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9 de outubro de 2014

Guidable - Documentário sobre o Ratos de Porão

Independente de se gostar da banda ou não, Guidable - A verdadeira história do Ratos de Porão, é um documentário relevante para os envolvidos com a cena musical independente e com o rock brasileiro. O Ratos de Porão é um dos principais e mais antigos grupos de hardcore da América Latina, apesar de muitas pessoas ainda o relacionarem apenas à imagem de João Gordo (devido à grande exposição do vocalista a partir de seu trabalho como VJ da MTV).

A trajetória da banda é apresentada principalmente através de entrevistas com os integrantes (e ex-membros) e imagens de arquivo, que inclui momentos históricos como a participação do Sepultura em um show do Ratos em Belo Horizonte, em 1987, e do festival Começo do Fim do Mundo, realizado em 1982 em São Paulo e considerado o primeiro festival punk do Brasil.

Além de conhecer as histórias dos bastidores, os motivos de trocas de membros e o processo de funcionamento da banda (movida, por longos anos, à base de coqueteis de várias drogas), é interessante perceber a dinâmica de mercado da cena hardcore/metal ao longo da trajetória do Ratos, desde os anos 80 ao fim dos anos 2000. O Ratos de Porão é um dos poucos grupos que participou ativamente desse período de transformação: teve um papel crucial no surgimento e crescimento do punk/hardcore no Brasil; criou vínculos com o mercado internacional; chegou a ter contrato com grande gravadora no Brasil e assumiu (novamente) a independência como alternativa de sustentabilidade

Lançado em 2008, Guidable - A verdadeira história do Ratos de Porão não prima pela qualidade estética, mas é um registro histórico importante e serve como ferramenta para se conhecer um pouco mais da lógica de funcionamento de uma banda de rock alternativa no Brasil.

28 de maio de 2009

MP3 da semana: "Jack Queen"

DominatrixUma grande parte da crítica musical brasileira torce o nariz para a banda e a outra parte a desconhece. Mesmo assim, é inegável afirmar que a Dominatrix foi uma das mais importantes bandas femininas de rock alternativo/hardcore na cena underground brasileira dos últimos 20 anos. Com quase 15 anos de existência (formada em 1995), a Dominatrix foi a principal expoente do movimento riot grrrl no país (feminismo ligado ao punk/rock/hardcore) e esteve em pausa durante os últimos anos, retornando agora em 2009.

Ao longo desse período a banda mudou de formação algumas vezes, tendo a vocalista/guitarrista Elisa Gargiulo como único membro da formação original. Enquanto a banda esteve parada Elisa também tocou no Fantasmina, banda electro-punk com a VJ da MTV Luisa Omelete Micheletti.

"Jack Queen", faixa que selecionei, é do álbum mais recente da banda, Beauville, lançado em 2003. No início deste ano a Dominatrix colocou um novo EP para download na TramaVirtual, intitulado Quem defende pra calar.



Banda: Dominatrix
Música: "Jack Queen"
Ano: 2003
Cidade: São Paulo (SP)
Pra quem gosta de: rock alternativo, hardcore feminista, estética suja dos anos 90

27 de novembro de 2008

53 HC Fest

53 HC Fest 2008
O mais duradouro festival de rock independente em Minas Gerais realiza sua maior edição neste final de semana, nos dias 28, 29 e 30 de novembro. Esta é a 8° edição do 53 HC Fest, realizado anualmente pelo selo/loja 53 HC, focado no hardcore e vertentes mais pesadas do rock.

Este ano o 53 HC Fest conta com 22 bandas de diversos Estados brasileiros e acontece em três casas de show: Bar Brasil, Lapa Multshow e Armazém 841, locais por onde a festa Flaming Night, também realizada pela 53 HC, já passou.

Os principais nomes da programação são Dead Fish (ES), Inocentes (SP), Canastra (RJ), Matanza (RJ), Chakal (MG) e DFC (DF) e também há espaço para várias novas bandas mineiras, como The Junkie Dogs, Carolina Diz, Enne e Dilúvio. O ingresso para cada dia de evento custa R$ 20 e o passaporte para todo o festival custa R$ 40.

