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9 de junho de 2012

Entrevista sobre EPs para o jornal O Tempo

O Magazine, caderno cultural do jornal mineiro O Tempo, publicou hoje uma matéria de capa intitulada "EPs ganham novo status", escrita pela Luiza de Sá, na qual fui um dos entrevistados. A matéria completa pode ser lida na versão digital do jornal e, seguindo a tradição, segue abaixo a íntegra do que conversei com a jornalista.

Você caracteriza um EP como uma espécie de novo cartão de visita para bandas independentes? Um EP pode ser comparado ao que já foram os singles para a divulgação de uma banda, por exemplo?
Pra mim, o EP não é algo tão prematuro como um primeiro single, mas também é um cartão de visita da banda. Vejo mais como um segundo passo ao single, uma forma de consolidar o trabalho inicial da banda e "empacotar" isso de forma a apresentar um recorte estético da proposta da banda, principalmente em seu início.

Você acha que bandas que optam por lançar um EP ao invés de um disco fazem isso por necessidade financeira - por ser mais barato - ou por escolha mesmo?
Mesmo que a banda tenha um grande repertório já composto, pode ser uma escolha de mercado investir em um EP. No início da carreira muitas bandas costumam não ter uma sonoridade muito bem definida e as limitações de tempo de um EP ajudam a criar uma unidade nesse momento.

Como a cadeia produtiva da música se alimenta dessa onda de lançamentos de EPs, principalmente tendo a internet como plataforma de divulgação?
Um álbum pode demorar demais a ser produzido, o EP tem a vantagem de ser mais ágil, tem mais a ver com o momento que vivemos. Um EP em mãos facilita na hora da banda entrar em contato com a imprensa e tentar fechar shows. Ele serve tanto para quem ainda não se sente pronto para um álbum como também pra quem está em um período de entressafra. Baixar o single de uma banda não te diz muito sobre a proposta dela, já um EP deixa mais claro os objetivos da banda e é direto, não tem muita firula. Geralmente são aquelas quatro ou cinco melhores músicas que a banda tem e que tentam conversar entre si. Sem contar que o EP é um formato bom para se arriscar mais. Se você erra em um EP, o peso não é tão grande quanto fazer um álbum ruim. O EP permite essa liberdade, é um formato de transição pra banda e acredito que o público percebe e assimila isso.

No Meio Desligado você tem uma parceria internacional com lançamentos indie, né? Dessas bandas novas tem alguma que lançou EP recentemente que merece destaque?
Ih, não lembro. Baixo coisa demais, nem lembro quais EPs tavam no meio...

Há alguma banda com um EP aguardado, com muita expectativa? Em quem você aposta?
O Fusile vai lançar seu segundo EP em breve, é uma banda na qual aposto muito. Os shows são excelentes e o primeiro EP da banda, The Coconut Revolution Vol. 1, é um ótimo trabalho. Vão lançar mais dois EPs que, ao todo, formam um álbum lançado ao longo de um período mais extenso.

Se pudesse fazer uma lista com os Top 5 EPs lançados recentemente, qual seria essa sua lista?
Tem um cara no interior de Minas chamado Bruno Fleming que faz um trabalho sensacional. Ele está lançando uma ópera rock em vários EPs, um projeto chamado Bigode de Leite. É uma das coisas mais legais que descobri ultimamente. Tem aqui: http://lambelodorecords.blogspot.com.br
Outros EPs que destacaria são o Not tourist, do Câmera, banda de BH que até o momento lançou apenas dois EPs; e o novo do Constantina, Pacífico, no qual pela primeira vez contam com vocalistas convidados. Os dois estão pra download gratuito na internet, só procurar pelos nomes.

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