Título alternativo: O que esperar de um lugar que tem como grande atração, um mastro?
Apesar de meu trauma recente (que inclui chupões no pescoço, mentiras, casamento, festa de família e imersões [figuradas] na merda) com a Up!, é com certa tristeza que vejo o bar-boate (e que prefiro chamar de clube) fechar as portas no próximo final de semana.
Desde o ano passado, quando Belo Horizonte ganhou a Mary in Hell (outro bar-boate que prefiro chamar de clube), a Up! passou a ficar cada vez mais vazia, já que ambas possuem um público semelhante (gays, descolados, wannabes, tchurminha electro) e a Hell possui melhor estrutura. Pelos alto-falantes de ambas também passam a mesma mistura de indie rock, anos 80, pop, electro e demais vertentes eletrônicas, sendo que, ao menos para mim, a Hell mantém uma programação bem mais interessante, com shows esporádicos (ao contrário da Up!, que sequer tinha espaço para uma banda tocar).
A concentração de clubes na Savassi (bairro zona sul e que tem fama de "baladeiro", mas que no fundo é uma grande porcaria sem graça, onde você é expulso dos bares à meia-noite, em plena madrugada de quinta para sexta, porque já é hora de fechar) também não ajuda a persistência dos mesmos. Mary in Hell, Up!, A Obra, Blackmail e Roxy/Josephine estão todas dentro de um raio de poucos quarteirões em uma cidade com pouco público para os estilos musicais mais tocados nestas "boates underground". O mapa abaixo deixa claro o que escrevo e mostra as localizações da Up!, Obra e Mary in Hell. Talvez seja uma boa criar um pólo de atrações noturnas, mas não se você não tiver um diferencial. A já citada Blackmail (eletrônicos, público GLS) também sofreu com isso recentemente e fechou as portas, abrindo novamente algum tempo depois e agora eu sinceramente nem sei qual é seu status.
De qualquer forma, há espaço no mundinho paralelo da Savassi para A Obra ("indie rock hetero"), Mary in Hell ("electro rock gay, com espaço hetero-bi") e Roxy/Josephine (o nome varia de acordo com o público alvo, "roxy" para a juventude endinheirada, "josephine" para o público GLS), com certeza.
Se você acha a discussão disso uma grande bobagem, simplesmente veja a programação do fim da Up! abaixo e pronto (e é claro que eu sei que exagerei nas aspas e nos parênteses, mas eu não dou a mínima, se você estivesse como estou também estaria escrevendo próximo à mediocridade, como agora).
Programação derradeira
20-12. Quinta-feira. R$8
Rock n' up!
DJ's Marck Field, Luiz (UK - set de rock, electro em vinil 45'), Nest (Digitaria)
rock, pop, disco punk, electro
21-12. Sexta-feira. R$10
Wanna Be!
DJ's Buddy Holy e Cris Foxcat
dance rock, pop, indie, alternativos
Wanna Be!
DJ's Buddy Holy e Cris Foxcat
dance rock, pop, indie, alternativos
22-12. Sábado. R$12
See ya, Up! Festa de despedida da Up!
= A última festa.
DJ's Robinho (set especial), Deivid (O Dono), Bitt (Pin Ups, clash clash, Make me Up), Marck Field (Exmash, Hang Up), Fred Mafra (Pin Ups, Megablast)
House, electro, dance rock, mash ups, breakbeats, pop
Ps.: o trocadilho do título é podre, mas e daí?