Nota oficial sobre o fim do Studio SP, publicada por Alê Youssef hoje no seu perfil no Facebook:
Após 8 anos de vida intensa e cerca de 2500 shows, casa plataforma de lançamentos da nova cena musical brasileira, encerra seu ciclo no final de abril de 2013.
A história do Studio SP foi totalmente vinculada com a trajetória de uma nova cena musical, que se consolidou em São Paulo na última década. A casa lançou, formou público ou manteve residências fixas de nomes como Criolo, Céu, Daniel Ganjaman e Instituto, Tatá Aeroplano, Hurtmold, Eddie, CSS (Cansei de ser Sexy), Tulipa Ruiz, Bonde do Rolê, Cidadão Instigado, Otto, Mombojó, Del Rey, Cérebro Eletrônico, Karina Buhr, M.Takara, Junio Barreto, Davi Moraes, B. Negão, Macaco Bong, Miranda Kassin, André Frateschi, Diz Maia, Seu Chico, Lucas Santtana, Jumbo Elektro, Thalma de Freitas, Turbo Trio, Vanguart, Maquinado, Mallu Magalhães, Curumin, Guizado, Nina Becker, Thiago Pethit, 3 na Massa, China entre outros.
Importantes atrações da música altenativa internacional também passaram pelo Studio SP: Peter Bjorn and John, Brigth Eyes, John Spencer, Bill Callahan /Smog, Erlend Oye, Camera Obscura, Bonnie Prince Billy, Adrian Sherwood, Diplo, Wax Poetics, Jens Lekman, Four Tet, Kode 9, Gilles Peterson, Daedalus, Love Trio, Hell on Whells, Tortured Soul, Eigth Legs, Daevid Allen e Gong Global Family, Gruff Rhyms, The Gift, Faraquet etc.
Através do seu projeto gratuito Cedo e Sentado de formação de público para novas bandas e democratização do acesso à música, o Studio SP criou uma plataforma de lançamento de novos artistas e a base de uma micro economia que por muito tempo se mostrou auto sustentável para as bandas residentes da casa.
Desde 2005, foram em média 300 shows por ano, totalizando cerca de 2.500 apresentações. A casa também foi palco de apresentações de teatro, literatura, projetos de audio visual do Coletivo Bijari e de noites que misturavam música e circo, como o Show de Talentos e o Cabaré Volátil.
Diversos artistas hoje ícones da arte urbana e contemporânea da cidade decoraram ao longo dos anos o ambiente do STUDIO SP , através de exposições fixas e eventuais. Destaques para OsGemeos, Speto, Titi Freak, Pinky Wainer, Guto Lacaz, Jay, Carlos Dias, Juneca, MZK, Zezão, Rodrigo Chã, Paulo Ito, Paulo Arms, Rita Wainer , Iwald Granato, Chã, Guid, Crespo, Mathiza.
O STUDIO SP se transformou em um dos pontos de referência da revitalização da área que ficou conhecida como Baixo Augusta. A casa foi a primeira sede do Bloco Carnavalesco Acadêmicos do Baixo Augusta.
A notória e agressiva especulação imobiliária que atingiu o Baixo Augusta e trouxe incerteza e ocilações ao projeto é um dos motivos do fechamento da casa. Entretanto, a principal razão é de ordem pessoal e tem relacão com novos rumos das vidas dos sócios fundadores do Studio SP, que em comum acordo tomaram a decisão para poderem se dedicar a novos projetos. Alê Youssef, Maurizio Longobardi e Guga Stroeter, manterão militância cultural, através de suas outras e novas atividades.
O Studio RJ no Rio de Janeiro continuará funcionando normalmente, pois trata-se de uma empresa distinta e com vida própria. O mesmo acontece com o Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, que agora passa a ser formalmente constituído como associacão sem fins lucrativos.
O Studio SP encerra suas atividades com muito orgulho de sua trajetória absolutamente independente, sem nenhum centavo de dinheito público direto ou incentivos fiscais recebidos e termina seu trabalho com um enorme sentimento de gratidão a todos os frequentadores e amigos, aos artístas e bandas que por aqui passaram e aos funcionários que ajudaram no percurso. MUITO OBRIGADO!
Sabemos que a noite é feita de ciclos e só alguns projetos marcam seu tempo. O Studio SP completa a sua trajetória consciente da sua importância e orgulhoso por suas realizações e sua bela história.
