com bandas independentes/alternativas desses países. Todo dia 15 é publicada a coletânea com uma música escolhida pelo representante de seu respectivo país de origem. No Brasil, essa função é exercida pelo Meio Desligado. Na Inglaterra, por exemplo, o representante é o jornal The Guardian.

A coletânea deste mês pode ser baixada no Mediafire. Para saber e ouvir todas as bandas brasileiras que fizeram parte da MAP acesse a página do projeto aqui no Meio Desligado.

ARGENTINA: Zonaindie 
Cosmo - Cazador Cosmo is an indie-pop band which features members or former members of other groups that are well-known to the Buenos Aires independent music scene (Pablo de Caro from Mataplantas, Ayar Sava from Interama, Pablo Font from Les Mentettes and Andrés Ravioli from Mompox and Brian Storming, among others). A couple of months ago they released their self-titled first album, with songs that combine vintage synthesized sounds and beats with acoustic instruments and fine arrangements. You can download the whole album for free.

AUSTRIA: Walzerkönig 
Squalloscope - Domino Anna Kohlweis has released three albums as Paper Bird, however these days she prefers her new alias Squalloscope. Goodbyes in bus terminals, long train rides, sitting on planes and bottles of wine have influenced her upcoming album Soft Invasions. Domino is a singer-songwriter take on R'n'B combined with postmodern lyrics: "I'm a copy of a copy of a copy of a woman, you're the copy of a copy of a copy of a guy."

BRASIL: Meio Desligado
Graveola e o Lixo Polifônico - Insensatez: A Mulher Que Fez A Graveola e o Lixo Polifônico é uma das bandas mais ativas e populares na cena alternativa mineira. Eles experimentam dentro da MPB e criam uma espécie de "mashups orgânicos" através dos quais se apropriam de temas dos mais distintos para criar novas canções. O mais recente CD da banda, Eu Preciso de um Liquidificador, está disponível para download gratuito no site oficial da banda.

CANADA: I(Heart)Music 
Amity Beach - Jake's Version Of Paradise Seeing as Amity Beach a) only have a three-song EP to their name and b) look like they're probably still in high school, I might be jumping the gun on praising them. Still, listening to this track (along with the other two), it's hard not to be excited. They've got a great ear for catchy pop and I'd be surprised - not to mention a little disappointed - if this doesn't lead to some great things.

CHILE: Super 45 
Survey Team - Valdivia De Viña A couple of years ago, Survey Team was just a frail bedroom duo with singer Carla Bolgeri adding colorful and sweet melodies to folk-guitar patterns created by her bandmate, Francisco Marín. They've certainly changed. Today, they are a powerful quintet with sounds that shock and hit with electric sensuality. Valdivia De Viña is a summer première, soon to be included in their debut album Suriname, which validates Survey Team as a pop delicacy from the current Chilean pop wave and a highly versatile band by successfully flirting with reggae.

CHINA: Wooozy 
Mr. Graceless - Mr. Li Mr. Graceless is a Beijing-based indie-rock trio. They try to keep a low profile, moving forward step by step. They are tepid and unassuming, and have a clear-cut stand on what to love and what to hate. The love, pain, fantasy and fervor of youth are the best tags for their music. They prefer beautiful melodies and independent attitude. Mr. Graceless is touring around China with their debut release The Tree Ever Green.

Julián Mayorga - ¿Cómo Llorar Al Revés o Regresar Al Asfalto o...? ¿Cómo Llorar Al Revés o Regresar Al Asfalto o Espantar Mi Propio Cuerpo Inerte o Desaparecer y Volver a Aparecer? - this is the complete title of this piece by singer-songwriter Julián Mayorga, born in Ibagué. It's an interesting, poetic union between pop and folk that hides, in what he calls La Pequeña Orquesta Sintética (synths and computers), the deep and very personal landscapes that his soft voice creates.

DENMARK: All Scandinavian 
Spleen United - Bright Cities Keep Me Awake "We are still wild animals," Spleen United proclaim on Bright Cities Keep Me Awake, from their long-awaited and impressive third full-length, School Of Euphoria. It's a sentiment carrying truth and one somewhat defining for principal songwriter and frontman Bjarke Niemann's lyrical appendage to the dark, synthesized rock reminiscing 90s electro, house and (euro)dance. It makes School Of Euphoria a rather despondent, while immensely awesome, listen.

