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13 de dezembro de 2008

Fome e fogo no Cerrado


Bandas com fome de tocar. Assim foi o primeiro dia do Fogo no Cerrado, se é que dá pra resumir a abertura do festival que rola em Campo Grande (MS) desde ontem. Grupos locais e de outros estados dividem o palco do BarFly, o preferido da galera rock daqui. A noite começou com o hardcore da Repúdio CxGx, que levou letras de protesto do tipo "nossa vida na perifa, né véi" pro palco e realizou o sonho de tocar no Fly.

Em seguida veio Falange da Rima, grupo de rap mais atuante da Capital. Rockers se prostraram na frente do palco e não saíram dali até o show acabar. Os caras fizeram rap até em cima de "Sigo Sozinho", do Ney Matogrosso e o público curtiu, já que nem sempre tem oportunidade de ver misturados no mesmo evento hip-hop com bandas de rock.

Na sequência teve Mandioca Loca, também "prata da casa". Outra surpresa pro povo que estava na frente do palco. A banda tem como bandeira a polca-rock, estilo criado no Estado que mistura rock com ritmos ternários, como chamamé e polca, como o próprio nome diz, por influência da cultura de fronteira que é bem presente em MS pela proximidade com Paraguai e Bolívia. Os integrantes do Mandioca, veteranos do rock local, finalizaram o show com o som incendiado de guitarra distorcida. Apresentação forte, finalizada com gritos de "isso é rock do matooo! Isso é rock do matooo" pelo vocalista Rodrigo Teixeira.

Gêneros musicais diferentes também marcaram a abertura do Fogo no Cerrado. O grupo de classic-rock O Bando do Velho Jack enxugou seus hits. As músicas de longos solos virtuosos que o pessoal daqui sabe cantar de cor foram editadas. O saldo final foi um show empolgadão, com energia nas performances ampliada.

Nevilton

O power-trio-power Nevilton, do Paraná, foi o próximo a subir. A platéia grudada em frente ao palco se jogou horrores junto com os guris serelepes. Nevilton é o nome do vocalista e guitarrista da banda com Fernando na batera e Lobão no baixo. Indie pop é o que eles tocam, embalado por muito bate-cabelo e pulinhos de rockstar.

O Fly seguiu com o ritmo frenético-dançante quando a Revoltz, formada por músicos do RS, SP, MS e MT, começou a tocar. O rock garagista com letras "bonitinhas e ordinárias" manteve o requebrando até o fim do show. Maíra Espíndola, vocalista da Dimitri Pellz (que toca hoje) não se aguentou e foi dançar e cantar no palco. Humberto Finatti, crítico do Dynamite, fez uma participação bêbada e animada martelando o bumbo que lhe foi cedido na última música. Link Off, projeto eletrônico-industrial do campo-grandense Marino Filho arrematou o primeiro dia do festival, com direito a lanterninhas na cabeça e sonoridade robótica.

RevoltzOrganizado pela Bigorna Produções, o Fogo no Cerrado continua hoje. A curitibana Tonighters e Macaco Bong, de Cuiabá (MT) e Orange Disaster (SP) vão receber o afeto dos campo-grandenses, povo bom de farra. Bandas daqui, como Jennifer Magnética, Facas Voadoras e Dimitri Pellz garantirão o incêndio muito bem alimentado. A noite começa com Noradrenalina com a performance visceral do vocalista Heitor.

Um "perdeu-playboy" pra quem não se arriscou vir ao matão pra ver o festival. À vocês, caros, resta acompanhar a cobertura do Fogo no Cerrado no www.fogonocerrado.com ou dar um bizu aqui na próxima edição deste certame.

Fotos: Vaca Azul

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