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31 de janeiro de 2012

Programação do festival Rec-Beat 2012

Já considerado parte essencial do carnaval do Recife, o festival Rec-Beat completa 17 anos em 2012 e será realizado entre os dias 18 e 21 de Fevereiro no Cais da Alfândega. Na programação, diversidade e qualidade. Destaque para Lirinha, Siba, Gang do Eletro, Bixiga 70, Criolo, Tony Tornado e o espanhol El Guincho (estão colocando o americano Silver Apples como uma grande atração, ouvi poucas coisas deles e, sinceramente, achei bem fraco).

Shows

Sábado, 18 de Fevereiro
20h — STANK (DJ Dolores & Yuri Queiroga) (PE)
21h — TIBÉRIO AZUL (PE)
22h — GANG DO ELETRO (PA)
23h — SIBA (PE)
0h30 — EL GUINCHO (Espanha)



Domingo, 19 de Fevereiro
20h — EMBUÁS (PE)
21h — SANY PITBULL (RJ)
22h — SILVER APPLES (EUA)
23h — TONY TORNADO (SP)
0h30 — SYSTEMA SOLAR (Colômbia)

Segunda-feira, 20 de Fevereiro
20h — RUMBANDA (PE)
21h — OY (Suíça)
22h — AGRIDOCE (BA)
23h — LIRINHA (PE)
0h30 — BIXIGA 70 (SP)

Terça-feira, 21 de Fevereiro
20h — LUCAS E ORQUESTRA DOS PRAZERES (PE)
21h — CIBELLE (SP)
22h — YUSA (Cuba)
23h — DONA ONETE E CONVIDADOS (PA)
0h30 — CRIOLO (SP)

30 de janeiro de 2012

Colaborativismo é motor da inteligência coletiva

(Artigo que publiquei na Revista Eletronika)


Com apoio de ferramentas gratuitas e uma gestão compartilhada e transparente, células culturais se alastram pelo país e fortalecem produção independente


Base da chamada web 2.0, a criação colaborativa encontrou na internet ferramentas propícias para sua expansão. Sem se deter a limitações temporais, geográficas ou de matéria-prima, o meio digital permite diferentes formas de interação e de produção intelectual de forma coletiva. Iniciativas como Wikipedia, blogs coletivos, softwares (e até mesmo hardwares) de código livre são resultados de ações executadas a partir da interação entre diversas pessoas na internet.

As possibilidades de produção de conteúdo de forma colaborativa através da internet dividem-se pelas mais diversas áreas, das pesquisas científicas ao entretenimento, porém comungam um mesmo elemento, crucial para a existência de qualquer ação colaborativa no ambiente digital: a utilização de ferramentas de produção e compartilhamento de conteúdo na web.

Essas ferramentas dividem-se em grupos de acordo com suas funções primordiais (como publicação de blogs, armazenamento de arquivos, trocas de mensagens instantâneas, transmissão de vídeos, publicação de fotos e vídeos etc), tendo em comum o fato de permitirem a interação de grupos geograficamente dispersos de forma não-linear e atemporal (uma vez que não é necessário que todos os interagentes estejam conectados simultaneamente para que a produção ocorra).


Projetos colaborativos são cada vez mais comuns nas artes e rompem com as tradicionais divisões entre autor e público. Em alguns casos, mantêm um estado constante de co-autoria como parte do processo de existência da própria obra.

Através de uma visão mais ampla do setor cultural, focada não apenas na criação artística mas em outras etapas da cadeia produtiva, a produção colaborativa na internet tem permitido maior fluxo de conhecimento e potencialização de atividades na produção cultural.

Ferramentas gratuitas e de uso cotidiano, como Google Docs, Wordpress e Youtube, transformam-se em instrumentos de construção coletiva de conhecimentos aplicados à produção cultural e integram grandes processos abertos à participação.

Diferentemente dos nichos tecnológicos das comunidades de usuários de softwares livres, a familiaridade do público com as ferramentas de acesso livre mobiliza as pessoas e fomenta a continuidade da ação cultural.

Na opinião de Décio Coutinho, diretor da AGEPEL (correspondente à Secretaria de Cultura do Estado de Goiás) e ex-coordenador nacional de cultura do Sebrae, elas são responsáveis por "facilitar e estimular a participação social, sendo potencializadoras de fruição, acesso e, por consequência, de processos de construção de inteligência coletiva".

Inteligência coletiva que, por exemplo, é a base de projetos como a Produtora Cultural Colaborativa e o Circuito Fora do Eixo. Formada em 2009, a Produtora Cultural Colaborativa mistura cultura, tecnologia e sustentabilidade em uma espécie de escola de livre troca de conhecimento envolvendo artistas, ativistas, comunicadores e demais interessados em tecnologia, arte e comunicação.


Já o Fora do Eixo talvez seja o melhor e mais consistente exemplo do uso de novas tecnologias para a produção cultural no Brasil. Constituído por mais de 80 coletivos em todo o Brasil, define-se como "uma rede colaborativa e descentralizada de trabalho, constituída por coletivos de cultura espalhados pelo Brasil, pautados nos princípios da economia solidária, do associativismo e do cooperativismo, da formação e intercâmbio entre redes sociais, da democratização quanto ao desenvolvimento, uso e compartilhamento de tecnologias livres aplicadas às expressões culturais e da sustentabilidade pautada no uso de tecnologias sociais". 

