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25 de janeiro de 2007

iggor cavalera, dj.

Mix HellVocê imagina: Iggor Cavalera, um dos mais famosos bateristas de heavy metal em todo o mundo, sai do Sepultura; está "prestes" a montar um nova banda com seu irmão Max, com quem tocou recentemente; e monta um projeto eletrônico com sua esposa, intitulado Mix Hell.

Este mesmo projeto é marcado para tocar em Belo Horizonte na Up!, clube rock indie electro mezzo gay da capital, em pleno coração da Savassi.

Ó-b-v-i-o que lotaria. Ainda mais se considerarmos que a capacidade da Up! está em torno de 200 pessoas, dependendo do nível de gordura do público (aí pode variar para mais ou para menos, mas como você bem sabe, indiezinhos e wannabe-puta-electro-de-shortinho costumam ser bem magrinhos).

Mesmo estando à par de todo o cenário, eis que O idiota aqui, acompanhado de sua namorada e um amigo, também não muito inteligentes, resolvem beber em algum lugar, antes de entrar na Up!. Isso, às 23:30.

Muito inteligente.

Após algumas cervejas em um bar fuleiro (foto), ao som de Calypso, o sorridente trio pangua se depara com uma Up! abarrotada, com pessoas em tempo de sair pela janela. Como era de se prever, fomos barrados.

E porque contar tudo isso? Vale como um aviso, aprenda com os erros dos outros:

1. quando um dos maiores bateristas de metal da história resolver virar DJ e tocar na sua cidade natal, não subestime o público e chegue um pouco mais cedo
2. tente, a todo custo, calar a boca da sua namorada, para que ela não fale um monte de merda com o porteiro e este não tenha o mínimo interesse em colocá-los para dentro
3. tente também não lembrar da letra de "Não diga que eu não avisei", do Churros Man: "não diga que eu não avisei, você só não entedeu.
não diga que eu não avisei, o meu bumbum não é mais seu". Exceto a parte do bumbum, é claro (quer dizer, não sei qual é o seu caso...)
4. continue na fila e tenha fé em Deus (qualquer um deles), porque milagres acontecem, do tipo "você chegou na hora? que milagre!"

Seguindo à risca essas indicações que se repetiam em minha mente como um mantra, conseguimos entrar depois de cerca de 1 hr e 30 min na fila (no final das contas, o porteiro era bacana. depois que a boca de ALGUÉM foi calada, tudo ficou mais fácil. mesmo assim, tivemos de esperar 16[!] pessoas saírem para que nós 3 entrássemos).

Mix Hell (a.k.a Iggor Cavalera e esposa) na Up!

E o tão esperado Mix Hell? Bem, ficou claro que alguns fãs do Iggor, em si, ficaram decepcionados. E, no fundo, realmente valeu mais pelo fator "exótico" e a curiosidade do que pelo som.

Com exceção de alguns remixes muito legais, como "The hand that feeds", do Nine Inch Nails, com o rapper-ator Ludacris, e "Smells like teen spirit" (se você não sabe de quem é esta música, dê um tapa na sua cara, corra até o espelho e diga a si mesmo "o que eu fiz da minha vida!") com vocal rap, o som eletrônico desandando para o farofa de boate de playboy, tocando coisas como Junior Senior.
Em alguns momentos esteve melhor e parecia que iria deslanchar, como nos momentos em que tocavam minimal distorcido e barulhento, mas foram raros instantes.

Mesmo assim, o saldo da noite ainda foi relativamente bom, algo em torno de 7. Porque, no fundo, o que vale mesmo é a diversão.

Ps.: se não me engano, também tocaram... Earth, Wind & Fire.

Fotos: marcelo a. santiago (clique para ver mais fotos)

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