Wild Combination - Great Expectations Wild Combination's sound itches and twists in an effort to etch itself across indie's sonic history. It shouldn't worry so much. The Essex trio responsible know how to channel the best of recent backbeat melancholia (Foals, The Postal Service) and that's more than enough. This demo version of Great Expectations - mixed specially for MAP - clips along, the addition of a swarth of dreamy synths tying it just to the right side of funky.

FINLAND: Glue 
Black Twig - Lake Song Noise, pop, fuzz, sound experiments. Black Twig is one of the hottest bands in the Finnish indie scene at the moment with their just-released debut album, Paper Trees. In their own words, Black Twig's sound has echoes of modern fuzzed-out pop experiments as well as of 60s garage-rock gems, sometimes developing a sensibility for hypnotic, repetitive drones.

FRANCE: Yet You're Fired 
Cracbooms - @soleil Cracbooms are more than a band. They are a group of friends who sing about how sweet and simple life is when surrounded by your loved ones, when there are pretty girls around and the sun shines above your head. Their lyrics are filled with humor and casualness, and are written with an unsettling easiness. As for their sound, it's a mix between the guitars of Two Door Cinema Club and pop à la Young Michelin. I think they've found the perfect combination.

GERMANY: Blogpartei 
Wooden Peak - Pills Start Work The two guys behind Wooden Peak are getting famous for their gigs where they occupy a whole stage while just sitting on their stools, carefully watching each other. Although their set-up with guitar and drums seems quite like a garage band, their singing and acoustic play triggers very different emotions - calm and dizziness, homeliness and wanderlust. Pills Start Work is a great MAP exclusive which slightly resembles early Whitest Boy Alive. The album Lumen has just been released on the lovely label Analogsoul.

GREECE: Mouxlaloulouda 
Bokomolech - Talk About Fires Nine years is a long time to wait, but new album Mass Vulture finds Bokomolech embracing and sifting through the finer moments of their past over the course of 10 outstanding songs. The record is once again exceptionally crafted and gorgeously composed, richly textured and potently rhythmic, instilled with instrumental mastery and consistent music ideas, powerfully expressive vocals, remarkable melodic turns, lovely harmonic noises, sleek and slippery riffs. They have created a sparse and thrilling work of strikingly expansive ambition with the arresting delicacy of the quieter, dreamier tunes capable of ripping up your emotions.

ICELAND: Rjóminn 
Vigri - Animals Animals is from Vigri's debut album Pink Boats. The band decided to travel around many of the small churches in Iceland's countryside to record the song, but the end result is from what they recorded in the Flatey island church.

INDONESIA: Deathrockstar 
Spring/Summer - Tonight Spring/Summer come from Bandung and are the freshest breed of (what we Indonesians call) Britpop revivalism. With a twist of The Smiths, Joy Division and Blueboy and a bit of attitude, they make tasty, raw music. They probably won't be the next big thing, but their music provides enjoyable reminiscing of teenage years spent looking for second-hand Smiths CDs at the local thrift store.

IRELAND: Nialler9 
Redahan - Ru In Daejeon If I could, I would pick the entire Loud Mouth collective as Ireland's MAP representatives this month. They are a coterie of producers, rappers, musicians and DJs who have released three volumes of freely downloadable new music taking in electronica, rap and post-dubstep. Redahan is one producer at the heart of the collective and his evocative and expansive Ru In Daejeon is indicative of the collective's scope and vision.

ITALY: Polaroid 
Heike Has The Giggles - Breakfast On their sophomore album, Crowd Surfing, the young Heike Has The Giggles pin down even more precisely the range of their influences - from the lighter Nineties pop-punk full of fun to the stronger Noughties punk funk à la Gossip. And damn, they are very good at mixing these. Breakfast is the new album's first single.

Cloudy Busey - Up To You (If You Love Me) Cloudy Busey takes many cues from house music on Up To You (If You Love Me), yet this long-burning song never feels exuberant. Rather, the Osaka-based Busey inverts the sounds of a club into something apt for a shadowy alleyway. The beat pounds on relentlessly, but the spacey synths and singing evoke the loneliness of long, solitary walks home early in the morning set against neon lights. If nights out tend to bring you down, here is the jam for you.