Algo que, resumidamente, pode ser descrito como um enorme grupo de pessoas trocando informações através de plataformas gratuitas na internet visando a transformação social através da cultura.

Um dos grandes diferenciais da experiência de produção do Fora do Eixo é o compartilhamento de todo o conhecimento e informações geradas durante o processo de produção (que acontece coletivamente e, majoritariamente, através da internet), permitindo que novos projetos se apropriem desses materiais em busca do desenvolvimento de ações mais elaboradas e com resultados potencializados.

Transparência nas ações e facilidade de acesso são pontos cruciais no desenvolvimento das atividades da rede, possíveis de serem realizadas nas mais distintas condições e dimensões graças à utilização de ferramentas que permitem a produção colaborativa de informações na internet de forma gratuita.

Enquanto no exterior parte das iniciativas colaborativas de produção cultural mais contundentes se basearam no esquema de finaciamento coletivo, tendo a participação externa executada na figura do investidor, experiências brasileiras como a do Fora do Eixo e da Produtora Cultural Colaborativa apostam em outros métodos. 

Como afirma Pablo Capilé, um dos gestores do Fora do Eixo, "não tem grana da iniciativa privada, não tem um mercado e o poder público não nos visualiza. A gente tem que empreender”.

O modelo de trabalho do Fora do Eixo inclui a sistematização online de todo o processo de produção de suas ações --que incluem milhares de shows anualmente, dezenas de festivais por todo o país e iniciativas de comunicação que se utilizam de diversas mídias, a maior parte através de ferramentas gratuitas e softwares livres.

O processo de planejamento é realizado coletivamente através de serviços online de bate-papo (como Gtalk, Skype e MSN, além do software livre Freenode) e posteriormente registrado em atas (publicadas via Wordpress, Blogger ou Google Docs) que podem ser acessadas por qualquer pessoa.

Até mesmo as planilhas dos projetos, com as informações financeiras de cada ação dos coletivos, são compartilhadas e disponibilizadas publicamente.

Nessa linha de atuação, o conhecimento construído de forma coletiva deve estar acessível a outras pessoas. A proposta se adequa às linhas de ação de ativistas digitais e do movimento de software livre, unindo vertentes técnicas e filosóficas a favor da produção cultural.

A partir do foco na colaboração entre indivíduos, demonstra-se o potencial de construção de conhecimento através da internet e de ferramentas gratuitas que possibilitem a interação, tornando a rede diversificada e com maiores possibilidades de construção de conhecimento de forma colaborativa, de acesso livre.

Algumas ferramentas da produção cultural 2.0
Google Apps Plataforma de aplicativos do Google, une ferramentas de trocas de mensagens como Gmail e Google Agenda e opções pensadas para viabilizar a criação colaborativa, como o Google Docs, Google Sites e Grupos do Google. Possui versão gratuita, educacional e para negócios. 
Viber Aplicativo para fazer chamadas e enviar mensagens de texto gratuitas através do celular. Não é preciso fazer login: o aplicativo usa o próprio número de telefone do usuário e identifica, a partir dos contatos salvos no telefone, as pessoas que também utilizam o Viber. É gratuito e possui versões para os sistemas operacionais Android e iOS.  
Wunderlist Para organizar e gerir tarefas a serem realizadas individual ou coletivamente, o Wunderlist é uma ótima opção. Disponivel para as plataformas iOS e Android, também poder ser instalado em desktops (Windows, Linux, Ubuntu e Mac). 
Hootsuite Ideal para a atualização de múltiplos perfis em redes sociais como Twitter, Facebook e Foursquare. Tem entre seus principais pontos positivos a possibilidade de agendar atualizações. 
Wetransfer A troca de arquivos é crucial para a criação colaborativa e existem dezenas de serviços para essa tarefa, mas provavelmente nenhum deles é tão bonito e prático quanto o Wetransfer, ideal para envio de arquivos grandes (de até 2GB) e que não precisam (ou não devem) ficar disponíveis por muito tempo - todos os arquivos são apagados dos servidores do Wetransfer duas semanas após seu envio. Não é necessário cadastro para sua utilização. 
Dropbox Ao contrário do imediatismo proposto pelo Wetransfer, o Dropbox é indicado para o compartilhamento de arquivos cujo uso será recorrente durante longos períodos. Compatível com Windows, Mac, Linux e plataformas móveis, o Dropbox salva automaticamente as alterações realizadas nos arquivos enviados às pastas do usuário, permitindo que todos que tenham acesso ao material utilizem os arquivos em suas versões mais recentes. Sua versão gratuita permite o envio de até 2GB de arquivos.

Referências na net

27 de janeiro de 2012

Esta é a parte com o texto grande para chamar a atenção de vocês e do Google (ou "cobertura do Circuito de Verão 2012")

Julgamento + Studio Bar


Este é o resumo telegráfico para pessoas preguiçosas
O evento era gratuito. Tinha duas bandas interessantes. Zimun e Julgamento. Elas abordam o hip hop de diferentes formas. Eu era convidado de uma das bandas. Fui barrado na porta. Disseram que a casa estava lotada. Só que mulheres podiam entrar. O público conversava alto. A maioria não prestava muita atenção nas bandas. Falavam muito de Big Brother e maconha. Acho picaretagem. Mas até picaretagens têm pontos positivos.

