Quem trabalha com produção cultural já se deparou com os itens de "acessibilidade" em editais públicos. É uma forma de estimular projetos culturais realizados com verba pública a serem mais inclusivos e que desenvolvam estratégias para atender melhor o público portador de necessidades especiais. Itens básicos, por exemplo, seriam rampas de acesso, banheiros adaptados e espaço reservado para cadeirantes. Nesse caso, todos dependentes do espaço físico onde a atividade será realizada.
Outras ações dependem dos responsáveis pela produção do evento. O Auditório Ibirapuera tem um tradutor de libras, posicionado na lateral do palco durante todo o show, para interpretar as letras das músicas para os deficientes auditivos. O Itaú Cultural disponibiliza tradução em libras em seus vídeos. Colocar a opção de legenda nos vídeos publicados no Youtube já tornaria o material muito mais inclusivo e é algo relativamente simples e menos custoso do que a contratação de tradução.
Parece estranho se pensar na importância da tradução em libras em shows, uma vez que a música em si não será ouvida. Mas é uma forma de estimular a inclusão e a socialização. Com esse tipo de tradução, um portador de deficiência auditiva pode ter acesso ao que o artista está expressando e fazer parte da experiência coletiva que ocorre ao redor. Pequenas ações que podem representar muito para quem vive em um mundo construído para quem escuta, como pode ser entendido no vídeo que encerra esta publicação, "Como a arquitetura muda para os surdos", e na matéria original em que foi publicado.