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11 de outubro de 2010

As transformações das empresas da era digital (ou como seu conteúdo pode ir embora sem dar tchau)

Sabe as histórias sobre maridos que foram comprar cigarro e nunca voltaram? Às vezes o conteúdo que você publica na internet pode agir da mesma forma. Hoje ele está ali, à sua espera, caloroso e atraente. Então, de repente, puf! (selecione o espaço em branco)

Ele some. 
 
Ou, como no caso do Virb, ele pode ser sequestrado e você tem que pagar para tê-lo de volta. =(

Coincidência ou não, um pouco depois de escrever sobre o fim do Vox me deparo com o término dos perfis gratuitos no Virb. Anteriormente um competidor (com design mais atraente e eficiente) do MySpace, unindo rede social e plataforma de publicação de conteúdo, o Virb havia anunciado em junho deste ano uma brusca alteração em seus propósitos: se transformar em uma grande plataforma multimídia para criação e manutenção de sites.
 
Em vez de competir com Flickr, Twitter, Facebook e outras redes, o novo rumo do Virb sugere usar conteúdo e contatos produzidos através dessas redes para gerar tráfego e informação para o seu site, construído de forma simples, no Virb. Com a palavra*, Brad Smith, diretor geral do Virb:
"O que o Tumblr fez pela simplicidade em se construir um blog é o que queremos fazer em relação aos sites. Claro, muitas pessoas usam o Tumblr como se fossem seus websites, mas no final das contas ele é uma plataforma de blogs. Nós damos um passo à frente baseados na ideia do que acreditamos que os sites devam ser - um espaço para todo o seu conteúdo".

Uma mistura de Flavors Me, Wordpress e Tumblr, o novo Virb possui funcionalidades bastante atraentes, mas apresenta dois grandes problemas (interligados): o primeiro deles é a falta de respeito com os usuários antigos, que agora não têm mais acesso ao conteúdo publicado em seus perfis no site a menos que passem a a$$inar a nova versão do Virb a um preço de $5 mensais (aos novos usuários é cobrado $10 mensais). A exclusividade de funcionamento somente a partir de pagamento é justamente o outro grande problema. Ao contrário da maioria dos serviços da chamada web 2.0, que apresentam opções gratuitas mais simples ao mesmo tempo em que cobram pela utilização das versões mais completas de seus serviços (constituindo o modelo chamado de freemium, adotado, entre outros, por serviços como Vimeo e Flavors Me), o Virb investe no formato fechado e limitado aos usuários que contratarem o serviço (permitindo somente um período de experimentação de 30 dias).

O que muita gente tem se perguntado é se o novo formato dará certo, afinal, se enquanto competia com o MySpace, mesmo sendo um serviço superior e gratuito, o Virb não chegou a dar muito certo, o que faria com que agora, ao custo de $ 120 anuais, ele seja um sucesso? Obrigar os antigos usuários a contratar o novo serviço foi uma tentativa de começar com uma significativa base de usuários, mas ao mesmo tempo pode ter sido um tiro no pé por desrespeitar seus usuários, gerando certa inimizade, e pela possibilidade do fator monetário se transformar em uma barreira entre o Virb e novos membros/consumidores. Funcionando ou não, trata-se de mais um exemplo da busca por modelos economicamente sustentáveis no ramo de negócios relacionados à produção e distribuição de conteúdo na internet.

* trecho de entrevista ao site Business insider

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