Esta é a introdução
Às vezes, alguns preconceitos são justificáveis. Eu deveria ter aprendido isso ao ler Blink e dar mais valor às minhas primeiras impressões sobre determinados assuntos. Como no caso do Circuito de Verão que acontece em Belo Horizonte desde o dia 20 de Janeiro com shows gratuitos e termina 3 de Fevereiro em uma festa de encerramento com (sic) Mart'nália e Marcelo D2. Logo que recebi o release não tive o mínimo interesse em escrever sobre o evento, principalmente devido ao conceito inexistente (ou, no mínimo, pífio), programação inconsistente e locações aleatórias. Isso, sem levar em consideração outros detalhes, como o fato do Circuito fazer parte do "Praia Skol" (praia?). Todos os pontos tendendo para a construção de uma picaretagem cultural marketeira. Mas, não querendo me deixar levar pelas primeiras impressões, resolvi conferir de perto um dos eventos que formam o tal Circuito de Verão: as apresentações das bandas Zimun e Julgamento no Studio Bar na noite desta quinta-feira, 26 de Janeiro.

Esta é a parte descritiva para contextualização
O evento era gratuito e o público deveria retirar seus ingressos antecipadamente ou enviar seu nome para a lista amiga (ou algo do tipo que permita que os promotores aumentem seus mailings para envio de spam). Os boatos eram de que os ingressos antecipados haviam se esgotado dias antes, mas como eu era um convidado do Zimun, não me preocupei. Logo na entrada, uma surpresa. Cheguei às 23:40, horário em que o Zimun começaria a tocar, segundo fui informado por um integrante da própria banda, e fui barrado na entrada. Expliquei que era um convidado da banda, mas me informaram que a casa estava cheia e que não havia como entrar por causa da lotação. Situação chata, mas compreensível. Enquanto pensava no que fazer, uma vez que o show estava começando e não poderia entrar, um grupo de meninas chegou e entrou sem problemas. Perguntei a razão disso e a resposta foi que a lotação de homens estava completa, mas mulheres entravam. Uma porra de uma micareta travestida de "balada alternativa". Era o suficiente para eu realmente nem querer mais entrar, mas acabei encontrando com um amigo do lado de fora (também barrado) e depois de cerca de 20 minutos e desencontros da produção, gatinha-porteira e dos seguranças, finalmente entramos.

Esta é a parte em que pulo alguns minutos para resumir o público
Eu adoraria ter ouvido melhor o Zimun, mas confirmando minhas suspeitas, o que menos havia no local eram pessoas interessadas em assistir ao show. Estavam ali pelo evento, para verem pessoas e serem vistos. A banda era um acessório. Ao meu redor, pouco atrás da parte central da pista, a conversa (eufemismo para o nível da gritaria) era tanta que ficava difícil prestar atenção na música. Observação: "Big Brother" e "maconha" foram as palavras-chave mais usadas pelos grupos próximos.

Esta é a parte em que começo a falar de música de verdade
Zimun é uma das bandas mais promissoras de Belo Horizonte. Representa um avanço estilístico no hip hop local a partir de seu experimentalismo sonoro e certa erudição musical. Não à toa, em diversos momentos é mais fácil rotulá-los como um grupo de jazz do que como de hip hop. E também não é à toa que ambos os gêneros dialogam de forma natural com a improvisação e experimentação (rítmica, em um, e de linguagem, no outro). Desfalcados pela ausência do MC Matéria-Prima (em viagem) e sem um DJ na formação (o que retirou boa parte dos elementos eletrônicos presentes no último show que eu havia assistido), a banda fez um show correto, mas aquém de seu pontencial. Difícil analisar em tais circunstâncias. Espero que da próxima vez possa ouví-los em um local no qual as pessoas tenham ido pela música, não pela badalação. Ainda no primeiro semestre o Zimun deve lançar um novo trabalho, desde já uma das principais apostas do Meio Desligado para a cena belo-horizontina em 2012 (outra banda local que também flerta com o jazz e o afrobeat, como o Zimun é a Iconili, que também lançará novo CD neste semestre).





Esta é a parte em que reforço minha insatisfação com o evento
Micareta de merda!

Julgamento em show no Circuito de Verão 2012
Esta é a parte em que escrevo sobre a outra banda da noite
O Julgamento é um grupo já veterano na cena alternativa de Belo Horizonte e que nos últimos anos deu um salto exponencial em sua carreira, tanto em termos artísticos como em quantidade de público. Com três MCs, dois DJs, guitarra, baixo e bateria, é uma banda cujos shows são extremamente potentes. Hip hop dinâmico, enérgico e com o peso do rock. Com o Studio Bar um pouco mais vazio do que no show anterior, a resposta do público acabou sendo muito mais forte. Afinal, os "baladeiros" chegaram cedo (às 22:30 uma grande fila estava formada do lado de fora) e, no momento do show do Julgamento (cerca de 1 da madrugada), mais pessoas interessadas na música estavam presentes. Para quem gosta da fusão de rap e rock, é uma banda segura para se conferir ao vivo.