MALTA: Stagedive Malta 
Danjeli - Midnight Carpet Ride Besides being a maverick club DJ and an accomplished musician in his own right, Danjeli is also a member of the renegade Maltese folk band Brikkuni. This year he released another solo album, KontroNatura, available for free download from Complex Sound Sagacity.

Uvilov - De Tantos Universos Paralelos "Playing dreampop since 2005," is the slogan of this pioneering band. De Tantos Universos Paralelos is the gigantic overture to their new album El Desprendimiento, which promises to be an overload of feedback and chaos restrained under a structure. Uvilov might be intending to picture a party where the mankind of tomorrow is invited only if its conscience allows it to.

NETHERLANDS: Unfold Amsterdam 
Wooden Constructions - Full Brother There's been a buzz brewing for Amsterdam's Wooden Constructions for a year or two already, their edgy live performances stealing the limelight from a host of international indie wannabes along the way. Well, it's all set to reach boiling point when they finally unleash their debut album People Now People in spring. A barrage of taut dance grooves, minimalistic riffage and unsettling narratives, they provide a contemporary glimpse of post-punk at its maniacal best. Check out first single Full Brother for a taster of their danceable gloom, making the bold promise that the intensity of their live shows will carry over onto tape.

NEW ZEALAND: Einstein Music Journal 
Grass Cannons - Wendy's If hissing noise and warm melodies are your buzz then Auckland four-piece Grass Cannons should be on your radar. They've just released their debut EP Vet Dream, containing five darting guitar songs that each take a different path but ultimately lead to the same satisfactory conclusion. While a noisy mess rides heavy throughout their music and kidnaps a bit of their style, within each song there are several minutes of genius song structure that highlights their ability to write amazing pop-influenced punk music. Deerhunter, The Clean and Grooms come to mind when describing their sound, but Grass Cannons seem good enough to leave those influences out of the equation.

Storm The Bastille - Circle Robotics You never know quite what to expect when listening to a song by Storm The Bastille. Their schizophrenic and mildly cacophonic music is unpredictable, strange and full of surprising twists. The only constant is the great energy the band possess. It's fast, energetic, melodic and a bit dark with a sense of impending doom that creeps up close.

PERU: SoTB 
Los Zapping - Cine Mudo Los Zapping began toying with music when they were still in school, but their garage-rock soon won a place in Lima nights and an authentic touch of freshness was about to be born. Their first EP, released in 2007, was considered the best of that year. Teoría De La Televisión y La Radio was released in 2011, an album that reaffirms the strength and talent of this band.

Sun Glitters - They Don't Want To Let You Know (Sumsun Remix) Victor Ferreira aka Sun Glitters, born to Portuguese parents in Luxembourg, has been praised by The Guardian, FADER and Pitchfork. For this reason, his newest release, High EP, which came out on January 30, was highly anticipated. On it, Victor continues his voyage through a dreamy electronic world. This track is a remix of one of the songs on the EP.

ROMANIA: Babylon Noise 
Methadone Skies - Vs. Evil Methadone Skies are a bunch of young guys from Timisoara playing the music they themselves like to listen to - psychedelic, progressive, stoner, post-rock, ambient or just noise - most of the time jamming in the studio with excellent results. Keep your ears opened for them as they're about to release their new album, Enter The Void.

RUSSIA: Big Echo 
Brodsky - Death Note Brodsky plays beautifully-orchestrated romantic folk with flowery melodies, youthful vocals and sad eyes that might remind you of Beirut or Jens Lekman. Nowadays, it's truly a blessing to find such an artist in Russia.

SCOTLAND: The Pop Cop 
Craig_FS - Grass Stain (feat. Rachel Tesfaye) Grass Stain is a musical head-turner - an 8.5-minute electro/house fusion with an outstanding soulful female guest vocal that takes you on a trip of a lifetime labelled bliss-euphoria-bliss. Craig_FS has been been making and uploading songs to Soundcloud for the past year, and the potential is certainly there for him to follow in the mainstream footsteps of compatriot Calvin Harris.

SINGAPORE: I'm Waking Up To... 
Obedient Wives Club - Fragments The first release by 60s indie-pop distributors Happy Teardrop Music is the debut self-titled EP by Obedient Wives Club, and what a hit it's been with all physical copies selling out within a month. The band, cheekily named after a controversial Muslim organisation of the same name, plays a delightful blend of girly noise-pop - or what they helpfully term "Spectorgaze". Fragments indulges its Jesus And Mary Chain obsession with generous doses of saccharine melodies and interstellar fuzz.

