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8 de dezembro de 2014

Alguns comentários sobre a SIM SP

Comparada com sua edição anterior, em 2013, a SIM São Paulo deste ano teve como ponto negativo não realizar shows no mesmo espaço em que aconteceram a maioria dos debates, a Praça das Artes. A programação extensa e fragmentada por vários locais resultou em shows e discussões com baixa presença de público, com algumas exceções, mesmo com convidados relevantes em suas mesas. O que leva à questão: esse formato de evento realmente funciona? Quem atua no mercado musical há mais anos se depara com questões repetidas e a maratona é cansativa.  Talvez um formato mais produtivo unisse maior quantidade de showcases (shows mais curtos, com a intenção de apresentar o trabalho de determinado artista para possíveis contratantes) e speed meetings (breves reuniões com esses mesmos contratantes), tudo em um único espaço, durante o dia, e a programação noturna contasse com um único evento por noite, trocando-se as casas de show ao longo da semana.

Dos debates em que estive presente, os mais movimentados e interessantes foram o que reuniu Thiago Pethit, Karina Buhr, China, Maurício Pereira, Tim Bernardes e Irina Bertolucci para discutir o atual mercado da música a partir da visão do artista e o debate sobre o papel das assessorias de imprensa atualmente. Ambas as discussões mais próximas do dia a dia dos próprios artistas e, talvez por isso, resultando em conversas mais calorosas, ainda que sem grandes novidades ("o mercado é difícil", "querem que eu toque de graça", "é preciso investir em merchandising" e afins). Para os jovens artistas e produtores, talvez um choque de realidade, imagino.

A francesa Zaza durante show no Centro Cultural Rio Verde

Sobre os shows, uma das coisas interessantes foi apresentar diferentes espaços culturais para quem não é de São Paulo. Centro Cultural Rio Verde, Galeria Olido, Espaço Verona, Jongo Reverendo (no espaço do antigo Studio SP da Vila Madalena), Puxadinho da Praça, Studio Emme e Beco 203 receberam uma leva diversificada de artistas que incluiu o elogiado e simpático rapper francês Féfé, o indie tropical do Holger, a nova MPB da Filarmônica de Pasárgada e alguns dos artistas da nova geração que mais se destacaram nos últimos anos: Tulipa Ruiz, Emicida, Marcelo Jeneci e Céu.

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