Esta é a parte da conclusão, breve, porque o texto ficou longo demais
Ver bandas como Zimun e Julgamento (e também Lise, Transmissor, Camera e outras) em uma série de eventos como os que formam o Circuito de Verão pode ser desapontante para quem se interessa essencialmente pela música, mas representa uma ascensão de mercado para a música alternativa. A partir do momento em que bandas independentes/alternativas passam a ser usadas como isca para o consumo de jovens de classe média/alta, mais dinheiro passa a circular na cena e tende a fortalecer a cadeia produtiva. É uma ação equivocada em termos de formação de público mas que, apesar de tudo, possui alguns méritos, como contribuir para a divulgação dos artistas e das casas de show envolvidas entre públicos distintos. Mesmo assim, da próxima vez, talvez eu me deixe levar pelas minhas primeiras impressões...


Todas as fotos de minha autoria, feitas e editadas no celular. Esse tipo de trabalho está relacionado ao que faço na revrbr, minha agência de comunicação digital.

24 de janeiro de 2012

mydirtyfingers: a continuação do CSS?

"Essas são minhas cadelinhas Linda, Bonita, Rica e Fidida. Também atendem pelos nominhos Cumbica, Siririca, Narita e Fidida. Meu apego por essas cadelas é tamanho que fiz uma música para elas".

Essa é a introdução feita por Adriano Cintra, ex-baixista/produtor (e outras funções) do CSS (eterno "antigo Cansei de Ser Sexy"), para apresentar uma de suas músicas novas em seu blog (que tem o sensacional título "manda me prender"). A música, no caso, é "4Bitches, 1Bone", que chegou a ficar em quarto lugar entre as mais comentadas na internet, segundo o ranking do We Are Hunted. Synth pop grudento, com sax kitsch e letra raivosa, "4bitches, 1bone" é parte dos lançamentos recentes do novo projeto de Adriano, mydirtyfingers.



Apesar do relativo sucesso de "4bitches" na internet, é "Anestesia (ladrão de correspondência)", outra de suas músicas novas, que confirma o potencial do mydirtyfingers. Também fruto do período conturbado resultante dos conflitos entre Adriano e o CSS, a música em questão é dedicada ao empresário da banda, "aquele americano mau caráter", conforme publicado no blog de Adriano. Coincidentemente ou não, a música lembra um pouco "Rat is dead", do Donkey, segundo CD do CSS, e que teria sido feita para o Eduardo Ramos, ex-empresário da banda.

Talvez um dos principais méritos de "Anestesia" seja a capacidade de unir indie eletrônico e pop com uma boa letra em português, resultando em uma daquelas canções que dão vontade de ouvir várias e várias vezes, mesmo sem um refrão pegajoso.



Enquanto não resolve sua situação com o CSS, Adriano aproveita para investir em novos projetos. Além das músicas lançadas como mydirtyfingers, ele já anunciou parcerias com Marina Gasolina (ex-Bonde do Rolê), o australiano Nathan Hudson (em algumas sessões que contaram com a baterista Nana Rizinni) e com os antigos parceiros Carlos Dias (no Caxabaxa) e Marco Butcher, com quem tinha a sensacional banda garageira Thee Butchers' Orchestra, que, segundo Cintra, nunca acabou e apenas parou devido à distância entre os integrantes.

Para tornar a situação mais interessante, o CSS continua e se apresenta no Brasil no dia 28 de Janeiro, no M/E/C/A Festival, obviamente sem Adriano e usando as tão comentadas bases (backing tracks) produzidas pelo ex-membro da banda.

Clique abaixo para ler as letras das músicas do mydirtyfingers.

21 de janeiro de 2012

Graveola e o Lixo Polifônico, o hippie universitário, a world music cosmopolita e a não-cobertura de um show

Escolha uma vida. 
Um tipo de parceiro.
Uma profissão.
Uma cidade.
Uma casa. 
Escolha rótulos nos quais se encaixar. 
Escolha compartilhar ou reter.
Ou mantenha-se aberto às possibilidades, indefinido. Flexível no gênero, nômade física e intelectualmente. É preciso ter esse pensamento aberto, de escolhas múltiplas e instáveis, para se entender a Graveola e o Lixo Polifônico, banda que acaba de gravar, há pouco mais de 30 minutos, seu primeiro DVD ao vivo em sua cidade natal, Beverly Hills Belo Horizonte.

Banda ímpar na cidade (e provavelmente no cenário nacional), a Graveola congrega ao seu redor um forte grupo de criação e articulação artística. Como gostam de se apresentar, Graveola é também um coletivo. É o resultado da energia e de certa esperança pueril de que tudo pode ser feito de outra forma, de que existem opções e que é possível ser mais livre. Algo que, sintetizado porcamente, se assemelharia a um "hippie universitário": politicamente consciente, amante das culturas regionais e da natureza, sensível para a diversidade das manifestações artísticas e pseudo-libertário.

Imagens sobrepostas do público do show da Graveola em BH

Na música do Graveola, essse espírito se transforma em um saudosismo experimental que não tem medo ou dó de desvirtuar suas referências e influências, de resignificar e emular e, assim, criar suas obras. A música popular brasileira e o rock nacional, ambos sessentistas/setentistas, são a base, mas limites e preconceitos não são bem-vindos. O tal "caldeirão multiétnico" toma forma e constroi uma world music cosmopolita. No meio disso tudo, momentos em que se encontra um Pato Fu bucólico e orgânico, doido de ácido; hermanos bossa-novísticos apaixonados; netos dos Mutantes que trocaram os psicotrópicos e se drogam pelo excesso de informação - misturada no liquidificador.