SOUTH KOREA: Korean Indie 
MDS - Insomnia DJ duo MDS released their first album in July last year, full of remixes of songs from some of the best artists in Seoul's indie scene. In January, they released a digital single with a couple of songs of their own, showing that they're also capable of crafting great pieces of music themselves. Insomnia is a smooth electronica track that lends itself very well as a soundtrack to a walk just about anywhere.

SPAIN: Musikorner 
Novedades Carminha - Pesetas Novedades Carminha are a garage-rock three-piece from Santiago de Compostela, and they're starting to be the talk of the town. Their songs are energy-packed and irreverent, making fun of everyday topics but vindicating them at the same time. Their lyrics hold true punk spirit. Pesetas, taken from their first album Jódete y Baila, released in early 2011, is a true jewel of dirty Spanish rock.

SWEDEN: Swedesplease 
Kids - My Sincerest Apologies Electronic pop duo Kids are shockingly good. Sure there a few cheesy moments in the single My Sincerest Apologies but it gives the song a bit of fun and doesn't take itself too seriously.

SWITZERLAND: 78s 
John Caroline - Robine John Caroline is a young six-piece from Baden who make playful, jittery and dreamy indie rock. Their debut EP is released as a free download on February 18.

TURKEY: WEARTBEAT 
The Ringo Jets - Collar The Ringo Jets, consisting of two guitarists and a drummer, is a rock 'n' roll band inspired by 60s garage music and blues rock. They made a big splash in Istanbul indie circles with their Limited Lunchpack EP, which you can download for free from Bandcamp. After signing with Aisha Records, they're planning to release their debut album by the end of the year.

UNITED STATES: I Guess I'm Floating 
That Ghost - Morning Now Californian lo-fi bedroom artist That Ghost has been making music since before he could drive a car. His sound has grown and changed as much as he has from tween state to young adulthood. OK, he was never a tween but a pure artist whose latest EP Rosalind is a gem. Check out the slow-burning Morning Now, like, right now.

VENEZUELA: Música y Más 
Mcklopedia - Guardián Mcklopedia is a young man who, back in 2001, identified with a genre and took it as his philosophy and way of life. He explicitly shows the reality of the world's great cities, the everyday stories that come to a close in households every night. Superlirical, his debut album, seeks to represent a new concept in urban music, combining soul, reggae, funk and hip hop.

14 de fevereiro de 2012

Mistureba: Psycho Carnival, vídeo novo do Mundo Livre S/A, edital dos Correios e festival Visões Periféricas


Mundo Livre S/A
Vídeoclipe em festa é uma das coisas mais batidas que existe, mas esse novo do Mundo Livre S/A vale pela música, "O velho James Browse já dizia".


Edital de ocupação de unidades culturais dos Correios
Inscrições até o dia 1º de Março para realização de atividades culturais nas unidades dos Correios de Brasília, Juiz de Fora, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador. O valor estimado a ser direcionado para o edital é de R$ 9.960.000,00.

Os segmentos contemplados neste Edital são os seguintes:

1.3.1 Artes Cênicas – Dança
Apresentação, mostras ou festivais de dança.

1.3.2 Artes Cênicas – Teatro
Produção/montagem, apresentação, mostras e festivais.

1.3.3 Humanidades
Saraus, encontros literários e eventos que envolvam leituras, debates, oficinas, seminários e outros.

1.3.4 Artes Visuais
Exposições de pintura, artesanato, desenho, escultura, fotografia, gravura e filatelia.

1.3.5 Audiovisual
Mostras e Festivais de Cinema e Vídeo.

1.3.6 Música
Produção e apresentação de festivais de música, de orquestra e concertos, de grupos e artistas nacionais e internacionais.

1.3.7 Artes Integradas
Ações com temática única, que envolvam manifestações culturais variadas, englobando, no mínimo, dois segmentos, tendo sua realização no mesmo período e na mesma unidade cultural.

Visões Periféricas
Até o dia 25 de Maio produções audiovisuais finalizadas a partir de Janeiro de 2010 podem se inscrever no festival Visões Periféricas, que em 2012 acontecerá entre 15 e 21 de Agosto.

