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4 de março de 2010

A cena musical independente, sete anos atrás

Um comentário polêmico e sincero? Baseado somente no material apresentado no documentário Música de trabalho, lançado em 2003 e que registrava a cena musical independente no Brasil naquele momento, posso afirmar que só a cena de Belo Horizonte atual já é melhor do que o cenário nacional por completo daquela época. Isso sem contar que cidades como Recife, Goiânia e São Paulo possuem cenas efervescentes e em melhores momentos que a capital mineira.

Não bastasse isso, outra grande mudança no cenário foi a desfragmentação dos pólos de produção musical independente, que deixaram de ser obrigatoriamente as principais capitais do país, resultando em um número crescente de bandas (cada vez melhores) oriundas de cidades interioranas (como o 4instrumental, de Sabará/MG e Nevilton, de Umuarama/PR), de médio porte (como Novo Hamburgo/RS, cidade de origem do L.A.B) ou de capitais fora do tradicional circuito cultural brasileiro (basta lembrar que o Macaco Bong, indiscutivelmente uma das 5 maiores bandas independentes brasileiras da atualidade é de Cuiabá/MS e de outros nomes em ascensão como Burro Morto, de João Pessoa/PB e Mini-Box Lunar, de Macapá/AM!). Não é coincidência que parte desse processo tenha se consolidado na rede de coletivos de produção cultural independente intitulada Fora do Eixo.

Lembro de ter assistido ao documentário na época de seu lançamento, no festival Indie, em BH, e ter sido importante para minha formação naquele momento. Hoje, boa parte me parece bastante ingênua.

Essa diferença na interpretação das imagens reforça a importância do registro de certos momentos históricos. Mesmo com todas as dificuldades, é relativamente satisfatório perceber que agora é muito maior o fluxo de informações sobre a música independente brasileira e que as próprias bandas estão muito mais engajdas e bem informadas em relação ao próprio underground nacional como também utilizam melhor as possibilidades da internet.

Por outro lado, chega a ser deprimente perceber que há tão pouco tempo a mentalidade dos envolvidos com o rock independente/alternativo brasileiro era tão limitada...

A transição do documentário para a internet foi infeliz, dividida em 25 capítulos de cerca de 2 minutos cada, de acordo com o tema. É extremamente chato assisti-lo dessa forma. Abaixo, selecionei alguns trechos mais interessantes e menos focados nas próprias bandas (entre as que aparecem no documentário estão Wry, Walverdes, MQN, Réu e Condenado, Nem, Valv, Ambervisions, Phonopop e Hang the superstars).





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