A riqueza de timbres e de arranjos, a esperta construção de letras, as apropriações de temas alheios e a técnica dos músicos são alguns dos pontos que justificam o fato da Graveola ser uma banda literalmente adorada por um público crescente e que, hoje, praticamente lotou o Grande Teatro do Palácio das Artes (pouquíssimas poltronas vazias). Público cuja empatia aflora nas baladas; que dança e se perde nas quebras de ritmo, mas mesmo assim continua o movimento; que grita histericamente demonstrando a relação sentimental com a banda e que repete o maior clichê da geração da "felicidade de Facebook" (onde, mais do que nunca, a felicidade e a beleza despontam como definidores do capital social): subir ao palco, pular e abraçar uns aos outros - estética e aprofundamento sentimental de um comercial.

Tudo isso é parte do que deverá ser visto no DVD gravado hoje, parte do projeto da banda realizado através do programa Natura Musical - lembrando que, em 2011, a Graveola também teve seu projeto de circulação patrocinado pelo Conexão Vivo, prova de que, além do público em geral, a banda também tem despontado interesse no setor privado. Além da gravação, a noite foi momento de lançamento do vídeo da música "Farewell love song", que assim que disponibilizado no perfil da banda no Youtube será compartilhado por aqui (atualização: vídeo abaixo).




 Complementos: 


1. O mais recente CD da banda, Eu preciso de um liquidificador, estava disponível para download no Megaupload, site que foi tirado do ar em uma operação internacional supostamente em defesa dos direitos autorais. Fica a sugestão para que as bandas brasileiras deixem de usar serviços desse tipo e publiquem seus trabalhos autorais para download no Overmundo, iniciaiva sensacional focada na cultura livre e na criação colaborativa.
Felizmento, o álbum da Graveola também está no Soundcloud.



2. Juliana Perdigão e Luiz Gabriel Lopes, membros da Graveola, possuem trabalhos solo recentes. O CD de Luiz (Passando Portas) pode ser baixado no Mediafire. O de Juliana (Desconhecido) também estava disponível para download no Megaupload...

3. Em clima de reapropriações, o início do texto faz referência a abertura do filme Trainspotting (cujo meu DVD ainda está com o Reiler - me devolva!)

19 de janeiro de 2012

Promoção: Graveola e o Lixo Polixônico

O Graveola toca no Grande Teatro do Palácio das Artes nesta sexta-feira, dia 20 de Janeiro, às 21h, dentro da programação do festival Verão Arte Contemporânea. Será o show de lançamento do CD, gravação do DVD da banda e divulgação do novo clipe deles (tipo promoção "o patrão enlouqueceu", saca?).

O Meio Desligado vai sortear um par de ingressos para o show. Quem não ganhar não precisa chorar: o ingresso é só R$ 7 (meia-entrada), à venda na bilheteria do Palácio. 

Pra participar você vai à página do Meio Desligado no Facebook, clica na aba de promoções e no botão "quero participar". Pronto. Mais fácil que transar com gente bêbada dormindo.

Sexta-feira quando eu acordar faço o sorteio e divulgo o resultado. O sistema vai definir um vencedor (assim, bem mecânico - é a contemporaneidade, filh@). Se você não ganhar, a culpa é do sistema (sempre ele).

Atualização: tive que adiantar o sorteio para que o nome d@ vencedor@ constasse na lista de convidados do Palácio das Artes sem problema. Quem venceu foi a MaizaDesign Rodrigues.

Lembrete

Se você sabe que algo vai dar errado, mas mesmo assim segue em frente, isso não é um erro: é burrice. Se você erra, mas aprende com isso, é experimentação.

16 de janeiro de 2012

O encontro entre Rafinha Bastos e The Smiths

"Bigmouth strikes again", um dos hits do The Smiths, vira "Linguarudo ataca outra vez" na voz do desconhecido Arieliban, que se inspira em acontecimentos recentes envolvendo o comediante Rafinha Bastos para criar sua versão. Deliciosamente tosca, a música tem instrumental digno das produções do DJ Cremoso (em uma hipotética investida além do tecnobrega) e letra que mistura Wanessa Camargo, Tiradentes e traduções do Google Translate. Ou seja, precisa ser ouvida.

15 de janeiro de 2012

Music Alliance Pact de Janeiro: Bixiga70

Todo dia 15 você já sabe: é hora de baixar a nova edição da Music Alliance Pact, coletânea global que reúne artistas independentes de destaque em cerca de 40 países de diferentes continentes. O Meio Desligado é o representante oficial do Brasil desde que o país foi incluído na lista. Faça o download da coletânea completa ou clique nos nomes das músicas da lista abaixo para ouví-las.

ARGENTINA: Zonaindie Nubes En Mi Casa - Aceleremos Nubes En Mi Casa is an indie-pop band led by singer Josefina Mac Loughlin. Aceleremos is a preview from their upcoming second studio album, Me Suelto y Vuelvo. The song sounds like an instant hit and we're sure it will become one of our favorite tracks of 2012, so we can't wait to hear the rest of it.

AUSTRALIA: Who The Bloody Hell Are They? Sures - The Sun The Sun is a short burst of sunshine from Sydney duo Sures. It sounds like a Beach Boys outtake, which might sound boring given the number of bands out there paying homage to Wilson and Co. Fortunately, The Sun is just two minutes of harmonising over a dull melody - it's a catchy tune that will have those of us in the southern hemisphere pressing repeat throughout summer.