“Acompanhei de perto a criação do Studio SP, projeto (muito mais que uma casa noturna) que poderia virar exemplo para política pública em muitos estados, dando visibilidade a novas cenas e indústrias criativas locais.” Hermano Vianna, antropólogo
ALGUNS PROJETOS MARCANTES DO STUDIO SP:
A Noite INSTITUTO e a SELETA COLETIVA pilotada por DANIEL GANJAMAN durou 7 anos e apresentou muitos artistas como EMICIDA, HURTMOLD, CURUMIN, THALMA DE FREITAS. O projeto culminou com o shows preparatórios do repertório de CRIOLO, artista que se apresentou diversas vezes na casa.
O STUDO SP APRESENTA lançou artistas e discos importantes, com destaques para os lançamentos da cantora CÉU, CIDADÃO INSTIGADO, TATÁ AEROLANO, VANGUART, B.NEGÃO e TURBO TRIO e CIBELLE.
O CEDO E SENTADO projeto de formação de público para novas bandas e democratização do acesso à música foi plataforma de lançamento de novos artistas ao longo dos 8 anos da casa. Foram lançados pelo projeto nomes como TULIPA RUIZ, TIÊ, MALLU MAGALHÃES, THIAGO PETHIT, KARINA BUHR, RÔMULO FROES e BÁRBARA EUGÊNIA.
A NOITE FORA DO EIXO hospedou e apresentou para São Paulo, o notabilizado coletivo cultural. A noite lançou na cidade nomes como MACACO BONG e MÓVEIS COLONIAIS DE ACAJÚ.
A casa articulou também vários de seus residentes para prestar tributos às bandas e artístas que os influenciaram. Desse processo nasceram alguns clássicos da noite como HEROES de ANDRÉ FRATESCHI, I LOVE AMY de MIRANDA KASSIN, DEL REY de MOMOBOJÓ e CHINA, SEU CHICO de VITOR ARAÚJO E TIBÉRIO AZUL e VANGBEATS do VANGUART.
Com curadoria de Lucio Ribeiro, o projeto ROCKLOAD, nos primeiros anos da casa, apresentou e lançou nomes como CANSEI DE SER SEXY (CSS), BONDE DO ROLÊ, JUMBO ELEKTRO e CÉREBRO ELETRÔNICO.
A INVASÃO SUECA, em parceria com o Coquetel Molotov foi um Festival desbravador de uma nova fase de shows internacionais em clubes e casas noturnas. Ao longo de 3 edições o projeto trouxe pela primeira vez ao Brasil nomes como PETER BJORN AND JOHN, ERLEND OYE e JENS LEKMAN.
Juntamente com o produtor Marcos Boffa, o projeto FOLK-SE focou na cena do então novo folk americano trouxe pela primeira vez ao Brasil nomes como BONNIE PRINCE BILLY, BRIGTH EYES e SMOG.
O STUDIO SP INCENTIVA, cordenado pelas atrizes Carolina Mânica e Luciana Caruso, destinou rendas de shows e festas para fomento da produção de cinema e teatro. Destaque para produções de MÁRIO BORTOLOTTO e BETO BRANT.
Projetos criados para valorização da música e arte de rua, atividades circences e performances, o CABARÉ VOLÁTIL e o INCRÍVEL SHOW de TALENTOS tiveram apresentações dos atores Julinho Andrade, Tainá e Titi Muller, o acrobata Lú Mineiro e as bandas Vaudeville e Mustaches e os Apaches.
SHAPEART, LAS TABLAS foram exposições de artistas plásticos em skates e pranchas de surf que reuniram nomes como GUTO LACAZ, IVALD GRANATO, PINK WAINER. Elas se juntaram ao ambiente do Studio que foi decorado ao longo dos anos por artístas como OSGEMEOS, SPETO, TITI FREAK, RODRIGO CHÃ, JAY e coletivos artísticos das galerias CHOQUE CULTURAL, GRAFITERIA E EMMA THOMAS.
TRIOLOGIA SUJA DE SAMPA projeto de fomento à literatura marginal com XICO SÁ, CLARAH AVERBUCK, ALEX ANTUNES e convidados fazendo leituras e escolhendo a trilha sonora da noite