José Flávio Júnior, em matéria para a revista Bravo! deste mês, faz um paralelo entre a atual safra de festivais independentes (organizados, como ressaltado na própria matéria, majoritariamente fora do tradicional eixo Rio-São Paulo) e os festivais de música da década de 1960.
Segue um trecho:
Outro ponto da matéria vale para estimular as bandas que, ao se debaterem com os custos para se apresentar nos festivais independentes (uma vez que a maioria deles não dispõe de verba para custear as passagens dos artistas), acabam desistindo de viajar:
Segue um trecho:
"No essencial, os festivais do século 21 têm a mesma função dos realizados na década de 1960: revelar novos talentos. No restante, e a começar pelo fato de que não são competitivos, são completamente diferentes. Essas diferenças estão ligadas às mudanças que o mundo da música experimentou nos últimos anos. A década de 60 do século passado foi o período em que a televisão se consolidou como principal meio de divulgação de música popular, superando o rádio. Os festivais eram promovidos por emissoras como a Tupi e a Excelsior. Quando apareciam na televisão, artistas como Caetano Veloso e Chico Buarque passavam a fazer parte de uma espécie de mainstream da música e, assim, conseguiam contratos com grandes gravadoras. Hoje o conceito de mainstream não existe mais. A internet vem substituindo o rádio e a televisão como principal meio de divulgação de música. As gravadoras enfrentam dificuldades financeiras, e os artistas, novos ou não, sobrevivem sobretudo de shows. É justamente esta uma das principais funções dos novos festivais: ver quem se sai bem no teste do palco."
Outro ponto da matéria vale para estimular as bandas que, ao se debaterem com os custos para se apresentar nos festivais independentes (uma vez que a maioria deles não dispõe de verba para custear as passagens dos artistas), acabam desistindo de viajar:
"Para uma banda iniciante, os festivais podem ser estratégicos, uma vez que reúnem tribos distintas na plateia. O grupo de rock Móveis Coloniais de Acaju, de Brasília, resolveu em 2005 que investiria tudo nesse circuito, com os nove integrantes custeando o alto preço das viagens. A banda começou tocando, nos piores horários, em festivais como o extinto Curitiba Rock Festival. Graças a performances interativas e arrebatadoras, o Móveis foi conquistando fãs e hoje é chamado para ser a atração principal em vários eventos. Os produtos com o logotipo do grupo disponíveis nas barraquinhas vão de abridores de garrafas até espelhinhos femininos. Tanto destaque nessa cena rendeu um contrato com a gravadora Trama, que lança o segundo álbum dos brasilienses neste mês."