AUSTRIA: Walzerkönig Diver - Illusions Quiet is the new loud. Diver, a folky trio from various places in Austria and Germany and now based in Vienna, play beautifully melancholic songs with three acoustic guitars and lyrics that go "everyday reality is an illusion of possibilities". Illusions is the opener of their first full-length album Kites, which will be out later this month. In the meantime you can listen to their self-titled debut EP on Bandcamp.


BRASIL: Meio Desligado Bixiga 70 - Balboa Da Silva Bixiga 70 is what happens when you combine African beats, jazz and Brazilian swing in a city as hectic as São Paulo, where they're from. Their first CD was released last year and is available to download at the band's website.

13 de janeiro de 2012

A volta da Blemish

Quando comecei a me interessar mais pelo rock alternativo produzido no Brasil, uma das bandas que eu acreditava ter potencial para alcançar sucesso no exterior era a paulista Blemish. "King Kong", minha favorita da banda, foi uma das músicas que mais ouvi no início dos anos 2000. Após um longo hiato (período em que alguns de seus integrantes moraram no exterior), a Blemish volta à ativa e relança o EP Silver Box Song, originalmente lançado em 2000, e divulga seu primeiro álbum, Transatlantic Broken Dreams, cujo show de lançamento acontece dia 18 de Janeiro no Sesc Vila Mariana, em SP. 



Ouvindo agora, a Blemish ressalta a diferença entre o indie nacional dos anos 90 e o atual. Acredito que haja uma diversidade muito maior agora, assim como muito mais bandas alternativas compondo em português, enquanto o indie brasileiro dos anos 90 tinha uma proximidade maior com o guitar rock e o inglês dominava as composições.

Mesmo sem ouvir as novas músicas da Blemish, a julgar pelos trabalhos anteriores da banda, tem tudo para ser um retorno digno de acompanhar e assistir ao vivo.

12 de janeiro de 2012

Marcia Castro lança versão de “Preta Pretinha”, primeiro single de seu novo CD



“Taí uma versão de ‘Preta Pretinha’ que merece ser gravada”, constatou Moraes Moreira após ouvir Marcia Castro apresentar sua versão da música no programa de TV Som Brasil. Conterrânea de Moraes, Marcia considerou o aval do artista como ponto definitivo para regravar a canção, lançada como o primeiro single de seu segundo CD, De pés no chão, cujo lançamento acontecerá em Março de 2012 através do programa Natura Musical e com distribuição da Deck Disc.

Uma das músicas ainda não regravadas de Acabou Chorare, clássico álbum dos Novos Baianos que completa 40 anos em 2012, “Preta Pretinha” mantém seu aspecto coletivo na nova versão. “A gente queria fazer a música do jeito que Moraes e os Novos Baianos fizeram”, conta a cantora. “Partimos dessa ideia, de que é uma música meio coletiva. Depois partimos pro samba de roda, que é uma manifestação coletiva também. Tem samba de roda no meio, algo que parece african pop, uma coisa caribenha”, complementa Luciano Salvador Bahia, autor do arranjo inicial e que foi finalizado coletivamente até dar forma à canção gravada por Marcia. Antes de Marcia, quem pretendia regravar "Preta Pretinha" era Chico Science, que em 1997 lançaria sua versão da música para uma coletânea comemorativa dos 25 anos de Acabou Chorare, mas faleceu antes de realizar a gravação.



Quem também participou da construção da nova “Preta Pretinha” foi o maestro baiano Letieres Leite, responsável pelo arranjo de sopros que, segundo Marcia, usa a “estética do sopro rítmico, o sopro pensado quase como percussão”. Letieres também assina os arranjos em outras três canções do CD, cujo repertório inclui composições de Tom Zé, Gilberto Gil, Gonzaguinha e Otto, entre outros.


Sobre Marcia Castro

Desde que lançou seu primeiro CD, Pecadinho, em 2007, uma série de acontecimentos tem repercutido o nome de Marcia Castro e ampliado a expectativa em torno do novo trabalho: foi indicada ao Prêmio TIM/2008 como “Melhor cantora de pop-rock” (ao lado de Fernanda Takai e Vanessa da Mata); se apresentou no importante Montreux Jazz Festival, na Suíça; acompanhou a argentina Mercedes Sosa em sua última turnê, com shows no Brasil, Alemanha, Itália e Israel; teve a música “Queda” incluída na trilha da novela Ciranda de Pedra, da Rede Globo; e fez gravações e participações em projetos junto a ícones da música brasileira como Tom Zé, Moraes Moreira, Luiz Melodia e Jards Macalé. Tudo isso, para ficar em poucos exemplos.

Graduada na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, iniciou-se na música aos 16 anos. Em São Paulo, para onde se mudou em 2008, parece ter assimilado com maior intensidade o caráter cosmopolita da cidade. Desde então, fez residência artística no Timor Leste, uma turnê na Turquia e criou o projeto “Pipoca Moderna”, no qual promove um intercâmbio artístico com cantoras de diferentes Estados brasileiros (Maryana Aydar e Ana Cañas/SP, Rita Ribeiro/MA, Cláudia Cunha/PA e as conterrâneas Mariella Santiago, Marcela Bellas e Manuela Rodrigues) e até mesmo do exterior (caso da cabo-verdiana Mayra Andrade).

"Preta Pretinha" está disponível para download na página de Marcia Castro no Facebook.