Mostras com inscrições abertas para a 6ª edição do Festival Visões Periféricas:

  • Visorama (competitiva)
Filmes de até 30' (trinta minutos) produzidos por alunos de projetos de formação em espaços populares que utilizam o audiovisual como meio de expressão. Exibição em sala de cinema.
  • Fronteiras Imaginárias (competitiva)
Filmes de até 30' (trinta minutos) produzidos por qualquer realizador, incluindo ex-alunos de projetos populares de formação audiovisual. Exibição em sala de cinema.
  • Tudojuntoemisturado (competitiva)
Filmes de até 3min produzidos por qualquer realizador, através de dispositivos móveis, remixagem, mashups, paródias, vídeo clipes. Exibição em Internet
  • Mostra Iberoamericana (não competitiva)
Mostra que irá reunir filmes produzidos em contexto de formação em cursos, escolas e oficinas de audiovisual localizados nos países dessa região, exceto Brasil. Exibição em sala de cinema.


Psycho Carnival
A 13ª edição do festival Psycho Carnival começa nesta quinta-feira, 16 de Fevereiro, em Curitiba/PR. O evento é uma tradicional opção para quem quer ouvir rock, punk, rockabilly e psychobilly e fugir de marchinhas e samba. Na programação, muitas bandas curitibanas, bandas de outros Estados brasileiros e gringas.

Quinta-feira (16/02/2012) às 21h no Jokers Pub | Abertura
Three Bop Pills (Curitiba)
Motorgrass (São Paulo)

Sexta-feira (17/02/2012) às 21h no Espaço Cult | Esquenta
Hillbilly Rawhide (Curitiba)
Crazy Horses (Londrina)
The Mullet Monster Mafia (Piracicaba/SP)
Chernobillies (Curitiba)
Cwbillys (Curitiba)
Feras do Caos (Curitiba)

Sábado (18/02/2012) às 13h | Almoço de Confraternização na Churrascaria Ponto Gira Grill | www.pontogiragrill.com.br | Telefone: (41) 3024-0595

Sábado (18/02/2012) às 21h no Espaço Cult | Psycho Carnival 2012
Batmobile (Holanda)
Big Trep (Rio de Janeiro)
Krappulas (Curitiba)
Wreck Kings (Alemanha)
Os Degolados (São Paulo)
Os Dinamites (Brasília)

Domingo (19/02/2012) às 13h na Praça Osório | Zombie Walk

Domingo (19/02/2012) às 15h nas Ruínas de São Francisco | Shows
Sapatos Bicolores (Brasília)
Mary Lee & The Sideburn Brothers (Londrina/PR)
Rádio Cadaver (Curitiba)

Domingo (19/02/2012) às 18h no Largo da Ordem | Rockabilly Motors Kustom Show
Cry Baby (Cordeirópolis/SP)
Los Wolfmen (Argentina)

Domingo (19/02/2012) às 21h no Espaço Cult | Psycho Carnival 2012
Ovos Presley (Curitiba)
Sick Sick Sinners (Curitiba)
The Rocker Covers (Inglaterra)
Jinetes Fantasmas (Argentina)
Drunk Demons (Belo Horizonte/MG)
B-benders (Londrina)

Segunda-feira (20/02/2012) às 13h no Largo da Ordem | Rockabilly Motors Kustom Show
Mistery trio (Curitiba)
Annie & the Malagueta Boys (Curitiba)
Tributo ao Gene Vincent (Rio de Janeiro)
Lenon z & the Sick boy trio (Sapucaia do Sul/RS)
Soda Billy (Manaus/AM)

Segunda-feira (20/02/2012) às 21h no Espaço Cult | Psycho Carnival 2012
Coffin Nails (Inglaterra)
As Diabatz (Curitiba)
The Brown Vampire Catz (Londrina/PR)
Bad Luck Gamblers (São Paulo)
Bad Motors (Sorocaba/SP)
99 Nose Again (Curitiba)

Terça-feira (21/02/2012) às 21h no Front Bar | Festa da Ressaca
No Milk Today (Curitiba)
Evil Idols (Curitiba)
Dersertor (Curitiba)
S.O.S Chaos (Curitiba)

Terça-feira (21/02/2012) às 21h no Chinasky Bar | Festa da Ressaca
Hellfishes (Curitiba)

13 de fevereiro de 2012

Festival Digitalia, por Frederico Augusto

O Meio Desligado também possui espaço aberto para a colaboração, como a que você lê abaixo. O Frederico Augusto é estudante de comunicação em Belo Horizonte e esteve em Salvador/BA, para participar do Festival Digitalia, que aconteceu entre os dias 1 e 4 de Fevereiro.

