10 de fevereiro de 2008.
Meia-noite.
O dia começa, mas ainda é noite. As coisas têm que começar de algum lugar. Sentados em um boteco farofeiro enquanto um sujeito vestindo uma camiseta rasgada do Alice in Chains toca covers acústicas de Skid Row e Def Leppard (urgh!), esperamos a hora de ir para a Obra, ouvir um pouco de indie rock. Após um pequeno golpe relacionado ao número de cervejas consumidas (nada difícil, considerado o nível de sobriedade do garçom), partimos.
Algum momento entre duas e meia e quatro horas da madrugada.
Após alguns vacilos e indieces bundas-moles (ou bunda-mole?) dos DJ's, Nest, ex-guitarrista do Digitaria, atualmente tocando no Valv, assume as pick-ups (toca-CD's da Obra) e a balada anima.
Por volta de cinco da madrugada.
Deitados, super cansados e com preguiça de tomar banho, conversando banalidades por mais de meia hora.
Oito da manhã.
O celular do meu pai (que estou usando porque caí na piscina com o meu) desperta ao som de The Go! Team. Dá um aperto no coração sair desta ótima posição e tirar a perna que faz peso sobre meu corpo. Não quero deixá-la nem muito menos deixar de sentir seu calor e a pela macia. Abandonar os braços que me envolvem... Tenho que ir, finalizar os preparativos para a primeira edição do Grito Rock Sabará.
Nove e pouca da manhã.
Finalmente saio da cama e vou embora.
Dez horas e quarenta minutos.
Passo de ônibus no centro de Sabará e vejo que os caras do HCR já estão me esperando para lhes dar uma carona até o local do festival (eu havia marcado com a banda às 10:30). Coloco a cabeça para fora da janela do balaio e falo com um deles que volto em alguns minutos para pegá-los.
Meio-dia.
Ainda não pegamos o amplificador que alugamos, nem compramos os salgados que serão vendidos. O festival começa em uma hora.
Uma e vinte da tarde.
Começam a chegar as primeiras pessoas. Estamos todos perdidos sem saber ao certo qual a tarefa de cada pessoa da produção e levamos uns 30 minutos até que cada um assuma suas posições.
Uma e quarenta.
Penso: "ainda bem que passei protetor solar!"
Uma e quarenta e cinco.
Minha calça quase cai.
Duas horas da tarde.
Andando de um lado para o outro, ajudando no bar, verificando a portaria, conversando com o pessoal das bandas e me perguntando "quando começarão a chegar as ninfetinhas roqueiras?".
Algo em torno de três e meia e quatro e meia da tarde.
Estou na portaria, ficando de saco cheio com o povo que deixa as identidades comigo para poder sair. Fico puto de vez e a mamata de poder sair é abolida. "Vão todos se fuder e não encham o saco!", penso, mas não digo, é claro ("Uuuuh, bunda-mole!").
Cinco horas.
Já se apresentaram HCR, U of Zend e agora o público se anima bastante em frente ao "palco", durante o show de hardcore do Do It Yourself.
![Público no início show do Do It Yourself Público no início show do Do It Yourself](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8-hfpiTJOqfhTf5KSNdBLlhuKyN_WA4pq1xBPfGBnDje6yl8-6o1wHeh992Ph5FZgzZbbZDOOwebcyiL2y8fdh7MUG093kHfFxtJvGEYot07PyoJSrE4WEp7AebySVL2ky3c7Zh43V9E/s400/HPIM0813.jpg)
Cinco horas, de verdade.
Minha noção do tempo está péssima. Agora são cinco horas da tarde, de verdade. Nem sei quem está tocando.
Qualquer hora (resquícios de memória não-linear).
* Já não tenho noção alguma do tempo. Os caras do Irônika chegam em uma Belina velha e fazem um dos melhores shows do festival (pelo que ouvi, de longe, e também me baseando nos comentários das pessoas, já que o único show que pude realmente acompanhar foi o último, do Cold Eaten Plate).