* Marcia Castro também é cliente da revrbr, minha empresa de comunicação digital e ações em redes sociais. Cuidamos do conteúdo online da artista.

11 de janeiro de 2012

Diplo, tecnobrega e a visão da nova música brasileira no exterior

Quer uma prova do quanto o Brasil está bombado no exterior?

Diplo escrevendo (e fotografando) sobre tecnobrega na Vanity Fair. Só faltou avisarem pra ele que a Banda Uó é uma piada.


"O Brasil compete com qualquer nação em termos de diversidade musical. MPB, bossa nova e samba ditam as regras agora, mas durante anos, cada região distante agia como uma ilha incubadora de sons estranhos, do forró ao heavy metal; do samba e reggae ao frevo; do baile funk ao axé; e ao tecno brega.  Atualmente o país está se transformando em lugar de estranhas mutações musicais - alguns desses micro-gêneros crescem e avançam através de vendedores de gravações ao vivo em CD/DVD, MSN e links do YouTube.  Um dos grupos mais geniais dos últimos tempos é a Banda UÓ (algo pronunciado como Bonda Wah), um grupo de garotos vindos do centro-oeste do Brasil, da metrópole agrícola de Goiânia. Eles adotaram um estilo de música amazônica de Belém chamada tecno brega - que pode ser traduzido livremente como 'Cheesy Techno'. É menos techno e mais reggaeton industrial metanfetamina. Os membros são Davi, Mateus e a transgênero Candy Mel".

8 de janeiro de 2012

Oi FM somente na internet

A Oi Fm começou o ano de 2012 abandonando o meio analógico e as transmissões via FM. A rádio passou a funcionar exclusivamente online e adotou o slogan "Agora totalmente na web". A mudança se deve ao fim do contrato entre a Oi e o Grupo Bel, que operava a rádio desde 2005 e que em 2011 estava presente em Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.

O Grupo Bel continua com a frequência da rádio em Belo Horizonte, 91,4 FM, que agora se chama Rádio Verão. Segundo o Meio e Mensagem, existe interesse em negociar a criação de uma nova rádio personalizada para outro cliente, mas nenhum acordo estaria fechado até o momento. Em Minas Gerais, o Grupo Bel também comanda a rádio 98 FM, a MTV local e a CDL FM, entre outros negócios.

A se julgar pelo atual estado da Oi FM, sua nova versão não tem muito potencial. A rádio segue a mesma linha musical, mas é basicamente um player com músicas ininterruptas em um blog pouco atualizado sobre cultura pop. Ou seja: mais do mesmo.

Ps.: achei no blog da Oi FM essa lista dos DISCOS mais vendidos de 2011.
1 – The Beatles – “Abbey Road” (41.000)
2 – Fleet Foxes – “Helplessness Blues” (29.700)
3 – Bon Iver – “Bon Iver” (27.200)
4 – Mumford & Sons – “Sigh No More” (26.800)
5 – Radiohead – “The King of Limbs” (20.800)
6 – Adele – “21” (16.500)
7 – Bon Iver – “For Emma, Forever Ago” (16.200)
8 – Wilco – “The Whole Love” (14.900)
9 – The Black Keys – “Brothers” (14.200)
10 – The Black Keys – “El Camino” (13.800)

Dá pra tirar uma série de conclusões, tipo: 
1. Vinil é indie
2. Os compradores de vinil tem um gosto muito mais interessante do que os compradores de CD
3. Black Keys é uma das maiores bandas de rock do mundo na atualidade
4. Sério que o disco mais vendido do mundo teve 41.000 cópias comercializadas? Se isso não é crise da indústria analógica, ao menos é a cauda longa fazendo efeito

Ps. 2: se a Oi FM agora é uma rádio online, o FM no nome não faz mais nenhum sentido, néam?

7 de janeiro de 2012

DJs do futuro


Parece o nome de um péssimo filme de ficção científica, mas é apenas uma breve reflexão sobre o que os avanços tecnológicos e o desenvolvimento da cultura digital podem acarretar na forma com que os DJs atuarão nos próximos anos (ou meses). Se a partir dos anos 90 a utilização de CDs facilitou o ato de discotecar, nos anos 2000 a discotecagem inteiramente com arquivos digitais em computadores, sem a necessidade de um suporte físico para as músicas além do próprio computador, foi fundamental para a popularização dos DJs amadores e ampliar as opções de discotecagem sem grandes investimentos em equipamentos.

Agora, com a crescente popularização de potentes smartphones e tablets, esses equipamentos aproximam-se também dos DJs através de aplicativos específicos para essa função. Um dos melhores aplicativos desse gênero é o sugestivo Djay, disponível para vários equipamentos produzidos pela Apple: iPhone, iPad, iPod Touch e Macs possuem suas versões do aplicativo. Mesmo na relativamente pequena tela do iPhone o app é extremamente fácil de ser usado e possui grande variedade de funções, como equalizadores, mixer, detecção e alteração de BPM, adição de efeitos em tempo real e outras. Tudo isso disponível por $1,99 e que pode ser levado para qualquer lugar dentro do seu bolso, algo inimaginável 10 anos atrás.


Se a utilização de aparelhos mobile por DJs já é uma inovação, o que dizer de uma interface para discotecagem que pode ser projetada em superfícies e controlada com as mãos, sem o uso de outros equipamentos? Essa é a proposta do protótipo Multi Touch Light Table, explicada no vídeo abaixo.