Amanhece em Salvador, em meio ao motim da polícia baiana, e com o calor típico do nordeste brasileiro começa o nosso trajeto rumo ao Digitalia, congresso/festival de música e cultura digital que propõe discutir as iniciativas relacionadas à música, novas tecnologias da informação e comunicação. Ao sair pelas ruas de Salvador e ouvir ao fundo as sonoridades típicas da cidade, olho para o lado e vejo a escola do Olodum; mais a frente, o Museu da Música e, na esquina, uma loja de discos.

Ao passar na escola do Olodum se percebe um som intenso, alegre e provocante. Crianças surgem à porta com anseio de experimentar e descobrir sons onde somente ali local seria possível, saindo assim da margem da sociedade e podendo ser reconhecidos como artistas. Daí surge a primeira lição do Digitalia: a busca de um grande palco, aberto a experimentações, sonoridades que possam ser compartilhadas a todos. Este grande palco é o ambiente digital, não sendo apenas a web, mas também aplicativos e demais formas de nos conectar e criar vínculos através de redes sociais e outras plataformas de comunicação. A troca de experiências proporcionadas a partir de cada som, bit e compactação.

A poucos metros vejo o Museu da Música. Ao entrar, um detalhe curioso. Nas escadarias que levam até o local há uma linha do tempo da música, onde encontramos os mais diversos artistas que de alguma forma contribuíram para a história da nossa música. Observando esta linha do tempo aprendo a segunda lição do Digitalia: em um ambiente digital estamos em uma linha atemporal, em que todos os artistas estão conectados a links, nós, combinações binárias e preferências. Tudo está disponível e catalogado bastando apenas clicks; com softwares montamos a nossa própria linha do tempo, criando novas formas de apreensão da cultura. Através de tecnologias livres temos a possibilidade de compartilhar linhas e criar estações de música e cultura, criando uma produção colaborativa em um espaço de experimentação.

Um dos trabalhos apresentados no Digitalia

Depois de viajar nas linhas do tempo me deparo a uma loja de música, por fora muito simples, porém ao adentrá-la vejo o poço cultural no qual entrei. O seu acervo é composto de LP’s raros, diversos CD’s, tanto de artistas já consagrados quanto artistas independentes. E em meio a isso e a livros de auto-ajuda e economia, entre outros, me deparo com um PC. E nele estava aberto o iTunes, onde tocava Baden Powell e sua discografia estava disponível. Terceira lição do Digitalia: o acervo musical está disponível a todos, basta apenas uma pesquisa. A música online está no ar, como os sons de Salvador, em vários formatos e aplicativos. Temos a possibilidade de distribuir, trocar, experimentar acervos e montar nossas lojas musicais. Em poucos passos se percorre o trajeto da música, do vinil ao MP3, tudo disponível em um mesmo ambiente. A economia da música está ligada à cultura digital. Uma nova filosofia se cria em meio a turbulência da economia mundial. Uma economia pautada na troca e na descentralização. Onde a produção é compartilhada e distribuída por todos e para todos.

A experiência do Digitalia nos apresenta o grande campo da cultura digital e onde a música se insere. Seja nos negócios, na tecnologia, na comunicação, na arte ou na educação, o ambiente digital afeta nossas vidas de alguma forma, reduzindo espaços e criando links que aproximam as experiências e o cotidiano de cada individuo. O festival apresentou diversos artigos com temas relacionados aos temas propostos, performaces ao vivo de DJs, VJ’s e de Criolo (o artista mais comentado do ano que se passou, além de palestras e debates com diversos nomes da cultura e da música, como Gilberto Gil.


Ao voltar para casa, repensando os modos que nos afetam o cotidiano, vejo, para minha surpresa, o jovem rapaz da loja de música, que nas horas vagas é DJ. Mais um encontro que é possível em ambientes digitais, com troca de papeis e experiências. Basta se conectar.

