Apenas cinco meses após divulgar suas primeiras músicas, o Little Joy é um fenômeno (ao menos no Brasil) capaz de nos fazer esquecer por alguns instantes o clima de crise econômica e recessão mundial. Se o Governo tem medo de que a população diminua seu consumo e isso afete toda a cadeia comercial, a banda parece ser uma das alternativas para manter o dinheiro circulando. Façam as contas:
Em São Paulo, são 3 shows esgotados, com média de ingressos a R$ 60, em um local para 500 pessoas = R$ 90.000 gerados apenas com ingresso. Lembre que essas 1.500 pessoas que comparecerão aos 3 shows precisarão de transporte (combústivel, táxi, ônibus, metrô), consumirão, cada uma, em torno de 3 cervejas (uma média razoável para o público total, considerando que indies fãs de rock-pop-sessentista-coool-ensolarado não bebem muito) e aproveitarão a saída de casa para comer alguma coisa na rua.
Se cada long neck for R$ 4 (preço otimista), são R$ 18.000 em cerveja. No caso do lanche, as variações são maiores. Muita gente come no carrinho de cachorro-quente da esquina, outros vão para algum restaurante bacana e alguns poucos ficam satisfeitos com o que comem em casa. Tendo em mente uma média gasta com alimentação pré/pós show de R$ 10, são mais R$ 15.000.
No caso do transporte, convenhamos que pouquíssimas pessoas irão ao show de ônibus, então farei a conta a partir de um valor médio de R$ 12 por pessoa, seja ele válido para o táxi (na maior parte dos casos, a corrida ficará bem mais cara, porém dividida com os amigos, né?) e considerando o valor da gasolina em R$ 2,16 (valor mínimo da gasolina em São Paulo na semana de 18 a 24 de janeiro, segundo a ANP - Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). São mais R$ 18.000.
Ingressos = R$ 90.000
Bebida = R$ 18.000
Comida = R$ 15.000
Transporte = R$ 18.000
Total = R$ 141.000
(em uma previsão deveras humilde de minha parte)
Bebida = R$ 18.000
Comida = R$ 15.000
Transporte = R$ 18.000
Total = R$ 141.000
(em uma previsão deveras humilde de minha parte)
Isso sem contar os outros setores da economia que também lucram com o show. Camisinhas (e lubrificantes?) são vendidos por causa desse show, uma enorme quantidade de cigarros, os traficantes encontram os clientes no meio da semana, etc. Uma verdadeira máquina para estimular a economia.
Além dos shows de São Paulo, a banda tem outros cinco pelo Brasil (BH, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e o recém-anunciado show em Recife, em 7 de fevereiro), sendo que ao menos o de Brasília também já teve seus ingressos esgotados. Somando tudo (inclusive as viagens da banda e a estrutura para os shows), são no mínimo uns R$ 400.000 envolvidos em uma turnê de uma banda relativamente independente, relativamente alternativa, relativamente brasileira e relativamente boa.
Além dos shows de São Paulo, a banda tem outros cinco pelo Brasil (BH, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e o recém-anunciado show em Recife, em 7 de fevereiro), sendo que ao menos o de Brasília também já teve seus ingressos esgotados. Somando tudo (inclusive as viagens da banda e a estrutura para os shows), são no mínimo uns R$ 400.000 envolvidos em uma turnê de uma banda relativamente independente, relativamente alternativa, relativamente brasileira e relativamente boa.
Fotos por Tadeu Vilane,
feitas no show de Porto Alegre, 27 de janeiro
feitas no show de Porto Alegre, 27 de janeiro