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6 de dezembro de 2010

Stereoteca Colaborativo: pós-reunião e propostas

Participando ativamente do setor cultural nos últimos anos, uma das questões mais comuns (e polêmicas) que tenho acompanhado refere-se aos projetos culturais beneficiados por leis de incentivo à cultura por meio de isenções fiscais. Entre questões sobre relevância de projetos, capacitação de equipes e orçamentos utilizados, um dos pontos que sempre me chamou atenção foi a possibilidade de a sociedade interferir ativamente juntamente aos gestores dos projetos buscando a construção coletiva de ações culturais. Afinal, se esses projetos são realizados, de certa forma, com dinheiro público, nada mais justo do que ter o público como agente ativo na construção de um projeto.

Foi com isso em mente que foi pensado o formato para o festival Stereoteca em 2011, intitulado Stereoteca Colaborativo. Já estabelecido em Belo Horizonte, cidade em que foi realizado durante três anos no Teatro da Biblioteca Pública Luiz de Bessa, na Praça da Liberdade, o Stereoteca sempre foi um projeto focado nos novos artistas independentes mineiros e abriu espaço para que músicos de diferentes estilos tivessem visibilidade e maior contato com o público da capital e região metropolitana. Com o Stereoteca Colaborativo, a proposta é ir além, tanto geograficamente como conceitualmente.

O primeiro encontro de produção do festival aconteceu no último sábado, 4 de dezembro, na sede do Coletivo Fórceps, em Sabará. Participaram músicos (oriundos do grindcore ao rap), jornalistas, produtores culturais, profissionais de relações públicas e estudantes de Sabará, Belo Horizonte, Lagoa Santa e Vespasiano. Foi um passo importante e estimulante, unindo uma equipe com experiências bastante distintas e de extrema relevância para a produção de um festival experimental.


Em breve todo o processo será registrado e executado através do endereço colaborativo.stereoteca.com.br (a previsão é que o site esteja funcionando na primeira semana de janeiro), aberto a novas colaborações e interações diversas. No entanto, para adiantar parte do que foi discutido até o momento, segue alguns pontos pré-estabelecidos sobre o festival e sua execução:

  • Cidades abrangidas: BH, Sabará, Barbacena, Vespasiano e Lagoa Santa
  • Shows gratuitos em espaços públicos com acesso gratuito
  • Cada cidade receberá um dia de festival com cinco shows, sendo uma banda local e quatro bandas de outras cidades, não podendo haver mais de uma banda de cada cidade de MG em um mesmo dia de festival
  • Artistas independentes mineiros, de todos os gêneros musicais, com composições autorais poderão se inscrever para participar do festival, sendo que as inscrições ocorrerão através do Toque no Brasil
  • A curadoria será realizada por uma equipe externa à produção do festival
Outros vários pontos foram discutidos e encontram-se em estágios iniciais de trabalho. Para evitar confusões prefiro não publica-los neste momento e aguardar até o site específico da construção coletiva do festival estar em funcionamento. Interessados poderão se manifestar e colaborar para a construção de um festival diferente quando a produção do festival finalizar o site.

Obs.: após o encontro aconteceu um show super intimista do MoMo (mineiro, nascido em BH, mas que só agora foi realmente conhecer a cidade, após morar anos mundo afora e no Rio de Janeiro), que até então era desconhecido da maior parte do público sabarense e conquistou alguns fãs (entusiasmadíssimos) na cidade. Foi uma das festas mais divertidas na sede do Fórceps e durou até às 5 da manhã com discotecagem aberta, feita pelo próprio público presente. Algumas das músicas tocadas você acompanha no blog DJ Meio Desligado (assim que o Tumblr parar de baleiar como neste fim de semana).

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