12 de fevereiro de 2012

Breve comentário sobre navegação no conteúdo por geolocalização

Há meses instalei um mapa na parte inferior do Meio Desligado e acabei não comentando sua função. Ele reúne as últimas 12 publicações do blog, indicando a posição geográfica a que se referem. Por exemplo, no caso de publicações sobre bandas, o mapa geralmente indicará a cidade de formação da banda. No caso de um vídeo, pode apontar o local de filmagem e assim por diante. Algumas publicações não se referem a posições geográficas específicas por serem mais abrangentes e, portanto, não constam no mapa.

A geolocalização é um recurso incrível que permite maior contextualização do conteúdo, porém ainda pouco utilizado no jornalismo (no jornalismo cultural então, nem se fala). Em termos de redes sociais, a principal delas baseada em geolocalização é a Foursquare, cujo aplicativo é disponibilizado gratuitamente para diferentes plataformas. No Foursquare, você pode seguir o perfil do Meio Desligado e da revrbr. Em ambos os perfis você encontra listas relacionadas à cena independente, como a lista de locais para se assistir a shows de rock alternativo em BH ou a lista de estabelecimentos abertos 24 horas em Belo Horizonte.

Ainda sobre geolocalização, indico o artigo "Um futuro geolocalizado?", do blog Ciberalgo.

9 de fevereiro de 2012

ruído/mm - Introdução à cortina do sótão

A música é capaz de provocar os mais diversos efeitos — a maioria ligada aos sentimentos e, alguns, físicos. Se nossa capacidade sinestésica é limitada, isso se torna uma benção ao se ter contato com o ruído/mm. A sonoridade do (já veterano) grupo curitibano é cortante, uma motoserra musical que te estraçalha por dentro enquanto envolve aconchegantemente, cheia de classe, e lhe estimula a querer mais. Introdução à cortina do sótão é assim, um concerto para dilacerações.

Por ter em seu próprio nome uma referência a um elemento de sua sonoridade, o ruído pode ser considerado um grupo conceitual cujas músicas são construídas de forma a explorar nuances que envolvam essa abrangente manifestação sonora. Suas músicas nos guiam pela construção de paisagens ora áridas, ora suntuosas, por vezes remetendo ao estranho encontro entre o clima de um faroeste e o tipo de música que convencionou-se chamar de pós-rock (mistura já explorada pela banda anteriormente), como em "Zarabatana".

Introdução à cortina do sótão é um título tão enigmático quanto seu conteúdo. Épicos cheios de texturas que afloram aos poucos em nossos ouvidos, carregados de sentimentos e possibilidades. Frases de guitarra que suprem com louvor a ausência de letras ("Petit Pavé"), valsas deturpadas ("Valsa dos desestores"), breves flertes com o pop, shoegaze... é um raro tipo de banda que consegue soar conceitual e não aparentar restringida por suas escolhas estéticas. Ruído, afinal, é por si só um termo extremamente abrangente, capaz de provocar intensas reações de incômodo, atração, curiosidade ou, até mesmo, amor.

7 de fevereiro de 2012

Novos vídeos: Céu, Criolo, Mallu Magalhães, Strobo, Emicida, Bárbara Eugênia, Sin Ayuda e Single Parents

Céu
Quem mais sentiu uma pegada bem Cidadão Instigado nessa nova música da Céu? "Retrovisor" é a primeira música de trabalho do terceiro CD da cantora, Caravana Sereia Bloom, previsto para ser lançado dia 14 de Fevereiro. A música está disponível para download no Facebook de Céu.

Criolo e Ilê Aiyê 
O projeto "Que bloco é esse?", da Petrobras, une artistas da "nova geração" da música popular brasileira para encontros com tradicionais blocos afro de Salvador. Os dois primeiros encontros mostram Criolo com o Ilê Aiyê e Emicida com o Malê Debalê. Na sequência virão Nação Zumbi com Muzenza e Preta Gil (Sic) com o Cortejo Afro.

No ano passado estive na sede do Ilê Aiyê em Salvador e aproveito para republicar um trecho do que escrevi na época:
"Ao caminhar pela rua Curuzu na noite do último sábado, 12 de fevereiro, a impressão era de que Salvador celebrava algum feriado religioso ou data comemorativa bastante especial. Milhares de pessoas se espremiam entre ambulantes e carros que formavam longos engarrafamentos pelo caminho estreito e irregular, resultado de ocupações realizadas desde meados da primeira metade do século passado. Seguindo o lento fluxo de pessoas e carros rua abaixo era possível constatar que, sim, se tratava de uma data especial para a região, pois ali seria realizada a 32ª Noite da Beleza Negra.