* Me pego batendo cabeça sutilmente no ritmo da música, estou no balcão do bar e nem sei quem está tocando. Uma pegada setentista, distorção e riffs legais. Era o Trianon, em nova fase.
* Sorrisos espalhados por todo a Impacto (casa alugada para o festival), um aroma especial no ar e a sensação de estar em meados dos anos 70. Esse foi o show do RAM.
Alguma hora da noite.
Celavi e Espantalho Torvo já tocaram, mas não vi. Estava resolvendo outras coisas, como a cerveja que estava prestes a acabar, assim como os salgados.
Um pouco mais tarde.
As tietes adolescentes cercam os membros da Enne. Alguns minutos depois a banda inicia seu show. Escuto uma música e tenho que sair, dar uma carona para o pessoal das bandas que já tocaram.
Meia hora depois.
Volto e pego a última música do show da Enne, uma canção mais pesada e em inglês. Os membros da última atração do festival, Cold Eaten Plate, acabam de chegar (com exceção do Alfredo, baterista da banda, que chegou de tarde e ajudou bastante nas tarefas que surgiam).
Em torno das nove horas da noite.
Saio de novo e volto logo, perdendo uma ou duas músicas do show. A maioria do público não resistiu à maratona e foi embora, mas os remanescentes se aglomeram bem próximos à banda e conferem o stoner rock bem executado do Cold Eaten Plate.
![Baquetas quebradas após show do Cold Eaten Plate Baquetas quebradas após show do Cold Eaten Plate](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfmhKxcXVu9NbKbX1LiYuNuzUUvVBMhnjlg2Pj_srhZcP8L-O0Ms9PinK8zQwEyPioz4AjNvSVO_vCkjEyURfFCqvgC4nrGj_tAu94v1MKiCr7pgPx6WHj8t90CIeJhxxWxUldaV-28ME/s400/HPIM0877.jpg)
Quase dez da noite.
A cerveja acabou, a água acabou, o refrigerante acabou, o salgado acabou. A saída, para alguns, é usar as substâncias trazidas de casa e aproveitar o finzinho do Grito Rock Sabará.
O dia começa, mas ainda é noite. As coisas têm que começar de algum lugar. Sentados em um boteco farofeiro enquanto um sujeito vestindo uma camiseta rasgada do Alice in Chains toca covers acústicas de Skid Row e Def Leppard (urgh!), esperamos a hora de ir para a Obra, ouvir um pouco de indie rock. Após um pequeno golpe relacionado ao número de cervejas consumidas (nada difícil, considerado o nível de sobriedade do garçom), partimos.
Algum momento entre duas e meia e quatro horas da madrugada.
Após alguns vacilos e indieces bundas-moles (ou bunda-mole?) dos DJ's, Nest, ex-guitarrista do Digitaria, atualmente tocando no Valv, assume as pick-ups (toca-CD's da Obra) e a balada anima.
Por volta de cinco da madrugada.
Deitados, super cansados e com preguiça de tomar banho, conversando banalidades por mais de meia hora.
Oito da manhã.
O celular do meu pai (que estou usando porque caí na piscina com o meu) desperta ao som de The Go! Team. Dá um aperto no coração sair desta ótima posição e tirar a perna que faz peso sobre meu corpo. Não quero deixá-la nem muito menos deixar de sentir seu calor e a pela macia. Abandonar os braços que me envolvem... Tenho que ir, finalizar os preparativos para a primeira edição do Grito Rock Sabará.
Nove e pouca da manhã.
Finalmente saio da cama e vou embora.
Dez horas e quarenta minutos.
Passo de ônibus no centro de Sabará e vejo que os caras do HCR já estão me esperando para lhes dar uma carona até o local do festival (eu havia marcado com a banda às 10:30). Coloco a cabeça para fora da janela do balaio e falo com um deles que volto em alguns minutos para pegá-los.
Meio-dia.
Ainda não pegamos o amplificador que alugamos, nem compramos os salgados que serão vendidos. O festival começa em uma hora.
Uma e vinte da tarde.