Mesmo que a experiência do usuário ainda seja complicada, projetos como esse apontam para um aprimoramento na utilização de interfaces controladas por gestos na arte, semelhante aos hacks do Kinect que proliferam ao redor do planeta e abrem novas possibilidades para a criação artística.

4 de janeiro de 2012

Os planos do Macaco Bong para 2012

Responsável por um dos CDs fundamentais do rock brasileiro dos últimos 10 anos, a banda cuiabana Macaco Bong prepara algumas novidades para 2012. A primeira delas é uma guinada sonora em seu novo álbum, que até o momento traz fortes elementos de chill-out e synth rock. Uma prévia do trabalho foi divulgada recentemente através de versões demo de novas músicas (que podem ser ouvidas nos players do Soundcloud abaixo). "É mais pra sentir qual vai ser a reação do público caso partíssemos pra essa linha e o feedback tá massa", conta o guitarrista da banda, Bruno Kayapy.


Deadline

Macacorap

The Mullets 2012

Previsto para ser lançado em Abril, o novo CD está sendo produzido por Kayapy e Ynaiã Benthroldo, baterista do Macaco Bong. A pré-produção será feita em Belo Horizonte entre os meses de Janeiro e Fevereiro e as gravações acontecerão em Março. "Eu e Ynaiã produzimos todos os nossos trabalhos, principalmente arranjos, construção de beats e programações. Levamos apenas um engenheiro de gravacão pra traduzir no console o que a gente quer. Como somos produtores musicais há 10 anos, hoje tudo fica muito mais fácil quanto ao que queremos fazer", conta Bruno.

Se a distorção e o peso de Artista Igual Pedreiro, primeiro CD da banda, pode não reaparecer no novo trabalho do Macaco Bong, um novo projeto musical da banda promete trazer muito barulho. Para os próximos meses a banda prepara um CD em parceria com o guitarrista virtuose mineiro Daniel Piqué (de 22 anos), unindo algumas das músicas mais pesadas do Macaco Bong e inéditas, aproximando ainda mais o heavy metal de seu som.

Daniel Piquê - OO

Originário do interior de Minas Gerais, na cidade de São Sebastião do Paraíso, Piqué é um fenômeno na guitarra, elogiado por diversas publicações especializadas e apoiado por marcas como Gibson e Orange. Além disso, desenvolveu trabalhos com músicos que tocaram em bandas como Dream Theater e Mr Big e acompanharam ícones da guitarra como Steve Vai e David Lee Roth. A parceria Bong + Piqué deve render ainda uma série de workshops e oficinas pelo país, mas não há data definida para o início do projeto.

3 de janeiro de 2012

Michel Teló > Adele, Rihanna, LMFAO, David Guetta

Sei que todos vocês estão prestes a não aguentar mais ouvir sobre o Michel Teló, mas já repararam como a versão em inglês de "Ai se eu te pego" ("Oh, if I catch you") é, assim, uma mistura de Jack Johnson e Bruno Mars?

Suavizaram a sanfona e mudaram a levada do violão, além de inserir vários "wow wow wow", super pop. Não é à toa que os downloads da música crescem a cada dia e a tornaram a música mais baixada (legalmente) em diversos países (na Europa, a música hoje é primeiro lugar na Itália, Espanha, Bélgica, Holanda, Portugal e Luxemburgo), na frente de Adele, Rihanna, LMFAO, Snoop Dogg, Coldplay, David Guetta...


Enquanto isso, no Brasil, acontece o mimimi geral reclamando do sucesso internacional dele. Mesmo não sendo um artista independente (assinou com a Som Livre), Michel Teló é um cantor que merece um texto especial em breve aqui no Meio Desligado.

2 de janeiro de 2012

Novidades da Gaby Amarantos

2012 começou de modo promissor para a música independente brasileira com dois dos programas mais populares da rede Globo destacando novos artistas dessa cena. No Fantástico, o produtor musical Plínio Profeta indicou os hypados Criolo e Tulipa Ruiz, enquanto no Domingão do Faustão o palco foi da diva paraense Gaby Amarantos, acompanhada de sua banda (com ex-integrantes da banda instrumental La Pupuña) e dos sopros do Móveis Coloniais de Acaju.


Bastante famosa em Belém e elogiada pela crítica especializada (com matérias de destaque em jornais importantes como Folha de S. Paulo e O Globo), Gaby está prestes a lançar seu primeiro álbum, Treme, e já no primeiro dia do ano divulgou uma prévia do CD. As músicas "Gemendo", "Merengue latino" e "Xirley" (esta, já conhecida do público, cujo vídeoclipe tem mais de 100 mil visualizações no YouTube) podem ser ouvidas através do perfil da cantora no Soundcloud (cujos players estão abaixo) e o download  das mesmas também está disponível - basta clicar na seta na parte direita do player, abaixo da palavra "info". Para completar, as bases de "Xirley" (canção de autoria do pernambucano Zé Cafofinho) também podem ser baixadas para que remixes da música sejam feitos, prática inerente ao tecnobrega do qual a cantora é expoente.


Gemendo


Merengue Latino


Xirley

Este promete ser o ano da expansão nacional da nova música paraense, que além de Gaby tem entre seus principais nomes a Gang do Eletro (sensacional ao vivo) e Felipe Cordeiro.

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