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16 de abril de 2008

Stereoteca 2008

De abril a outubro de 2008 o festival Stereoteca promove 23 shows de lançamento de CDs em Belo Horizonte, além de realizar 4 festas temáticas itinerantes (StereoRap, StereoRock, StereoBlack e StereoSamba) e o Seminário Prático da Música. A programação musical inclui revelações da cena mineira (como Monno, Transmissor, Julgamento) e nomes já conhecidos que apresentarão seus novos trabalhos, como Érika Machado, Titane, César Maurício (ex-Virna Lisi).

No Seminário Prático da Música estarão reunidos, durante quatro dias, importantes nomes do mercado musical nacional e internacional, discutindo temas como produção executiva, artística, musical e comunicação no mercado independente. Após os debates os participantes poderão escolher por votação online um dos convidados que, durante três meses, prestará consultoria virtual a artistas e produtores mineiros. O Seminário é uma parceria do festival junto ao Sebrae e a rádio Inconfidência, parceira do Stereoteca desde sua primeira edição.

O festival tem como principais objetivos a ampliação do alcance da música mineira, a formação de público e o fortalecimento do mercado musical local. O encontro de artistas de diferentes estilos, do interior e da capital, visa o intercâmbio de informações e a aproximação entre músicos de diferentes gerações e origens, porém unidos pelo trabalho independente.

O Stereoteca é focado na música mineira e desde 2006 abre espaço para que os artistas do Estado possam mostrar seus trabalhos. Suas edições se estendem por vários meses do ano (em 2006 e 2007 foram 5 meses de programação e em 2008 serão 7), concretizando um trabalho de formação de público e de estabelecimento de iniciativas alternativas no calendário cultural de Belo Horizonte. Suas primeiras edições contaram com patrocínio da Telemig Celular, via Lei de Incentivo à Cultura do Estado de Minas Gerais, e apoio da rádio Inconfidência. Em 2008, o projeto foi selecionado no edital Natura Musical e conta com patrocínio da Natura, ao lado da empresa de telefonia Vivo, que inicia suas atividades em Minas Gerais após comprar a Telemig Celular.

Em suas 3 edições, 73 artistas se apresentaram no festival, passando pelos mais diversos estilos (rock, MPB, samba, hip hop, congado, jazz, eletrônica) e retratando a diversidade do cenário musical.

Todos os shows são realizados às quartas-feiras no Teatro da Biblioteca Pública Luiz de Bessa (um espaço até então subutilizado para eventos musicais) com ingressos a preços populares, buscando se estabelecer como um festival acessível e que possibilite boas atrações em um dia da semana que possui poucas atividades. A localização do teatro, na Praça da Liberdade, também colabora para a inserção do projeto no futuro “Circuito Cultural” que será inaugurado na praça no segundo semestre de 2008, contando com museus e centros culturais.

Desde seu início o Stereoteca utiliza a internet como forma de estender suas ações e dar maior visibilidade aos artistas. Nas edições 2006 e 2007, além da programação do festival e informações sobre os grupos, uma música de cada banda também era disponibilizada. Agora, em 2008, além de tudo isso, o público poderá enviar para o site as fotos e vídeos que forem feitos durante os shows e serão instruídos em relação a como editar esse conteúdo, de modo a criar pequenas vinhetas dos artistas. Haverá votação online para escolher as produções mais interessantes, que ganharão prêmios, buscando estimular a participação e uma maior interatividade. Esta é uma das formas utilizadas para aproximar o público da música contemporânea e permitir que as artes digitais também estejam integradas no processo. Outro destaque do site neste ano é a coletânea virtual que será disponibilizada, incluindo bandas que se apresentaram nas edições anteriores e também artistas convidados que se identificam com a proposta do Stereoteca.

Uma das mais bem-sucedidas ações de formação de público e divulgação dos músicos do Estado também teve origem no Stereoteca. Em 2007, o projeto inovou ao criar um álbum de figurinhas dos artistas selecionados em sua programação. Antes de cada apresentação, a figurinha de um artista era distribuída para ser colada no álbum e, ao fim do projeto, as primeiras 10 pessoas que apresentassem seus álbuns completos seriam premiadas com uma coleção de 10 CDs de artistas locais e nacionais. Esta iniciativa estimulou a fidelidade do público e permitiu que mais pessoas tivessem contato com os artistas e entre si. Essa campanha mostrou-se tão bem sucedida que será citada em duas publicações de ações culturais em lançamento no mês de maio deste ano.

Contribuindo para o amadurecimento do setor cultural local e o desenvolvimento dos próprios artistas, o Stereoteca também realiza, desde sua primeira edição, debates e seminários, nos quais são discutidos temas relacionados ao mercado musical, as transformações acontecidas na cultura na contemporaneidade e os novos rumos da arte. Em 2006 e 2007, essas iniciativas ganharam vida através do Stereomundo (desenvolvido junto ao site Overmundo) e o Stereocubo (desenvolvido com o Instituto Cultural Espaço Cubo), que levou ambos à Belo Horizonte pela primeira vez. Os seminários são gratuitos, tendo em vista a democratização do acesso à cultura e o estímulo à reflexão sobre a arte, além de serem uma forma de dar mais um retorno à sociedade.

Utilizando formatos híbridos conciliados à mentes da vanguarda cultural brasileira, estas ações contribuem para o surgimento de discussões benéficas para a arte e também para que o tema seja pensado e desenvolvido com seriedade.

Stereocubo
O Stereocubo promoveu uma série de debates em torno do futuro da música e as transformações acontecidas no meio musical, reunindo jornalistas, produtores, músicos, representantes de iniciativas públicas e privadas para discutirem junto ao público alternativas para o amadurecimento e o desenvolvimento sustentável do setor cultural. Os debates estimularam o surgimento de novas e interessantes ações em Belo Horizonte e incitaram o público a repensar suas relações com o meio cultural.

Stereomundo

O ciclo de debates Stereomundo, parceria com o site colaborativo Overmundo, mobilizou profissionais de diferentes áreas para discutir temas relacionados à cultura, como a produção colaborativa na internet e o jornalismo cultural, passando por sua relação com o terceiro setor. Com o lema “Cultura em Movimento”. A troca de conhecimento e informação, reiterando que cultura trata-se muito mais do que simples entretenimento, possuindo um enorme valor social.

Parcerias
Uma das grandes novidades do Stereoteca este ano é a parceria com o projeto Pão e Poesia, idealizado pela poeta Diovvani Mendonça. O Pão e Poesia consiste em uma iniciativa totalmente inusitada, através da qual uma seleção especial de 112 poemas é publicada em cerca de 300 mil embalagens de pão, distribuídas em padarias de Belo Horizonte e região metropolitana. No Stereoteca, 13 poetas participantes do projeto recitarão seus poemas antes dos shows.

A loja virtual MUBI - Música Brasileira Independente é outra importante parceira do festival, colocando à venda em seu site os CDs que serão lançados ao longo de todo o Stereoteca.



O cuidado com o meio ambiente também não fica de fora e é foco do projeto Campo Neutro, que irá trabalhar pela neutralização do carbono produzido em eventos culturais (veja vinheta explicativa, acima).

* Texto que escrevi para a apresentação do Stereoteca na primeira reunião anual da Abrafin, levemente alterado. O festival é realizado pela Casulo Cultura, produtora na qual trabalho. Em 2008, atuo como produtor no Stereoteca.

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