Começam a chegar as primeiras pessoas. Estamos todos perdidos sem saber ao certo qual a tarefa de cada pessoa da produção e levamos uns 30 minutos até que cada um assuma suas posições.
Uma e quarenta.
Penso: "ainda bem que passei protetor solar!"
Uma e quarenta e cinco.
Minha calça quase cai.
Duas horas da tarde.
Andando de um lado para o outro, ajudando no bar, verificando a portaria, conversando com o pessoal das bandas e me perguntando "quando começarão a chegar as ninfetinhas roqueiras?".
Algo em torno de três e meia e quatro e meia da tarde.
Estou na portaria, ficando de saco cheio com o povo que deixa as identidades comigo para poder sair. Fico puto de vez e a mamata de poder sair é abolida. "Vão todos se fuder e não encham o saco!", penso, mas não digo, é claro ("Uuuuh, bunda-mole!").
Cinco horas.
Já se apresentaram HCR, U of Zend e agora o público se anima bastante em frente ao "palco", durante o show de hardcore do Do It Yourself.
![Público no início show do Do It Yourself Público no início show do Do It Yourself](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8-hfpiTJOqfhTf5KSNdBLlhuKyN_WA4pq1xBPfGBnDje6yl8-6o1wHeh992Ph5FZgzZbbZDOOwebcyiL2y8fdh7MUG093kHfFxtJvGEYot07PyoJSrE4WEp7AebySVL2ky3c7Zh43V9E/s400/HPIM0813.jpg)
Cinco horas, de verdade.
Minha noção do tempo está péssima. Agora são cinco horas da tarde, de verdade. Nem sei quem está tocando.
Qualquer hora (resquícios de memória não-linear).
* Já não tenho noção alguma do tempo. Os caras do Irônika chegam em uma Belina velha e fazem um dos melhores shows do festival (pelo que ouvi, de longe, e também me baseando nos comentários das pessoas, já que o único show que pude realmente acompanhar foi o último, do Cold Eaten Plate).
* Me pego batendo cabeça sutilmente no ritmo da música, estou no balcão do bar e nem sei quem está tocando. Uma pegada setentista, distorção e riffs legais. Era o Trianon, em nova fase.
* Sorrisos espalhados por todo a Impacto (casa alugada para o festival), um aroma especial no ar e a sensação de estar em meados dos anos 70. Esse foi o show do RAM.
Alguma hora da noite.
Celavi e Espantalho Torvo já tocaram, mas não vi. Estava resolvendo outras coisas, como a cerveja que estava prestes a acabar, assim como os salgados.
Um pouco mais tarde.
As tietes adolescentes cercam os membros da Enne. Alguns minutos depois a banda inicia seu show. Escuto uma música e tenho que sair, dar uma carona para o pessoal das bandas que já tocaram.
Meia hora depois.
Volto e pego a última música do show da Enne, uma canção mais pesada e em inglês. Os membros da última atração do festival, Cold Eaten Plate, acabam de chegar (com exceção do Alfredo, baterista da banda, que chegou de tarde e ajudou bastante nas tarefas que surgiam).
Em torno das nove horas da noite.
Saio de novo e volto logo, perdendo uma ou duas músicas do show. A maioria do público não resistiu à maratona e foi embora, mas os remanescentes se aglomeram bem próximos à banda e conferem o stoner rock bem executado do Cold Eaten Plate.
![Baquetas quebradas após show do Cold Eaten Plate Baquetas quebradas após show do Cold Eaten Plate](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfmhKxcXVu9NbKbX1LiYuNuzUUvVBMhnjlg2Pj_srhZcP8L-O0Ms9PinK8zQwEyPioz4AjNvSVO_vCkjEyURfFCqvgC4nrGj_tAu94v1MKiCr7pgPx6WHj8t90CIeJhxxWxUldaV-28ME/s400/HPIM0877.jpg)
Quase dez da noite.
A cerveja acabou, a água acabou, o refrigerante acabou, o salgado acabou. A saída, para alguns, é usar as substâncias trazidas de casa e aproveitar o finzinho do Grito Rock Sabará.