A primeira edição do ESCAMBO - Festival de Experiências Musicais acontece na cidade histórica de Sabará no próximo dia 22 e tem o intuito de promover a troca de experiências entre as pessoas envolvidas na cena musical independente brasileira. Através de oficinas, palestra e shows, o festival busca uma maior integração da cena e seu desenvolvimento, incentivando a produção autoral e permitindo o acesso à técnicas eficazes de divulgação da produção independente.
O ciclo de oficinas intitulado "Faça Você Mesmo - Produção e Divulgação Punk" agrega um workshop com Daniel Werneck (mais conhecido como Danelectro, membro do coletivo Esquadrão Atari, da Poeira Filmes e professor da UFMG) sobre técnicas de gravação e produção musical em computadores caseiros e outro workshop comigo, Marcelo Santiago, sobre a utilização das ferramentas tecnológicas para a divulgação de bandas independentes.
Completando a programação "teórica" do festival, Claudão Pilha (membro da banda Estrume'n'tal, dono do bar A Obra, palco de alguns dos melhores shows alternativos de Belo Horizonte, e organizador dos festivais Garimpo e Primeiro Campeonato Mineiro de Surf), dará uma palestra sobre o atual momento da cena independente brasileira, contextualizando as alterações ocorridas nos últimos anos e explicando a importância da integração entre produtores e bandas independentes.
Seis bandas locais foram selecionadas para se apresentarem no festival, todas focadas na música autoral. O objetivo é que os músicos da cidade se conheçam e interajam entre si, além de estimular a produção de conteúdo artístico original.
O ESCAMBO é a primeira grande ação do coletivo Fórceps, fundado há cerca de 3 meses, e que tem como objetivo a valorização da produção cultural independente, principalmente aquela realizada fora dos grandes centros urbanos. O Fórceps também será o responsável pela realização do festival Grito Rock 2008 na cidade de Sabará. Para quem ainda não conhece, o Grito Rock é um festival que acontecerá simultaneamente em 50 cidades de todo o país (mais Argentina, Chile e Bolívia) durante o carnaval, reunindo bandas de diferentes vertentes do rock em uma alternativa à tradicional folia carnavalesca.
Quem é quem no ESCAMBO
Danelectro (Daniel Werneck)
Bacharel, Mestre e Doutorando em Artes Visuais. Membro do coletivo multimídia Esquadrão Atari e da Poeira Filmes.
Claudão Pilha
Dono do "bar dançante" (ótima definição) A Obra, inferninho onde acontecem os melhores shows alternativos de Belo Horizonte. Também toca bateria na banda Estrume´n´tal e é um dos organizadores dos festivais Garimpo e Primeiro Campeonato Mineiro de Surf.
Marcelo Santiago (eu)
Quase formando nos cursos de jornalismo e design gráfico. Editor deste blog e membro do Fórceps. Membro fundador da P.U.T.A., onde mantém diversos projetos musicais e audiovisuais (um deles, inclusive, selecionado para a edição 2007 do festival Motomix). Ex-redator do Cinema em Cena e e-organizador de conteúdo do Palco MP3. Atualmente trabalhando com produção cultural em BH.
Atrações musicais
Celavi
Iniciou-se como um projeto solo acústico e há pouco tempo assumiu o formato banda, mais focado para o rock pop.
Trianon
Provavelmente a banda sabarense com maior público, a Trianon mistura diferentes influências do BRock com letras politizadas e em português.
Cold Eaten Place
Única atração de fora de Sabará, mistura vocal grunge/blueseiro com instrumental que lembra Kyuss com influência jazz.
HCR
Homens Críticos da Realidade. Rage Against The Machine na cabeça.
Sapotchen
Após um início focado em covers de Silverchair, Pearl Jam e bandas nacionais como Planet Hemp, o grupo mudou seu formato e passou a se concentrar em músicas autorais em português.
Artifact
Meeeeetal!
Miss Leck
Destaque na Tramavirtual e programas de TV de Belo Horizonte, voltados para a música alternativa, Miss Leck é um dos projetos da "coisa conhecida como P.U.T.A." e mistura eletrônica (IDM, big beats, electro) com muita influência de rock alternativo anos 90. No ESCAMBO, fará sua primeira apresentação no formato DJ set.
Como explicado anteriormente, foram escolhidas (inicialmente) apenas bandas da cidade e que possuem músicas próprias, em uma forma de estimular a produção autoral. Qualquer pessoa que passe por pequenas cidades sabe como elas estão infestadas de bandas covers e essa é uma maneira de dar espaço e (alguma) visibilidade àquelas que criam novas obras, ao contrário de pararem no tempo e se contentarem em tentar repetir o que seus ídolos tocam.