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22 de setembro de 2008

Monno @ Festival Eletronika 2008

A bela Mari Pereira viajou de São Paulo até BH exclusivamente para ver o show do Monno no Eletronika e se propôs a escrever sobre a experiência e o show em questão para o Meio Desligado. O resultado você confere abaixo.
Ah, as fotos também são dela.

“Quando estou aqui me sinto bem”

Após uma semana de calafrios e dúvidas, finalmente tomei coragem e decidi: ir para BH e ver o show do Monno, no festival de música Eletronika. As pessoas pareciam incrédulas da minha loucura para ver um show em outro Estado, de uma banda independente, nas vésperas da economia pelo show da Madonna... mas mesmo assim, lá fui eu para Confins.

Sem saber como iria e nem onde ficaria, eu simplesmente soltei a frase “acho que vou para o show, alguém me acolhe?” na comunidade da banda, no Orkut. Não deu outra, mineiros totalmente simpáticos me receberam de braços abertos, como se já me conhecessem a tempos. Hospitalidade é tudo nesse mundo caótico e eu agradeço demais pelo carinho desse pessoal, em especial a atenção que a própria banda me deu.

Já em BH, na busca pelo ingresso, fiquei surpresa quando descobri que o valor era por show, e não por palco - como dava a entender no site oficial do evento. Estranho um festival, que tem o intuito de mostrar novas tendências da música independente, cobrar um valor para cada show. Para ver todas as atrações, uma pessoa poderia gastar até R$ 300,00! De novo, em um festival de música independente... Algo errado, não? Resultado: só vi o show do Monno. Uma pena, já que muitas outras bandas legais se apresentariam posteriormente, como Macaco Bong e a nova estrela do folk, Mallu Magalhães.

BrunoDepois de uma chuva torrencial, que veio praticamente do nada, acabei me atrasando para o show... Parecia ironia do destino. “A guria que veio de SP”, atrasada. No fim das contas, deu tempo: cheguei e notei que a programação inteira (também) atrasou - quem sabe até por causa da chuva. “Ainda bem”, pensei comigo mesma! Ao mesmo tempo que tive sorte de conseguir assistir ao show, muita gente estava insatisfeita pela demora. Ouvi pessoas do meu lado querendo vender ingresso, já que não poderiam ficar devido ao atraso. Outro ponto negativo para a organização, mas que veio a calhar para aqueles que chegaram atrasados.

Realizado na aconchegante sala João Ceschiatti, Monno abriu o show com o “Silêncio”, fazendo a banda já garantir toda a vibração que levaria até o fim. O público, que aguardava ansiosamente, delirou desde o início (principalmente a fã enlouquecida gritando o repetitivo "lindoooo" para Bruno Miari, vocalista) e já notávamos o incômodo de vários em ficar sentados, presos a uma cadeira. Realmente é difícil permanecer parado num show tão eletrizante como o do Monno, recheado de ótimos riffs de suas duas guitarras e uma bateria que acompanha tudo com perfeição. Eu mesma não resisti.

monnoPara este show, os meninos contaram com a participação do quinto elemento Juliano (Tênis), no teclado, trazendo ótimos efeitos e todos aqueles barulhinhos que tanto gostamos em “Enquanto o Mundo Dorme”, além de uma bela introdução em “Lugar Algum”, esta que ganhou um (ótimo) novo arranjo.

Outra participação deveras importante foi do trompetista Paulo, da banda Fusile, na música “21 Dias”. Nas palavras do próprio vocalista: “O que seria dessa música sem esse trompete? Nada!”. Detalhes assim fizeram com que o show fosse uma só perfeição, não pecando do início ao fim. A única pena foi ter sido cortado em duas músicas (“Um Dia” e “A Falta” – um das favoritas da galera), fazendo o público ficar com aquele gosto de quero mais.

monno
Totalmente aclamados até o final da apresentação, os guris cantavam com a cara feliz e a com a certeza de que estavam fazendo um bom show. Assistir a um show onde você sente que a vibração vem de dentro, da própria banda (às vezes até mais que pelo público), te anima e te empolga; é interessante. Bruno Miari ora canta com os olhos fechados, pirando em sua própria letra (ele compôs praticamente todas as músicas da banda), ora dançando com sua guitarra branca e brilhante. Já Koala, batera, exala energia quando coloca tudo pra quebrar, com suas ótimas viradas. Euler, baixista, é dono das linhas mais absurdas e tênues; e Coelho, guitarrista, fecha o ciclo com ótimos solos e distorções.

Ótimo show, ótima banda! Monno tem tudo para estourar logo mais.

Fica aqui a dica, se você tem aquela vontade de levantar da cadeira e ver um som ao vivo, tome coragem e vá. Tenho certeza que vai valer a pena.

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