Programação completa

28/11, sexta-feira. Local: Bar Brasil (Rua Ouro Preto 301, Barro Preto)
A partir das 20H

dead fish [ES]
confronto [RJ]
cervical [RJ]
crossfire [MG]
enne [MG]
diluvio [MG]
do it yourself [MG]
Discotecagem: Igor Meola

29/11, sábado. Local: Lapa Multshow (Rua Alvares Maciel 312, Santa Efigênia, BH)
A partir das 20H

inocentes [SP]
canastra [RJ]
sick sick sinners [PR]
sapatos bicolores [DF]
the folsoms [MG]
carolina diz [MG]
manolos funk [MG]
Discotecagem: Rodrigo Barba

30/11, Domingo. Armazém 841 (Avenida dos Andradas 841, Centro, BH).
A partir das 14H

matanza [RJ]
chakal [MG]
dfc [DF]
madame saatan [PA]
lobotomia [SP]
irônika [MG]
the junkie dogs [MG]
severa [MG]
Discotecagem: Kbeto metal 80´s


18 de janeiro de 2008

16º Festival Hardcore de São Paulo

Festival Hardcore de São PauloComeça amanhã, 19 de janeiro, a 16ª edição do Festival Hardcore de São Paulo, organizado pelo coletivo Verdurada. O evento é carregado de ideologia vegan e, principalmente, straight edge e é promessa de horas e horas de moshs certeiros.

Além de atrações nacionais como Dominatrix e O Inimigo, o festival conta com atrações da Argentina (Vieja Escuela), Portugal (Simbiose) e Estados Unidos (Defect Defect).

A postura engajada da produção fica clara na organização do festival, que termina antes das 23:30 "para que os espectadores possam se valer do sistema público de transporte" e utilizando parte do dinheiro da bilheteria para "campanhas públicas de assuntos ligados aos interesses do Coletivo Verdurada, como vegetarianismo ético, práticas de democracia direta, questões políticas e sociais", como avisam no site do Verdurada. Outro aviso importante: nada de álcool, drogas, cigarro ou... alimentos que contenham produtos animais. O jeito é se contentar com bolinho de brócolis e hamburguer de soja...

Os ingressos custam só R$ 7 e como já está super em cima do momento da realização do festival, compre o seu na hora de entrar! Os shows acontecem na Rua Anita Costa nº155, próximo ao Metrô Jabaquara.

Programação

Sábado, dia 19/01
O Inimigo
Safari Hamburguers (Santos/SP)
Defect Defect (EUA)
C.V.O.D. (Assis/SP)
M.A.C.E.

Palestra com o médico Eric Slywitch: "Alimentação Sem Carne: Aspectos Médicos e Nutricionais"

Domingo, dia 20/01
Vieja Escuela (Argentina)
Dominatrix
Simbiose (Portugal)
Velho de Câncer (Porto Alegre/RS)
Positive Youth

Palestra com o Doutor Ruy Fernando: "Trabalho Escravo no Brasil Contemporâneo"

12 de outubro de 2007

53HC Fest 2007

A 53HC é um dos pilares do hardcore em Belo Horizonte, funcionando como loja, selo, distribuidora e produtora. Nos dias 19 e 20 deste mês, ela realiza mais uma edição do seu 53HC Fest, reunindo 14 bandas que, de uma forma ou outra, mantém alguma relação com o hardcore, mesmo sem serem expoentes do mesmo.

53hc FestAs principais atrações desta edição do festival são Forgotten Boys, Matanza, Móveis Coloniais de Acaju e Canastra. Bandas mineiras (5) e cariocas (4) são maioria, dividindo palco com representantes da música do Distrito Federal (Móveis... e Gramofocas), Paraná (Magaivers), São Paulo (Forgotten Boys) e Sergipe (Rockassetes).

O evento acontece no Bar Brasil (Rua Ouro Preto 301, Barro Preto) e tem classificação etária de 16 anos. Os pais que estiverem acompanhando seus filhos menores não pagam entrada. Os ingressos para cada dia custam R$ 25 na portaria e R$ 20 se forem comprados com antecedência na própria 53HC (Rua Rio de Janeiro 630, Centro, loja 53) ou no estúdio de tatuagens Pietá Tattoo (Rua Paraíba 1441, Savassi).

