Não satisfeito em fazer parte daquela que é considerada por muitos a melhor banda brasileira dos últimos tempos (Nação Zumbi), ter tocado com Max Cavalera (Soulfly) e trabalhado na trilha sonora de um filme de Cláudio Assis (Amarelo Manga), entre outros projetos, Lúcio Maia se cercou de amigos de renome no cenário musical (entre os quais, boa parte do Cidadão Instigado) e formou o Maquinado, projeto cujo álbum de estréia foi lançado há poucos meses pela gravadora Trama.
Homem Binário, o álbum em questão, começa com a instrumental "Arrudeia", com seu baixo distorcido e profusão de elementos eletrônicos, dando a deixa para a fusão de música orgânica e sintética que permeia todo o cd, sempre em companhia de guitarras cheias de efeitos.
As inevitáveis comparações com a Nação Zumbi encontram algumas poucas semelhanças entre as bandas na faixa seguinte, "Não Queira Se Aproximar", situada na pouco usual região de encontro da música regional com a eletrônica e o hip hop. Em "Tá Tranquilo", porém, a eletrônica comanda com fortes batidas e guitarra em segundo plano, embalada mais uma vez por vocais hip-hop.
"Alados" deixa à mostra as raízes regionais de Maia e conta com letra e vocais de Siba, do Mestre Ambrósio. O clima lúdico do sertão trazido pela faixa, uma das mais singelas de Homem Binário, contrapõe-se à eletrônica até então vigente e prepara o caminho para a ótima "Sem Conserto", única música que pode ser baixada na página da banda na TramaVirtual. Primeira canção do álbum cantada por Maia, com seu vocal contido mas ao mesmo tempo marcante, "Sem Conserto" apresenta uma boa letra ("qualquer um que fotografar os pesadelos de quem não volta a dormir / vai andando, olhando pro céu, estará sempre a um passo de cair") e sintetiza os elementos básicos a se esperar do Maquinado: sonoridade chapada, preciosismo nas guitarras, bases eletrônicas e muitos detalhes.
Ela também é a responsável por dar início à parte mais "orgânica" e interessante do álbum, trazendo logo em sequência "O Dia do julgamento" e "O Som", duas músicas que poderiam facilmente estar presentes em um álbum da Nação Zumbi. Não por acaso, "O Som" conta com participação de boa parte da banda, incluindo Jorge Du Peixe nos vocais.
Passada a incursão pelos beats do mangue, a fusão com o hip hop retorna embalada em "Eletrocutado", cantada por Rodrigo Brandão, do Mamelo Sound System. O próximo convidado ilustre é Felipe S, do Mombojó, que chega sem receio avisando: "Eu vou penetrar no seu pensamento", em "Despeça dos Argumentos", cuja sonoridade se aproxima bastante de sua banda original.
Próximo do fim está localizada "Vendi a Alma", bossa-metal novamente cantada por Maia e que deve render horrores ao vivo. "Vendi minha alma ao Diabo / posso falar mal dele e da alma também / e da sombra tirei um retrato / vou pregar no muro e não mostrar a ninguém", canta, sobre a levada tipicamente bossa nova do violão.
Na despedida, "Além do Bem", autêntico trip hop nascido no mangue, singelo e envolvente, toma para si a tarefa de deixar claro que Lúcio Maia e seu Maquinado não estão aqui à passagem e, apesar dos eventuais tropeços, os bons frutos ao longo do percurso são mais do que bem-vindos.
Homem Binário, o álbum em questão, começa com a instrumental "Arrudeia", com seu baixo distorcido e profusão de elementos eletrônicos, dando a deixa para a fusão de música orgânica e sintética que permeia todo o cd, sempre em companhia de guitarras cheias de efeitos.
As inevitáveis comparações com a Nação Zumbi encontram algumas poucas semelhanças entre as bandas na faixa seguinte, "Não Queira Se Aproximar", situada na pouco usual região de encontro da música regional com a eletrônica e o hip hop. Em "Tá Tranquilo", porém, a eletrônica comanda com fortes batidas e guitarra em segundo plano, embalada mais uma vez por vocais hip-hop.
"Alados" deixa à mostra as raízes regionais de Maia e conta com letra e vocais de Siba, do Mestre Ambrósio. O clima lúdico do sertão trazido pela faixa, uma das mais singelas de Homem Binário, contrapõe-se à eletrônica até então vigente e prepara o caminho para a ótima "Sem Conserto", única música que pode ser baixada na página da banda na TramaVirtual. Primeira canção do álbum cantada por Maia, com seu vocal contido mas ao mesmo tempo marcante, "Sem Conserto" apresenta uma boa letra ("qualquer um que fotografar os pesadelos de quem não volta a dormir / vai andando, olhando pro céu, estará sempre a um passo de cair") e sintetiza os elementos básicos a se esperar do Maquinado: sonoridade chapada, preciosismo nas guitarras, bases eletrônicas e muitos detalhes.
Ela também é a responsável por dar início à parte mais "orgânica" e interessante do álbum, trazendo logo em sequência "O Dia do julgamento" e "O Som", duas músicas que poderiam facilmente estar presentes em um álbum da Nação Zumbi. Não por acaso, "O Som" conta com participação de boa parte da banda, incluindo Jorge Du Peixe nos vocais.
Passada a incursão pelos beats do mangue, a fusão com o hip hop retorna embalada em "Eletrocutado", cantada por Rodrigo Brandão, do Mamelo Sound System. O próximo convidado ilustre é Felipe S, do Mombojó, que chega sem receio avisando: "Eu vou penetrar no seu pensamento", em "Despeça dos Argumentos", cuja sonoridade se aproxima bastante de sua banda original.
Próximo do fim está localizada "Vendi a Alma", bossa-metal novamente cantada por Maia e que deve render horrores ao vivo. "Vendi minha alma ao Diabo / posso falar mal dele e da alma também / e da sombra tirei um retrato / vou pregar no muro e não mostrar a ninguém", canta, sobre a levada tipicamente bossa nova do violão.
Na despedida, "Além do Bem", autêntico trip hop nascido no mangue, singelo e envolvente, toma para si a tarefa de deixar claro que Lúcio Maia e seu Maquinado não estão aqui à passagem e, apesar dos eventuais tropeços, os bons frutos ao longo do percurso são mais do que bem-vindos.
[ Trechos de algumas canções podem ser ouvidas no tocador acima. Para ouvir mais músicas, completas, visite os sites maquinado.com.br ou tramavirtual.com.br/maquinado ]