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11 de março de 2019

Os vídeos da Vox sobre música (e um pouco de K-Pop)

O canal da Vox no Youtube é um dos meus favoritos para passar o tempo. Suas séries Borders, Atlas, Shift Change, e Anatomy of a Trend trazem vídeos curtos sobre temas como a influência da tecnologia no futuro do trabalho ou o motivo da China estar criando ilhas artificiais no oceano entre as Filipinas e o Vietnã. Além de vários vídeos sobre questões culturais, o que destaco aqui é a playlist Earworm, sobre música, e a Explained, de mini-documentários produzidos para o Netflix.

A publicação mais popular da Earworm é a análise de 10 minutos de "Videotape", do Radiohead (que pode parecer um pouco óbvia para quem tiver mais conhecimento teórico sobre música mas não deixa de ser bem interessante). Outras publicações da série mostram como surgiu aquele famoso som de caixa de bateria dos anos 80, super datado; a influência do J Dilla no uso das baterias eletrônicas de uma forma menos mecânica; e como um sample de Stravinsky se tornou hit na música pop.



Já a primeira temporada da Explained tem vídeos de 18 minutos sobre temas como criptomoedas, monogamia e a diferença salarial entre homens e mulheres. Na música, são dois episódios. O primeiro deles, intitulado apenas "Música", aborda o modo como os humanos identificam a música, diferentemente das outras espécies. O outro episódio, "K-pop", analisa o fenômeno sul-coreano, classificado mais como um conceito musical do que propriamente um gênero. Um dos pontos mais interessantes é observar a influência do governo, que passou a investir 1% do PIB nacional na cultura e a vê-la como um produto de exportação importante para divulgar a faceta moderna do país, em contraponto a seu passado de pobreza (enquanto após a Segunda Guerra Mundial a renda dos brasileiros era o dobro da dos sul-coreanos, em 2017 o PIB per capita do Brasil era de U$ 9.821 e o da Coreia do Sul era de U$ 29.742, de acordo com dados do Banco Mundial). Em 2005, a Coreia do Sul era o 29º maior mercado de música no mundo (logo baixo de Portugal, enquanto o Brasil era o 12º maior mercado). Pouco mais de uma década depois, em 2017, a Coreia se tornou 0 6º maior mercado de música, enquanto o Brasil ficou na 9ª colocação (dados da IFPI, a Federação Internacional da Indústria Fonográfica).

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