Programação completa:

19 de outubro, sexta-feira
Matanza (RJ)
Móveis Coloniais de Acaju (DF)
Canastra (RJ)
Ballet (MG)
Moldest (MG)
Proa (MG)
Vulgaris (MG)

20 de outubro, sábado
Forgotten Boys
Gramofocas (DF)
Big Trep (RJ)
Rockassetes (SE)
Magaivers (PR)
Cyius (RJ)
The Folsoms (MG)

Site oficial: www.53hc.com

Aproveite para ler o texto sobre a edição 2006 do 53HC Fest.

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11 de dezembro de 2006

53 HC Fest - dia 2

Admito: o primeiro dia foi tão fraco que não nos animamos a ir ao segundo dia do festival. Mesmo sendo uma noite mais voltada para o punk e bandas mais pesadas, as atrações não foram suficientemente empolgantes.

Tudo bem, a estréia do Porcos Cegos em Belo Horizonte, antigo Blind Pigs, parecia interessante, mas é preciso ter muito ânimo (ou paciência) para este punk rock simplista de letras idem. O mesmo pode se dizer do Calibre 12, porém com instrumental mais pesado.


No mais, um monte de bandas desconhecidas, como Strike (MG), Capotones (DF), The Folsoms (MG), Eight Microwave (RJ) e Enne (MG), esta última, uma cópia do antigo Diesel que vem evoluindo consideravelmente nos últimos tempos.

O fato de não conhecer a maioria das bandas seria na verdade um incentivo para irmos ao festival, porém, uma rápida lida nos releases destas mesmas bandas, era desanimadora. Entende o que digo com “clichê”? Ou será que “mesmice” soaria melhor?


Uma pena, já que mais uma vez perdemos a oportunidade de ver ao vivo o divertido Zumbis do Espaço (SP), com seu punk death figuraça de "clássicos" como "espancar e sangrar" e "enquanto eu defecar".



Zumbis Do Espaço
- satan chegou


10 de dezembro de 2006

53 HC Fest - dia 1

Enquanto pensava em como este blog seria e definia uma mínima linha editorial, uma das coisas que me pareceu clara, era que não seria muito interessante gastar tempo escrevendo sobre bandas ruins. É muito mais importante que as pessoas conheçam novas boas bandas, do que reforçar a idéia de que "tal" banda é péssima. E, de qualquer forma, como você irá perceber, todas as bandas citadas aqui poderão ser ouvidas no próprio blog (em breve), de forma que você tire suas próprias conclusões (e pense).
Tendo explicado isso, posso finalmente escrever sobre o 53 HC Fest, realizado pela loja/selo 53 HC em Belo Horizonte nos últimos sexta e sábado, dias 8 e 9 de dezembro, no Lapa Multshow.

Primeira consideração: Público.
* Formado principalmente por menininhos e menininhas de franjinha no rosto, cintos de tachinhas, tênis Vans e All-Star e muitos, muitos bonés. Comentário do camarada do bar com o Bart (organizador do evento): "Porra, velho, esse show seu só tem moleque! É fóda!". Tanto que, na hora de comprar bebida, pela primeira vez no Lapa vi as pessoas tendo que mostrar a identidade. Mas isso não adiantava muito, ainda mais se levarmos em consideração que esse povo fica bêbado com duas latas de Kaiser e depois tenta vomitar com classe pra não atrapalhar o penteado. Tsc.
* Em um festival de hardcore, qual foi a música tocada pelo dj que mais animou o público? Adivinhe... "last nite", do Strokes. Sim. E enquanto tocava The Clash e Dead Kennedys, simplesmente não havia reação. "Meu Deus em quem eu não acredito, eles não conhecem esses sons!". Sim, é verdade. E o que dizer quando o dj teve a boa vontade de mostrar algo de bom e acessível, tocando "bigmouth strikes again" do The Smiths ou "rock and roll queen" do hype esperto The Subways? Ooooh. Nada. E por incrível que pareça, algumas pessoas me disseram que o público parecia mais animado durante o som mecânico do que durante os shows. Pudera...

Os shows
O início estava marcado para as 17 horas, cheguei às 20 e perdi Sonary e Monno (ambas de MG). Senti apenas por causa da Monno, é uma ótima e promissora banda, apesar de ainda soar melhor em estúdio do que ao vivo. Em um futuro post você poderá ler mais sobre eles.