A festa é realizada pelo Ilê Aiyê, primeiro bloco afro da Bahia, fundado em 1974. A história de seu trabalho de valorização da cultura negra se confunde com a da Bahia e, mais especificamente, de Salvador, uma das cidades com maior número de negros no Brasil. O bairro Liberdade, onde se encontra a sede do Ilê Aiyê (palco da festa em questão), inclusive é denominado por seus moradores como “o maior bairro de população negra do Brasil”. Em 2000, segundo o IBGE, a população do Liberdade consistia em cerca de 200.000, majoritariamente negros e pardos."
O texto completo está aqui no Meio Desligado também.

Emicida e Malê Debalê
 

Strobo 
Banda paraense que mistura eletro-rock, surf music e pós-punk dançante. Parece bastante interessante ao vivo e possui músicas melhores do que essa do vídeoclipe.

Bárbara Eugênia 
Lá se vão dois anos desde o lançamento de  Journal de Bad e o CD da cantora Bárbara Eugênia ainda rende novidades, como esse clipe da música "Drop the bombs".
 

Mallu Magalhães
Como era e como ficou, quatro anos depois, abaixo (participação especial do Marcelo "Marido" Camelo).

Sin Ayuda
Foi lançado há cerca de quatro meses, mas é novidade aqui no blog. Meio anos 90, meio melancólico, serve como introdução à banda do interior de São Paulo.

Single Parents 
Música de trabalho do novo CD da banda paulista. A música dialoga com a do Sin Ayuda, publicada acima, e está disponível para download grátis no site da banda.

6 de fevereiro de 2012

Cícero e a dor de buscar a felicidade em BH

- Adoro esse som, é tipo levar um chute no saco!
- Mas isso é ruim, doi...
- Dor é legal!

Não fosse o fato do diálogo acima ter sido trocado entre duas meninas, a conversa ouvida durante o show do Cícero no último sábado em BH seria compreensível. Sua bossa indie é carregada de melancolia, mas positiva, otimista. A trilha sonora de quem usa o sofrimento como combustível para alcançar a felicidade e o bem-estar. 

As mais de 500 pessoas que lotaram o Studio Bar para vê-lo (e as bandas locais Monograma e Transmissor, que abriram a noite) pareciam compartilhar o mesmo sentimento, num movimento de entrega coletiva como há muito não se via (desde a época do Los Hermanos, que se repetirá em breve, com o retorno da banda).

Cícero é praticamente um fenômeno da música independente brasileira. Seu CD Canções de Apartamento (download gratuito) foi lançado no meio de 2011 e desde então suas músicas se alastraram pelo país cativando um público carente por um artista com a sensibilidade e o talento para criar canções tão singelas, cativantes e empáticas. Parece o resultado de um artista (ou de uma geração) que cresceu marcado pela transformação marcada pelo Bloco Do Eu Sozinho ao mesmo tempo em que abraçava os discos de Caetano, Chico e João Gilberto e mantinha os ouvidos receptivos às dissonâncias do rock alternativo estrangeiro.


Se no CD o aspecto intimista é ressaltado até no título, ao vivo as músicas ganham força, como se o peso percurssivo e a distorção dessem a aspereza necessária para tornar todo o conjunto mais intenso e certeiro. Ao vivo, fica clara a identificação do público com as letras. Durante praticamente todo o show as músicas foram cantadas pelos fãs, que logo nas primeiras notas de cada música se manifestavam de forma exaltada mais rápido do que um participante do "Qual é a música?".

Sentado com o violão no colo durante todo o show, Cícero não precisou de muitos artifícios para provocar a empatia do público. Como o próprio escreveu no Facebook, foram mais confetes, palmas e carinho do que ele jamais pensou receber algum dia. Calma, Cícero. Vem mais por aí.

Ps.: Por causa da pornografia de uma pesquisa perdi os shows do Monograma e Transmissor, por isso apenas as breves citações a ambas as bandas.

A bela foto que ilustra este texto é da Júnia Mortimer, do Coletivo Pegada, realizador do show (o segundo de Cícero em BH, sendo que o primeiro havia sido em um pequeno auditório para 60 pessoas).

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