Recuperando um texto de um antigo blog, parte do meu projeto de conclusão do curso de jornalismo há alguns anos.
Conheci o trabalho de Stephan Doitschinoff anos atrás, quando o artista foi responsável pela arte visual do álbum Dante XXI, do Sepultura, e desde então acompanho (e me surpreendo) com suas obras. Recentemente, descobri o documentário Temporal: A arte de Stephan Doitschinoff,
que registra a temporada de Doitschinoff em uma pequena cidade do
interior da Bahia na qual pôde aprofundar-se na arte sacra e no
folclore.
Em seus 13 minutos de duração, Temporal registra o processo
que resultou em parte da cidade de Lençóis coberta por pinturas de
Doitschinoff, apresentando o desenvolvimento das pinturas e comentários
do próprio artista sobre as obras. Um dos fatores mais interessantes é a
forma como as pinturas se adaptam aos muros e paredes degradados e como
a cultura local influenciou o trabalho. As imagens feitas no cemitério
da cidade são ótimos exemplos disso: apesar de manterem a identidade e o
estilo de Doitschinoff, são trabalhadas de forma a assimilar a
religiosidade e a história local, resultando em uma beleza não apenas
estética, mas carregada de significado.
A direção do curta é de Bruno Mitih e a trilha sonora é composta por músicas do Hurtmold.