Voltinhas pelo Lapa, observando a tietagem underground (porque isso existe, e muito), até começar a fraca apresentação da capixaba Volume 7, nova banda do Murilo, ex-Dead Fish. Péssimo nome, som idem. A não ser que você seja um super fã de CPM 22 e Dead Fish fase atual. Se fosse uma banda instrumental, seria aceitável. Fala do vocalista para o público: "isso aqui não tá parecendo um show de hardcore". Concordo.

Antemic - ainda aqui


Mais pausa e depois, Antemic (ES). Detalhe: na Trama Virtual, eles descrevem seu som como post rock. Ha ha ha ha. Sim. E aquele barulho que faço quando estou cagando com diarréia eu chamo de grindcore.
Esquecendo esta tentativa ridícula de maquiar seu hardcore emo de algo mais interessante, o som, em alguns poucos momentos, é quase aceitável. Eu disse quase. Uma espécie de wannabe Jimmy Eat World, mas sem a manha para fazer hits punk pop descartáveis e que acaba soando às vezes como ForFun (sic). Parece que a vontade de ser um novo CPM 22 é uma das coisas que mais afetam a atual cena hardcore teen, que alguns anos atrás rendia tantas bandas engraçadas de ruins, mas ao menos toscas, sujas e com letras idiotas cantadas naquele inglês errado. Ao menos eram divertidas. Agora, a maioria continua ruim, com a diferença de que são letras bobinhas (de novo) aos montes em português e melodias pop misturadas à distorção. E claro, tudo nem um pouco original.
E mais um ponto negativo para a banda: no MySpace, eles disponibilizaram apenas UMA música para download, deixando as outras duas disponíveis apenas para audição. Enquanto até as bandas alternativas tiverem este tipo de pensamento imbecil e retrógrado, relutando em tornar suas músicas o mais próxima possível do público, elas continuarão a se fuder.

LudovicCalma, calma. Finalmente chegou o momento do melhor show da noite. Ludovic (SP). Famosos pela energia de seus shows, o quinteto paulistano mostrou a razão pela qual são tão falados em meio à cena alternativa brasileira.
Desde o início, com a ótima "boas sementes, bons frutos", a banda despejou sobre a despreparada platéia uma massa sonora pós punk, remetendo a Sonic Youth e Joy Division, e completada pelas boas letras da banda. Uma pena que o equipamento disponível não estivesse à altura do que eles merecem, o que prejudicou principalmente o entendimento das letras (parte crucial do Ludovic).

LudovicO vocalista Jair lembra Ian Curtis e Johnny Rotten ao mesmo tempo, sem parecer forçado. E, quando diz ao microfone que a platéia ali presente é imbecil, e o festival, uma merda (não exatamente com estas palavras, mas extremamente próximo disso), um sorriso no rosto de quem ainda tem cérebro é inevitável. Aos outros, restaram gritinhos ao estilo "eu sou emo mesmo, e daí?", como os vindos da menina à minha frente, puta pelo vocalista ter utilizado a expressão "bobagens emo".
Parafraseando o próprio Jair, "azar o seu querida".



Gramofocas (DF - foto) foi difícil de aturar. Punk rock banal, som ruim, vocal idem = chato, chato. Aquele tipo de banda que toca para roqueiro do interior encher a cara e dizer que "esses cara são muito lôco". Nem o bom-humor na hora de nomear as músicas ("country song (nofx should listen more ramones)", "você é meu rolinho parmalat") e nas letras ("sempre que eu fico feliz eu bebo / e se eu fico triste eu bebo também") consegue salvar.

Gramofocas - sempre que eu fico feliz eu bebo


Carbona (RJ) foi a próxima e, da mesma forma, difícil de aguentar. Tão difícil que fui embora logo após as três primeiras músicas. Sabe aquela bandinha punk que seu ex-colega de escola montou e que até tem algumas músicas "legaizinhas", porém descartáveis, e todas parecem ser a mesma? Carbona.

E sobre o Aditive (SP), que fechou a noite e foi talvez a maior responsável pelos emos presentes? Escute Fresno, Hateen ou NxZero e saberá do que se trata.

[Ps1.: fotos Ludovic: marcelo a. santiago / foto Gramofocas: divulgação.
Ps2.: faça o download das músicas acima aqui]

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