O jornalista Alexandre Matias (revistas Zero, Bizz) publicou em seu blog, o Trabalho Sujo, uma lista bem bacana com os 25 discos fundamentais para a criação do mercado independente brasileiro. Segundo o próprio Matias, os discos citados são “pedras fundamentais na formação de um mercado independente, tanto do ponto de vista comercial como artístico”. A matéria foi publicada originalmente na revista Zero nº5, de 2002, e republicada agora em versão não-editada no blog do sujeito. Abaixo estão os 25 álbuns escolhidos, com as descrições de apenas alguns deles, para você ter uma idéia do material e ficar com vontade de ir ao Trabalho Sujo ler o texto completo.
1) Singin' Alone - Arnaldo Baptista (1982)
2) 3 Lugares Diferentes - Fellini (1987)
3) O Ápice - Vzyadoq Moe (1988)
4) Cascavelettes (1988)
5) You - Second Come (1991)
6) Little Quail and the Mad Birds (1992)
7) Killing Chainsaw (1992)
8) Rotomusic de Liquidificapum - Pato Fu (1993)
9) Scrabby? - Pin Ups (1993)
10) Mod - Relespública (1993)
11) Nunca Mais Vai Passar o Que Eu Quero Ver - Doiseu Mimdoisema (1994)
12) Uh-La-La - Dash (1995) Antes de provocar suspiros com seu baixo Danelectro a bordo dos Autoramas (e ao lado do ex-Little Quail Gabriel Thomaz), Simone do Vale era a líder de um supergrupo indie carioca. Gritalhona e com jeito de moleque, ela era uma das guitarrista do grupo, ao lado de Diba Valadão (na outra guitarra), Formigão (que depois entrou para o Planet Hemp, no baixo) e Kadu (ex-Second Come, na bateria). O hit "Sexy Lenore" transformou a demo Sex and the College Girl num hit do underground do Rio e fez com que o grupo fosse sondado pela misteriosa gravadora Polvo, que lançou o único CD da banda, pra ninguém. Com a capa desenhada por David Mazzuchelli, o disco passou por uma série de empecilhos que o tornaram item de colecionador. O ano era 1995, as grandes gravadoras tinham dado as costas para o rock, as pequenas perdiam ilusões de vendagens altas e vários picaretas apareceram no meio da história. O disco do Dash é apenas um dos muitos exemplos de uma geração pega com as calças na mão.
13) 100 Km c/ 1 Sapato - Lacertae (1995)
14) Carbônicos - The Charts (1996)
15) Learn Alone Or Read The User's Manual - Sleepwalkers (1996)
16) Baladas Sangrentas - Wander Wildner (1997)
17) Menorme - Zumbi do Mato (1997)
18) A Sétima Efervescência - Júpiter Maçã (1998)
19) Chora - Los Hermanos (1999)
20) Astromato (1999) Continuação dos experimentos noise e industrial da época do Waterball (92-95), o Astromato era filho direto do Weed, banda de pop guitarreiro britânico que, brincando com as palavras, passou a compor em português e se deu bem. Sua primeira fita era mais um degrau na escalada que o indie brasileiro dava rumo à sua auto-suficiência artística. Se gaúchos e cariocas ajudavam o rock a perder o jeito de moleque, os campineiros explicavam que algumas qualidades (como sensibilidade e timidez) não pertenciam à adolescência. Além disso, a dupla de guitarras Armando e Pedro tramavam texturas sônicas à moda das bandas inglesas que tanto influenciaram o indie no começo dos anos 90 (e que ainda repercutiam, graças a bandas como os mineiros Vellocet, o carioca Cigarettes e os catarinenses Madeixas). Aos poucos, o ciclo vai se fechando.
21) De Luxe 2000 - Thee Butchers' Orchestra (1999)
22) It's An Out of Body Experience - Grenade (1999)
23) Brincando de Deus (2000) O terceiro disco destes baianos deveria ter o título que Experience, do Grenade, levou. Afinal, seria lançado um ano antes e produzido por Dave Friedmann (Flaming Lips, Mercury Rev, Mogwai) caso todo seu equipamento e pré-produções não fossem perdidos num incêndio. O grupo se refez e, ao lado do talentoso produtor e tecladista André T. (responsável pela sonoridade de novos baianos como Rebeca Matta e a banda Crac!), gravou seu álbum definitivo, imbatível. Um disco que poderia ser lançado no mercado exterior sem dificuldades e que, apesar da anglofilia, é essencialmente brasileiro.
24) Peninsula - PELVs (2000)
25) O Manifesto da Arte Periférica - Wado (2001)
Apenas para relembrar os esquecidinhos, o texto completo está aqui.