Música e política possuem longa história juntas. Limitando-se ao século 20, se destacam o folk politizado gravado a partir dos anos 30, o rock dos anos 60 e 70, no contexto da contracultura, a cena punk dos anos 70/80 e, posteriormente, o rap. Em 1976, após Eric Clapton fazer declarações racistas durante um show e em meio ao crescimento de grupos de supremacia branca na Inglaterra, mais um marco histórico aconteceu na interseção entre música e política. Ativistas se mobilizaram para criar o Rock Against Racism, um movimento que utilizava a música como instrumento de conscientização sobre questões raciais no Reino Unido.
Tendo em vista que os discursos de ódio tem se proliferado mundialmente e a atual situação político-social do Brasil, achei relevante traduzir os quadrinhos que a ilustradora norte-americana Bianca Xunise fez para o site The Nib. Intitulado "Keep Politics in Music! - How the UK’s Rock Against Racism showed us how it was done", ele contextualiza de forma resumida o surgimento do Rock Against Racism e mostra algumas semelhanças com o momento atual. Apesar da ingenuidade do texto em alguns momentos, iniciativas como essa são importantes para aproximar a política do debate cotidiano e atingir diferentes parcelas do público, principalmente os jovens.
Vale lembrar que a fala original de Clapton foi muito mais pesada do que a versão apresentada nos quadrinhos (veja a transcrição nessa matéria do The Quietus).